...De outra parte, durante a destruição do Templo de Jerusalém e a dispersão do povo hebreu, perdeu-se a pronúncia verdadeira do nome tetragramático. Ainda que substituído por outro nome, o de Adonai, este nunca foi considerado como o equivalente real daquele que já não se sabia pronunciar. Com efeito, a transmissão regular da pronúncia do principal nome divino[1], há-Shem ou o Nome por excelência, estava essencialmente vinculada à continuidade do sacerdócio, cujas funções só poderiam ser exercidas no Templo de Jerusalém. Desaparecido o Templo, a tradição hebréia restou inevitavelmente incompleta, como, de outra parte, fica suficientemente provado pela interrupção dos sacrifícios, quer dizer, daquilo que constituía a parte mais “central” dos ritos da tradição, assim como o “Tetragrama” ocupava uma posição verdadeiramente “central” em relação aos demais nomes divinos[2]. Com efeito, o que se havia perdido era verdadeiramente o centro espiritual da tradição. Além disso, considerando um exemplo como este, é particularmente evidente que o fato histórico em si, que em absoluto é duvidoso como tal, não poderia ser separado de seu significado simbólico, onde reside, no fundo, toda sua razão de ser, e sem a qual seria completamente ininteligível.