Le Tarot des Imagiers du Moyen Âge


Quem era esses obreiros medievais? O título desta obra de Wirth deve ser precisado. A palavra “imagier”, — que não tem correspondente em português, — refere-se aos iluminadores de estampas medievais, aqueles que se dedicaram, entre outras coisas, à criação dos desenhos destinados às riquíssimas tapeçarias surgidas no medievo, onde encontramos o mais puro simbolismo a desafiar nossa sensibilidade de intérpretes. No início do século XIII existiam em Paris duas corporações de “imagiers”: os talhadores de crucifixos, que esculpiam em osso, madeira, marfim, não apenas crucifixos, mas ainda imagens de santos; e os pintores e “talhadores imagiers”, que pintavam e esculpiam móveis, utensílios e quadros. Estes últimos decoravam ainda lambris, tetos, dourando-os, ornamentando-os com folhagens e pequenas figuras de animais ou de personagens esculpidos e pintados “ao natural”. Os “imagiers” talhadores difundiram a ornamentação e criaram o estilo que se tornou conhecido sob o nome de gótico florido. 

As Tradições

Certas teorias têm exercido uma influência preponderante sobre o pensamento humano. Um Iniciado não deve ignorá-las. Exporemos, pois, aqui, algumas idéias dos Antigos susceptíveis de esclarecer a questão: De onde viemos?
Permanece entendido que a F\M\não preconiza nenhuma maneira de ver determinada. Ela solicita o pensamento independente e, para melhor estimular as inteligências, ele evita atirar-lhes como iscas soluções arbitrárias.
Que se tome, pois, muito cuidado com o que se segue. É a título de informações que nos esforçamos por reproduzir as teorias dos antigos hierofantes. Nosso objetivo é o de fornecer um alimento às reflexões daqueles que quiserem pensar, e não o de sustentar uma tese. A F\M\repele todo dogmatismo, e não saberia fazer-se defensora de nenhuma doutrina. Ela se recusa a tomar partido, e busca o acordo entre todos os pensadores, porque é deste acordo que surge a Verdade.
 Oswald Wirth

A Saga de Biorn

Rebebi ontem esta dica de vídeo de uma querida amiga. Como tem muito a ver com imaginação, decidi trazer um link para cá, e compartilhar com quem visita os Mestres do Imaginário. Pessoal, vale a pena parar por sete minutinhos e assistir o que acontece com o pobre guerreiro que precisa morrer lutando para alcançar o paraíso dos vikings... Valeu, Titi! Obrigada!

O Louco em Si Mesmo

O sábio não poderia ser enganado por palavras; longe de objetivar exteriormente à negação verbal do SER, ele procura o LOUCO em si mesmo, tomando consciência do vazio da estreita personalidade humana que toma tanto lugar em nossas pobres preocupações. Aprendamos que não somos nada, e o Tarô confiar-nos-á seu último segredo! 
OW

O Testamento


Os emblemas fúnebres da câmara de reflexões devem recordar o fim necessário das coisas, a fragilidade da vida humana e a vaidade das ambições terrestres. O Profano, depois de haver-se suficientemente absorvido nessa ordem de idéias, é convidado a responder por escrito a três perguntas, versando sobre seus deveres de homem em relação a Deus, em relação a ele mesmo e em relação a seus semelhantes.
Esta divisão ternária de todas as nossas obrigações morais está baseada nos três princípios alquímicos dos quais acabamos de falar.
Deus é aqui o ideal que o homem traz em si mesmo. É a concepção que ele pode ter do Verdadeiro, do Justo e do Belo, é o guia supremo de suas ações, o Arquiteto que preside à construção de seu ser moral. — Não se trata aqui do ídolo monstruoso que a superstição forja sobre o modelo dos déspotas terrestres. — A divindade está representada no homem por aquilo que aí existe de mais nobre, de mais generoso e de mais puro. Trazemos em nós um Deus que é nosso princípio pensante. Dele emanam a razão e a inteligência, coisas interiores que os hermetistas relacionaram ao Enxofre. (O sol oculto que brilha na morada dos mortos — Osíris — Serápis — Plutão — a Coluna J\, centro da iniciativa e da ação expansiva).
Os deveres em relação a si mesmo são relativos ao Mercúrio, que figura a influência penetrante do meio ambiente. Ora, tudo está necessariamente compreendido na reunião do conteúdo (Enxofre), do continente (Sal) e do ambiente (Mercúrio). As três questões colocadas abrangem, pois, todo o domínio da moral universal.
Resolvendo-as, o pensador não deve ater-se à teoria. Renunciando a todas as fraquezas do passado, incumbe-lhe morrer para a vida profana, e renascer para um modo superior de existência. O Recipiendário prepara-se para esta morte simbólica, redigindo seu testamento, ato no qual ele consigna as vontades que se tornarão executórias para o futuro Iniciado.
Oswald Wirth