"A
verdadeira racionalidade, aberta por natureza, dialoga com o real que lhe
resiste. Opera o ir e vir incessante entre a instância lógica e a instância
empírica; é o fruto do debate argumentado de ideias, e não a propriedade de um
sistema de ideias. O racionalismo que ignora os seres, a subjetividade, a
afetividade e a vida é irracional. A racionalidade deve reconhecer a parte de
afeto, de amor e de arrependimento. A verdadeira racionalidade conhece os
limites da lógica, do determinismo e do mecanicismo; sabe que a mente humana;
sabe que a mente humana não poderia ser onisciente, que a realidade comporta
mistério. Negocia com a irracionalidade, o obscuro, o irracionalizável. É não
só crítica, mas autocrítica. Reconhece-se a verdadeira racionalidade pela
capacidade de identificar suas insuficiências."
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do
futuro. São Paulo:
Cortez, 2011.
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