I Ching


O milenar livro chinês das transmutações reflete a polaridade das coisas. Dele resulta uma análise da realidade orientada pelo antagonismo que se encontraria em certos domínios da existência: o bem e o mal, o amor e o ódio, a alegria e a tristeza, beleza e feiura, etc. Todavia, esses seres, coisas, fenômenos, enfim, estariam profundamente ligados entre si, o que explicaria a facilidade com que migram de um polo a outro. Porque, essencialmente, apenas a mudança seria real, o que faria da mutação, invariável por excelência, o próprio caráter do mundo. Todos os caminhos seriam fluidos. De acordo com Blofeld (1965, p. 45), o texto do I Ching seria, seguramente, bastante anterior ao taoísmo e ao confucionismo surgidos como tais. Seu texto é atribuído ao Rei Wên e ao Duque Chou. Não obstante isso, seus comentários seriam confucionistas.

BLOFELD, John. I Ching. O livro das transformações. Rio de Janeiro: Recornd, 1965. 
Imagem: os 64 hexagramas sequenciais do Rei Wên. Fonte: Creative Commons.




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