Quem nunca, hein? Brincar com cartomancia pode ser muito divertido. E se as cartas forem cartas de Tarô, mais ainda. Por que digo isso? Ora, porque o Tarô é um clássico. No fundo, o esoterismo tem algo de lúdico, e isso pode ser reconfortante diante de coisas que, por qualquer razão, possam parecer inevitáveis ou fatais. Consultar as cartas, então, pode nos trazer conforto, emprestando um pouco de leveza à vida. Sendo assim, não custa saber um pouco mais sobre esse engenhoso sistema simbólico, que tem sido usado para fins divinatórios e esotéricos há séculos.
Embora sua origem exata seja incerta, o Tarô foi popularizado no século XVIII como uma forma de prever o futuro e de obter informações sobre a vida pessoal. Quando completo, são 78 cartas divididas em duas partes: os Arcanos Maiores e os Arcanos Menores. Os Maiores com 22 cartas numeradas de 0 a 21, com imagens que representam aspectos da vida; os Menores, divididos em quatro naipes: Copas, Espadas, Paus e Ouros, cada um com 14 cartas numeradas de 1 a 10, além de quatro cartas de corte: Pajem, Cavaleiro, Rainha e Rei..
Acredita-se que o Tarô foi desenvolvido na Europa no século XV como um jogo de cartas comum, antes de ser usado para fins divinatórios e esotéricos. As primeiras cartas do Tarô foram criadas na Itália, e o baralho original continha apenas as cartas dos Arcanos Maiores. Essas cartas apresentavam figuras alegóricas que representavam temas como a morte, a justiça, o amor e a sabedoria, entre outros.
Há muitas teorias sobre como as cartas de Tarô se associaram à adivinhação e ao ocultismo. Alguns acreditam que as cartas foram usadas por sociedades secretas. Fala-se também de seu uso pelos ciganos para adivinhação. Sabidamente, o Tarô foi influenciado por tradições místicas como a Cabala judaica e a Alquimia. Independentemente de sua origem exata, o Tarô se tornou um importante meio de adivinhação, e hoje seu uso reflete uma prática popular de adivinhação, e muitas pessoas usam as cartas para obter insights sobre suas vidas, suas emoções e seus relacionamentos.
A seguir, alguns tipos de Tarô. Por exemplo, o Tarô de Marselha: o mais comum, com ilustrações simples e poucos detalhes. As cores predominantes são amarelo, vermelho e azul. O Tarô Rider-Waite, uma das versões mais populares, foi criado por Arthur Edward Waite e ilustrado por Pamela Colman Smith. As cartas possuem uma aparência detalhada e colorida em comparação com outras versões e são consideradas por muitos como mais fáceis de interpretar. O Tarô Thoth, criado por ninguém menos que o famoso Aleister Crowley e ilustrado por Lady Frieda Harris. Há ainda o Tarô Thoth, que apresenta um simbolismo complexo e detalhado. As cartas são identificadas por seus núcleos brilhantes e minuciosos. O Tarô de Visconti-Sforza, antigo, criado na Itália durante o século XV. O Tarô Egípcio, com personagens míticos, como Ísis e Osíris. Esses são apenas alguns exemplos de diferentes tipos de cartas de Tarô que existem. Cada conjunto de cartas tem suas próprias características distintas nas ilustrações, cores, simbolismo e modos de compreensão.
Mas para que tantas modalidades? Porque elas podem variar e certamente elas variam no que concerne à interpretação. A carta da Morte, por exemplo, no Tarô de Marselha, é bastante simples e direta, representada por um esqueleto de pé, empunhando uma foice com pessoas e animais caídos em seus pés. O sol brilha ao fundo. A cor predominante na carta é o preto, com detalhes em branco e vermelho. No Tarô Rider-Waite, a morte é retratada como um esqueleto em cima de um cavalo branco, segurando uma bandeira com uma rosa branca. No fundo, há um sol nascente e um barco em um rio, simbolizando a jornada da vida. A carta é predominantemente preta e branca, com detalhes em vermelho. No Tarô Thoth, é representada como uma figura antropomórfica, com um crânio para cabeça e asas para braços. A carta é bastante colorida, com tons de azul, verde e amarelo predominando. No Tarô de Visconti-Sforza, a morte é representada por uma figura encapuzada, em pé diante de um caixão. Há alguns outros detalhes nesta carta, e a cor predominante é o dourado. Finalmente, no Tarô Egípcio, a Morte aparece como uma figura esquelética, com chifres e asas de abutre.
Como vocês podem notar, a riqueza simbólica das cartas de Tarô é extraordinária. Complexo e fascinante, ele tem sido usado há séculos para fins divinatórios, de autoconhecimento e de inspiração artística. Sua grande variedade de imagens e simbolismos pode ser interpretada de diferentes maneiras, dependendo da perspectiva do leitor. É uma prática antiga, complexa, que fascina e que inspira pessoas em todo o mundo há séculos e que, ao que tudo indica, provavelmente vai continuar a fascinar e inspirar muita gente.