Do meu jardim


 Coisa estranha, a sálvia. Vaso de tempero que, de uma hora para outra, inventou de murchar. Trouxe para perto de mim e, em poucas horas, uma recuperação notável. A primeira foto eu enviei para uma amiga às 13 h e 59 mim.... a outra, às 18 h e 15 min. Pouco mais de quatro horas, e a recuperação aconteceu. Se fosse apenas uma plantinha que houvesse murchado, eu não estranharia. Entretanto, foram também uma begônia e meu lindo brinco-de-princesa, ambos murchos, secos e amarelados em poucas horas. No mesmo dia, o tomilho e o manjericão. Não havia como salvar. Um lírio da paz, contudo, sofreu apenas uma estranha mudança de cor em uma das folhas, que simplesmente passou do verde ao amarelo sem ressecar.
Confesso que não ligo para essa história de olho grande nas plantas. Até porque cuido bastante do meu pequeno e despretensioso jardim de apartamento. Quase tudo vive bem, na medida do possível para plantas de vaso. Afinal, são seres vivos e têm seus dias melhores e piores. Mas, neste caso, tudo aconteceu muito rapidamente. A pobre begônia vermelha era alta e simplesmente desmaiou. Não foram só as folhas que murcharam: foi o caule, que lhe dava sustentação. E, com o brinco-de-princesa, além de murchar, amarelou as folhas, as flores murcharam e tudo ficou muito triste de ver. Só posso conceber que alguma coisa influiu no bem-estar de algumas das minhas plantas. O estrago sofrido pelo tomilho e pelo manjericão foi grande. Não deu para salvar nenhum dos dois. Mesmo destino da begônia e do brinco-de-princesa. Este último, perda também para o beija-flor que vinha até aqui visitar suas flores. 
Ao menos os gerânios parecem ter reagido bem a tal energia que passou por aqui: ambos resolveram florir e já demostram toda força que têm na intensidade das cores. A bougainvillia também reagiu, pois de morta que estava há muito tempo, agora mostra pequenas folhas nos galhos. Também o pedaço de gengibre usado na cozinha decidiu brotar, e acabou no vaso que hoje guarda só as raízes de  sua antiga moradora. Coisas da vida, talvez. Da vida, que ela sempre encontra
um jeito de se transformar e de se renovar, aparecendo sempre diferente, para poder continuar sendo exatamente quem ela é: a própria vida, da qual a morte, afinal, faz parte.

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