Maya



Maya — é o aspecto externo e visível de Atman, a manifestação material e objetiva de Brahman. Maya, traduzida geralmente por “ilusão”, significa literalmente “o grande poder” (maha-ya), ou seja, a grande manifestação do Imanifesto. É ilusão para os ignorantes que identificam o manifesto com o Imanifesto, as criaturas com o Criador. Mas, para o sapiente e iluminado, é Maya o “grande poder”, o maravilhoso veículo de que o humano viajor se serve para chegar até Brahman . Para o profano, é Maya empecilho; para o iniciado, é auxílio. Diz a filosofia oriental que Maya revela e vela Brahman, que a natureza descobre e encobre, manifesta e oculta Deus. E serve-se do maravilhoso símbolo da aranha que se revela ou manifesta por meio da sua teia, ao mesmo tempo em que esta teia vela ou oculta a própria aranha.
ROHDEN, Huberto, O espírito da Filosofia oriental. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1960, p. 47.

Um livro instigante

“― A revolução, meu jovem, nos fez escravos de um Estado ateu, mais desiguais do que antes e irmãos inimigos, cada um Caim do outro. Não é bom ser livre demais, tampouco ter todo o necessário. Nossos pais eram mais pobres e mais felizes porque permaneciam em contato com a natureza. O mundo moderno nos deu o vapor, que contamina os campos, e os teares mecânicos, que tiraram o trabalho de tantos pobrezinhos e já não produzem os tecidos de antigamente. O homem, abandonado a si mesmo, é mau demais para ser livre. O pouco de liberdade de que necessita deve ser garantido por um soberano.” ECO, Umberto, O Cemitério de Praga, trad. Joana Angélica d’Avila Melo. Rio de Janeiro: Record, 2011, p. 58.