As pranchas deveram ser cobertas, no início, com desenhos e signos mnemotécnicos invocadores daquilo que convinha preservar do esquecimento. Os iletrados são engenhosos, e nós lhes devemos os rudimentos de uma escrita hieroglífica mais sábia em seu gênero que a nossa. Ela obrigava a imaginação a trabalhar como não mais sabe fazer em nossos séculos de progresso alfabético. A prática mais antiga de uma arquitetura digna desse nome constrangia a uma certa contabilidade de salários e distribuições na natureza. Cada obreiro assinava assim sua obra com a ajuda de uma marca raspada na pedra concluída. Encarregado de dirigir o trabalho dos obreiros, um escriba cuidava das assinaturas compostas de alguns traços gravados, figuras análogas aos mais antigos caracteres alfabéticos. Pode-se mesmo perguntar-se se o mais antigo alfabeto não tomou de empréstimo a forma das letras a partir das marcas de empreiteiros. Um esquadro maçônico não desenha um “g” (ghimel) do alfabeto fenício, e o triângulo eqüilátero não desenha um “d” (daleth)? Os construtores assinavam também uma cruz simples, dupla ou tripla que se encontra no tau, no zain e no samek. Praticamente, o secretário esclarece a Loja moderna, lembrando-lhe as decisões que ela tomou e que seria tentada a esquecer. Ele garante também a correspondência, graças a qual a Luz vem à Loja do exterior.
Oswald Wirth