Ode ao bode

Isso lhe diz alguma coisa? Se você quiser de falar de tragédia, no sentido teatral, sim. A palavra, que vem do grego (tragos: bode; oidé > ode: canção) e significa “ode ou canção ao bode”, animal do deus Dionísio, talvez a mais típica das divindades gregas, fundador de quase todas as religiões e anterior mesmo à Hélade. Dotado pelos céus de uma constituição robusta, Dionísio é o patrono absoluto dos prazeres e das delícias deste mundo. Ligado ao culto da videira, ele é célebre por suas festas anuais nas quais, inicialmente, os inimigos eram canibalizados. Depois, os costumes foram suavizados, a ponto de os gregos conceberam horror à matança de seus semelhantes, até porque o mesmo efeito podia ser obtido bebendo o vinho.

Fonte: VAN LOON, Hendrik Willem. A artes. Porto Alegre, Editora Globo, 1958.
Imagem: Baco, por Goya, 1778.

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