Da morte dos mundos

Os mundos morrem, porque eles nascem. Nascendo-se, morre-se incessantemente. E a criação, sempre imperfeita, prossegue em incessantes metamorfoses. As estrelas extinguem-se sem que possamos dizer se essas filhas da luz, morrendo assim, não começam, como planetas, uma existência fecunda, e se os planetas, eles mesmos, não se dissolvem para se tornarem estrelas novamente. Nós sabemos apenas que não há mais repouso nos espaços celestes do que há sobre a Terra, e que a lei do trabalho e do esforço governa a infinidade de mundos.

Anatole France, Le Jardin d'Épicure.
Imagem: Retrato de Anatole France (1844-1924) por Anders Zorn (1860-1920). Fonte: Wikimedia Commons.

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