Símbolos

Símbolos são metáforas. Subentendem um conteúdo que não pode ser assimilado pela razão. A linguagem simbólica assemelha-se à poesia e presta-se muitas vezes a funcionar como substitutivo do real, se é que se pode opor o real ao imaginário. Em vez de opostos, prefiro pensá-los complementares. Trabalhar com símbolos é infinitamente mais rico que trabalhar com idéias e sistemas. Não há razão que não deva a um símbolo seu poder de persuasão. Não há processo que não possa ser reduzido a uma alegoria, e me pergunto que escritor poderia dizer mais em palavras do que disse Bosch em seus quadros ou mesmo Botticelli nos seus. E ainda mais impressionante que ler os símbolos, cujas chaves todos possuímos, é encontrar-lhes o avesso e fazer a leitura da própria linguagem. Esta seria, não a arte simplesmente, mas a arte de criar outras artes. A Arte Real.