Leio de tudo. Dos clássicos e acadêmicos até almanaques populares e bulas de remédio. Excluindo revistas em quadrinhos, devoro qualquer tipo de literatura, mesmo aquela vista como dejeto cultural. Certamente já li e escrevi muita coisa, traduzi outras tantas, e meus arquivos estão cheios de traças que vieram das alturas do Himalaia. Este blog, então, vai ser o canal de saberes fragmentados, oficiais e oficiosos, que os Mestres do Imaginário oferecem a nossa indiscrição.
Assimilação
O deserto que petrifica, também dissolve e assimila. Ação do vazio sob a luz intensa, direta, que não admite nem mesmo o alívio das sombras. Como representar esse processo doloroso que acontece quando, de roldão, nossa individualidade se relativiza, dissolve e é, enfim, passivamente assimilada? Perder-se de si é expor-se, passivamente, a esse processo. Em que pese o espaço do si mesmo se dimensione de mil maneiras e não corresponda sempre exatamente àquilo que se entende como zona de conforto, ainda assim, é ali o lar do eu de cada um, eixo em torno do qual gravitamos quando tudo o mais é não eu. Existir é contrapor-se ao mundo. Existir é conhecer a dor de uma consciência que só se assimila pela entrega consciente: pelo arcano sacrificial.
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