"Infelizmente, um feminismo mal compreendido incita a mulher de hoje a masculinizar-se, como se se considerasse inferior e sentisse a necessidade de elevar-se à masculinidade. Equivoco lamentável e também traição à feminilidade! A mulher difere do homem e rende homenagem à sua força; enquanto o homem, — se ele admira a mulher, — é precisamente quando ela se caracteriza como tal. Conscientemente ou não, rende homenagem às suas qualidades peculiares, inclusive quando brilham por sua ausência. Enfim, o homem quer encontrar na mulher dotes de complemento que a ele faltam precisamente. E inútil nos alongarmos mais sobre esse ponto. Basta reconhecer que, segundo acabamos de ver, a iniciação feminina deve diferenciar-se essencialmente da masculina, contanto que seja Iniciação verdadeira. Se se tratar tão-só dessa iniciação meramente simbólica e convencional, cujos ritos não hão de traduzir-se numa transformação de nossa vida, é de todo indiferente que homens e mulheres fiquem submetidos às mesmas cerimônias ridículas. Os homens que tiveram a idéia de aplicar às mulheres as provas de seu ritual masculino provaram ipso facto que o simbolismo maçônico era, para eles, letra morta. A maçonaria mista nasceu pela força dessa época de ignorância absoluta do significado do cerimonial maçônico, que os maçons mais clarividentes consideram apenas sobrevivência de um passado formalista e ignorante."
Oswald Wirth