Leio de tudo. Dos clássicos e acadêmicos até almanaques populares e bulas de remédio. Excluindo revistas em quadrinhos, devoro qualquer tipo de literatura, mesmo aquela vista como dejeto cultural. Certamente já li e escrevi muita coisa, traduzi outras tantas, e meus arquivos estão cheios de traças que vieram das alturas do Himalaia. Este blog, então, vai ser o canal de saberes fragmentados, oficiais e oficiosos, que os Mestres do Imaginário oferecem a nossa indiscrição.
Animais Mágicos
Gatos são comumente associados à magia. Ora temidos, ora adorados, tidos por alguns como um animal traiçoeiro, fato é que os gatos acompanham o homem em sua trajetória histórica e pré-histórica. Possuidores de uma grande sensibilidade, dão as regras em seus relacionamentos com seres humanos. Ah! Quando você vir uma gato de três cores (preto, amarelo e branco), esteja certo de que não é um gato, mas, sim, uma gata. O fato tem uma explicação simples: o gene que determina essas três cores na pelagem é letal para gatos do sexo masculino, tornando os embriões inviáveis.
A Quaresma e a Quaresmeira
Para
muitos, tempo de jejum, penitência e abstinência, tempo de valorizar o
arrependimento e de negar a si mesmo. A Quaresma tem início na Quarta-Feira de
Cinzas e termina apenas no Domingo de Páscoa. Período de autodisciplina e
austeridade. Talvez por isso as quaresmeiras floresçam com tanta
exuberância. Não adianta negar a vida. Ela é bem maior que todos os nossos sacrifícios.
Maior que nós, individualmente, que valorizamos tanto assim um eu que, comendo
demais ou comendo de menos está fatalmente condenado a desaparecer, mais cedo
ou mais tarde. A vida? A nossa, a de cada um de nós, é apenas um empréstimo. Sem mais nem menos, todos a devolveremos um dia. Simples assim.
Planos
Entre os planos da paisagem, os horizontes multiplicados. Das folhas desfocadas bem aqui até as figuras esboçadas nas nuvens, maracujás, a pedra, a casa. O sinal da presença dos homens no reboco apressado. E nada permanece. Nem mesmo a pedra.
Noite Dia Dia Noite
A hora do lobo, que precede a escuridão, bem quando a luminosidade solar, trêmula, se esforça para permanecer visível, colore-se deste esforço e produz esses traços caprichosos que deixam ver estranhas formas, insinuantes, dúbias, como tudo que não pertence nem ao bem nem ao mal, nem à luz, nem às trevas.
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