Ave Maria, gratia plena, Dominus tecum.
Benedícta tu in mulieribus,
et benedictus fructus ventris tui, Iesus.
Sancta Maria, Mater Dei,
ora pro nobis peccatoribus,
nunc, et in hora mortis nostræ.
Amen.
Leio de tudo. Dos clássicos e acadêmicos até almanaques populares e bulas de remédio. Excluindo revistas em quadrinhos, devoro qualquer tipo de literatura, mesmo aquela vista como dejeto cultural. Certamente já li e escrevi muita coisa, traduzi outras tantas, e meus arquivos estão cheios de traças que vieram das alturas do Himalaia. Este blog, então, vai ser o canal de saberes fragmentados, oficiais e oficiosos, que os Mestres do Imaginário oferecem a nossa indiscrição.
Benedícta tu in mulieribus,
et benedictus fructus ventris tui, Iesus.
Sancta Maria, Mater Dei,
ora pro nobis peccatoribus,
nunc, et in hora mortis nostræ.
Amen.
Na introdução à peça IN NOMINE DEI, escreveu Saramago:
‘Entre o homem, com a sua razão,
e os animais, com o seu instinto, quem, afinal, estará mais bem dotado para o
governo da vida? Se os cães tivessem inventado um deus, brigariam por
diferenças de opinião quanto ao nome a dar-lhe, Perdigueiro fosse, ou
Lobo-d’Alsácia? E, no caso de estarem de acordo quanto ao apelativo, andariam,
gerações após gerações, a morder-se mutuamente por causa da forma das orelhas
ou do tufado da cauda do seu canino deus? Que não sejam estas palavras tomadas
como uma nova falta de respeito às coisas da religião, a juntar à Segunda Vida
de Francisco de Assis e ao Evangelho segundo Jesus Cristo. Não é culpa minha
nem do meu discreto ateísmo se em Münster, no século XVI, como em tantos outros
tempos e lugares, católicos e protestantes andaram a trucidar -se uns aos
outros em nome do mesmo Deus — In Nomine Dei — para virem a alcançar, na
eternidade, o mesmo Paraíso. Os acontecimentos descritos nesta peça
representam, tão-só, um trágico capítulo da longa e, pelos vistos, irremediável
história da intolerância humana. Que o leiam assim, e assim o entendam, crentes
e não crentes, e farão, talvez, um favor a si próprios. Os animais, claro está,
não precisam.”
SARAMAGO, José. In
Nomine Dei. Lisboa: Editorial Caminho, 1993, p. 9-10.
A paz é mágica. É a placenta nutriz e deliciosamente terapêutica na solidão daquele que concebe, gera e cria.
Quem se interessa por Maçonaria vai gostar de ler esse pequeno manual que documenta, historicamente inclusive, a visão que a Igreja tinha a respeito dos maçons e da Maçonaria. Trata-se da edição portuguesa, publicada em Coimbra, 1886.
Segue uma amostra, observada a grafia da época:
Todos os mações conhecem e querem o fim anti-religioso e anti-social da seita? Não, ha muitos a quem são escondidos estes designios perversos e que todavia cooperam INCONSCIENTEMENTE com a sua influência e o seu dinheiro para o fim anti-religioso e anti-social da seita.
Como se exprimem a respeito d'estes mações honestos e ignorantes os verdadeiros iniciados e chefes da seita? Rindo-se da sua ignorância tratam-n'os de simplorios e imbecis. "Se não têm esperteza, têm dinheiro. É boa gente e precisamos cá muito d'ella. Serve para encher a caixa. Tratae pois de alliciar; é preciso que mordam no anzol, mas acautelemo-nos de lhes communicar nossos segredos." (Palavras de Weishaupt, o grande organisador da Maçonaria.
Disponível em: https://pt.scribd.com/document/516335151/Manual-da-liga-anti-maconica
BERGIER, Jacques. Les libres Maudits. Paris: J'ai lu, 1971.
ENGLISCH, Andreas. O homem que não queria ser papa. São Paulo: Universo dos Livros, 2013, p.10
Em tempo: o livro é muito bom. Ao menos para quem, como eu, acredita que ele continua sendo o papa. Aos interessados, sugiro que pesquisem acerca do documento de renúncia assinado por ele em 10 de fevereiro de 2013 que, recentemente, foi alvo de questionamentos bastante consistentes.