Para expressar a imutabilidade das coisas subtraídas a toda alteração, a IMPERATRIZ mostra-se exatamente de frente, numa atitude cheia de certa rigidez hierática. Uma serenidade sorridente não anima menos seu semblante graciosamente emoldurado por uma maleável cabeleira loura; uma leve coroa mal pesa sobre sua cabeça, em torno da qual gravitam doze estrelas, dentre as quais nove são visíveis. Esses números lembram o zodíaco, quadrante celeste sobre o qual se regem as produções naturais aqui em baixo e o período de gestação imposto à geração.
Do mesmo modo que a Virgem zodiacal, a IMPERATRIZ é alada, mas seus atributos não são nem a espiga de trigo das colheitas terrestres, nem o ramo de oliveira a exortar os homens à paz. A Rainha do Céu detém o cetro de uma irresistível e universal dominação, porque o ideal se impõe, a idéia comanda e os tipos determinam toda produção. Como brasão, ela traz sobre a púrpura uma águia de prata, emblema da alma sublime no seio da espiritualidade; quanto ao lírio que desabrocha à esquerda da IMPERATRIZ, ele simboliza o encanto exercido pela pureza, a doçura e a beleza.
O.W.