Não lamente o que faltou.
As ausências se fazem presentes também, consubstanciando-se nesses vazios que colecionamos ao longo da vida.
Porque, sem eles, — os desencontros —, não nos aquerenciamos à solidão.
Porque, sem eles, — os desencontros —, é que recaímos bem aqui, no reduzido estar em si, onde não se escutam as frases feitas, onde os espumantes não borbulham, onde o cardápio é o de sempre.
Porque aqui tanto faz se é Natal ou se é Páscoa, os sinos tocam do mesmo jeito.
É que os Mestres não festejam.
Eles apenas imaginam como devem ser as festas, dosando as alegrais, os tempos, os ventos. Imaginando o que todos querem sentir, providenciando esperanças, saúde, paz, tranquilidades.
Os Mestres apenas disponibilizam a refinada morfina dos perdões e dos esquecimentos, o brilho dos reflexos sempre fugidios e ilusórios.
Os Mestres estão sempre sós, exatamente como qualquer um de nós. A diferença é que eles sabem disso.
Mais nada.
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