Quem era esses obreiros medievais? O título desta
obra de Wirth deve ser precisado. A palavra “imagier”, — que não tem
correspondente em português, — refere-se aos iluminadores de estampas
medievais, aqueles que se dedicaram, entre outras coisas, à criação dos
desenhos destinados às riquíssimas tapeçarias surgidas no medievo, onde
encontramos o mais puro simbolismo a desafiar nossa sensibilidade de
intérpretes. No início do século XIII existiam em Paris duas corporações de
“imagiers”: os talhadores de crucifixos, que esculpiam em osso, madeira,
marfim, não apenas crucifixos, mas ainda imagens de santos; e os pintores e “talhadores
imagiers”, que pintavam e esculpiam móveis, utensílios e quadros. Estes
últimos decoravam ainda lambris, tetos, dourando-os, ornamentando-os com
folhagens e pequenas figuras de animais ou de personagens esculpidos e pintados
“ao natural”. Os “imagiers” talhadores difundiram a ornamentação e criaram o
estilo que se tornou conhecido sob o nome de gótico florido.