Pós-Guenonismo

"Todos os eventos mundiais ao nosso redor (a queda do rublo, conflitos militares, quedas de governos, novas descobertas arqueológicas) são parte de um conflito entre dois campos opostos. Um polo é um minúsculo campo de pós-guenonistas, quase inexistente, como um único grão em um deserto, o outro é um gigante do campo liberal da linguagem da pós-modernidade, que reivindica a dominação global. O pequeno campo do pós-guenonismo é, porém, herdeiro de um imenso domínio ontológico que está concentrado na linguagem da Tradição. Nele há uma incrível riqueza de significados. E estes significados estão vivos, eles se movem, tal como continentes ascendem e decaem. Essa é a vida real, que pode ser qualquer coisa, boa, má, bem sucedida, desastrosa, mas isso é vida. As tradições diferem: sinistras, benévolas, às vezes em conflito. Mas isso não é tão importante, porque somente nelas, no mundo da linguagem da Tradição, no mundo do tradicionalismo concentra-se hoje um enorme poder existencial real, que contrasta sua riqueza interior e pobreza exterior com o padrão oposto da paz liberal baseada na limpa e polida linguagem da modernidade, onde propagandas cintilantes abundantes acobertam um vácuo semântico sufocante."

Aleksandr Dugin