Pensar em Deus é desobedecer a Deus,
Porque Deus quis que o não conhecêssemos,
Por isso se nos não mostrou...
Sejamos simples e calmos,
Como os regatos e as árvores,
E Deus amar-nos-á fazendo de nós
Belos como as árvores e os regatos,
E dar-nos-á verdor na sua primavera,
E um rio aonde ir ter quando acabemos!...
Alberto Caeiro, em "O Guardador
de Rebanhos".
(in http://www.insite.com.br/art/pessoa/
Leio de tudo. Dos clássicos e acadêmicos até almanaques populares e bulas de remédio. Excluindo revistas em quadrinhos, devoro qualquer tipo de literatura, mesmo aquela vista como dejeto cultural. Certamente já li e escrevi muita coisa, traduzi outras tantas, e meus arquivos estão cheios de traças que vieram das alturas do Himalaia. Este blog, então, vai ser o canal de saberes fragmentados, oficiais e oficiosos, que os Mestres do Imaginário oferecem a nossa indiscrição.
O Alfabeto
As pranchas deveram ser cobertas, no início, com desenhos e signos mnemotécnicos invocadores daquilo que convinha preservar do esquecimento. Os iletrados são engenhosos, e nós lhes devemos os rudimentos de uma escrita hieroglífica mais sábia em seu gênero que a nossa. Ela obrigava a imaginação a trabalhar como não mais sabe fazer em nossos séculos de progresso alfabético. A prática mais antiga de uma arquitetura digna desse nome constrangia a uma certa contabilidade de salários e distribuições na natureza. Cada obreiro assinava assim sua obra com a ajuda de uma marca raspada na pedra concluída. Encarregado de dirigir o trabalho dos obreiros, um escriba cuidava das assinaturas compostas de alguns traços gravados, figuras análogas aos mais antigos caracteres alfabéticos. Pode-se mesmo perguntar-se se o mais antigo alfabeto não tomou de empréstimo a forma das letras a partir das marcas de empreiteiros. Um esquadro maçônico não desenha um “g” (ghimel) do alfabeto fenício, e o triângulo eqüilátero não desenha um “d” (daleth)? Os construtores assinavam também uma cruz simples, dupla ou tripla que se encontra no tau, no zain e no samek. Praticamente, o secretário esclarece a Loja moderna, lembrando-lhe as decisões que ela tomou e que seria tentada a esquecer. Ele garante também a correspondência, graças a qual a Luz vem à Loja do exterior.
Oswald Wirth
Oswald Wirth
Mestre por Mestre
Iniciação Feminina
"Infelizmente, um feminismo mal compreendido incita a mulher de hoje a masculinizar-se, como se se considerasse inferior e sentisse a necessidade de elevar-se à masculinidade. Equivoco lamentável e também traição à feminilidade! A mulher difere do homem e rende homenagem à sua força; enquanto o homem, — se ele admira a mulher, — é precisamente quando ela se caracteriza como tal. Conscientemente ou não, rende homenagem às suas qualidades peculiares, inclusive quando brilham por sua ausência. Enfim, o homem quer encontrar na mulher dotes de complemento que a ele faltam precisamente. E inútil nos alongarmos mais sobre esse ponto. Basta reconhecer que, segundo acabamos de ver, a iniciação feminina deve diferenciar-se essencialmente da masculina, contanto que seja Iniciação verdadeira. Se se tratar tão-só dessa iniciação meramente simbólica e convencional, cujos ritos não hão de traduzir-se numa transformação de nossa vida, é de todo indiferente que homens e mulheres fiquem submetidos às mesmas cerimônias ridículas. Os homens que tiveram a idéia de aplicar às mulheres as provas de seu ritual masculino provaram ipso facto que o simbolismo maçônico era, para eles, letra morta. A maçonaria mista nasceu pela força dessa época de ignorância absoluta do significado do cerimonial maçônico, que os maçons mais clarividentes consideram apenas sobrevivência de um passado formalista e ignorante."
Oswald Wirth
Oswald Wirth
Coisa dos Bons Primos
Os Bons Primos tinham um ritual de mesa. O garfo era identificado como o ancinho; a faca, com a machadinha; o molho era a terra; o assado tornava-se o carvão; o vinho simplesmente brasa ou cavacos; a água chamava-se de a brasa má e o copo, joeira.
Reflexões
Todo olhar que vê é carregado de uma subjetividade que é preciso não perder nunca. Olhares neutros nada veem, a não ser o que lhes dita uma racionalidade à qual cabe perpetuar a realidade esgotada. Só a imaginação pode descortinar as paisagens que cada um de nós carrega dentro de si, elaborando-as com as fantasias que a sensibilidade inspira, diante de fadas e dragões.
Anticoncepção
De um a cinco
I. Mão contra mão significa que empregarei sempre minhas mãos para servir meus Irmãos nas suas necessidades.
II - Pé contra pé significa que não temerei desviar-me do meu caminho para ir ajudar meus Irmãos.
III - Joelho contra joelho significa que eu me ajoelharei diante do Ser Supremo para interceder por meu Irmão como se fosse por mim.
IV - Peito contra peito, para simbolizar a fiel guarda dos segredos que me forem confiados.
V - A mão esquerda nas costas designa que apoiarei sempre meus Irmãos tanto quanto me seja
possível.
II - Pé contra pé significa que não temerei desviar-me do meu caminho para ir ajudar meus Irmãos.
III - Joelho contra joelho significa que eu me ajoelharei diante do Ser Supremo para interceder por meu Irmão como se fosse por mim.
IV - Peito contra peito, para simbolizar a fiel guarda dos segredos que me forem confiados.
V - A mão esquerda nas costas designa que apoiarei sempre meus Irmãos tanto quanto me seja
possível.
A Ferramenta Verdade
Se a realidade não é esse universo econômico e sistemático que nossa lógica gosta de se representar, se ela não é sustentada por uma armadura de intelectualidade, a verdade de ordem intelectual é uma invenção humana que tem por efeito utilizar a realidade de preferência a nos introduzir nela.
Bergson. Ensaio composto para servir de prefácio à obra de William JAMES sobre o Pragmatismo.
Assinar:
Postagens (Atom)