Rebis


O Rebis, a coisa dupla unindo os dois sexos, na realidade, a alma espiritual dotada de razão (Sol) e de imaginação (Lua). O princípio inteligente domina a animalidade representada pelo dragão das atrações elementares.

Sois?

Meu Irmão, de onde vindes?
— Da L.'.São João, Ven.'. Mest.'..
— Que se faz na L.'. São João?
— Elevam-se templos à virtude e cavam-se masmorras aos vícios.
— Que trazeis?
— Saúde, prosperidade e boa acolhida a todos os irmãos.
— Que vindes fazer aqui?
— Vencer minhas paixões, submeter minha vontade aos meus deveres e fazer novos progressos na Maçonaria.
— Tomai lugar, meu Irmão, e sede bem-vindo ao seio desta oficina que recebe com gratidão o concurso de vossas luzes.


Efetivamente, os rituais da atualidade não têm exatamente estas palavras, mas a fórmula acima exposta já foi empregada também.

Por favor, olhe bem este detalhe...


Não há Maçom que não identifique essa imagem que aparece, aliás, nos rituais de praticamente toda a maçonaria ocidental. Um desenho que tem qualidade artística e, muito mais que isso, um potencial simbólico imenso, porque presente nele toda uma série de elementos relacionados à tradição maçônica. O que eu gostaria de fazer ver, no entanto, é que, se vocês observarem o terceiro ladrilho branco, à direita, na diagonal, verão que nele estão grafadas duas letras: um "O" de Oswald e "W" de Wirth. Basta dar um clic na imagem. Ela vai ampliar o bastante para mostrar claramente este detalhe.
Dá para entender por que eu insisto tanto em falar nele, em Wirth? Pois eu falo, sim. Leio, escrevo, traduzo. Crio lá os meus Diálogos Imaginários que estão aí. Tenho por esse autor um carinho imenso, ainda que eu seja agnóstica, profana e irreverente com muita coisa, o que em nada me impede de dedicar profunda admiração ao trabalho de alguém que, sem a menor dúvida, merece ser chamado de Mestre.

O MUNDO ASSOMBRADO PELOS DEMÔNIOS


Em 1997, perdemos Carl Sagan, professor de astronomia e ciências espaciais, autor de dezenas de artigos e livros científicos, dentre os quais se destacam Cosmos e Pálido Ponto Azul. Tais obras foram amplamente difundidas pelo mundo, mas possuem caráter científico, o que as torna específicas a um determinado grupo de leitores. Antes de sua morte, porém, dedicou-se SAGAN a um livro em especial. Um belo livro chamado O MUNDO ASSOMBRADO PELOS DEMÔNIOS, edição que ainda pode encontrada em sebos. Quem ler, verá que a obra representa uma espécie de testamento deixado por um homem, defensor da ciência e da racionalidade humana, que viu e anteviu, em final de século e de milênio, a proliferação de um grande mal representado pelo que ele denominou de pseudociências. Numa análise muito bem humorada, SAGAN nos reapresenta os chamados fenômenos ocultos vistos sob o prisma da ciência pura. Por seu livro, desfilam os mais inusitados temas que vão do monstro de Loch Ness às estátuas lacrimejantes de Maria, sem esquecer das terapias ditas alternativas, anjos, cristais, pirâmides e até mesmo o abominável homem das neves. Destaque especial, também, para os ETS – verdadeiros invasores do planeta, que ultimamente deram para praticar abusos sexuais, seqüestrando e estuprando mulheres. O MUNDO ASSOMBRADO PELOS DEMÔNIOS é um dos melhores livros que já li. Daqueles que nos deixa algo para todo o sempre, fora uma simpatia imensa pelo autor, um homem de ciência que não precisava mesmo se dar ao trabalho de escrever para profanos, gente comum que, justamente por não ter uma noção precisa sobre o que é rigorosamente ciência, termina por deixar-se convencer da eficácia de muitos métodos que, nem de longe, podem ser considerados científicos. Tomar contato com o livro, ainda hoje, tantos anos depois de sua edição no Brasil, ainda é um encontro gratificante, quando sob nossos olhos pululam cada vez mais obras das mais questionáveis. O apelo à razão, às vezes, pode ser como água para quem tem sede. Seja como for, o livro serve bem ainda como autêntica vacina, uma leitura capaz de imunizar contra dois terríveis vírus: ignorância e superstição. São 442 páginas de fácil leitura, o que não torna o livro tão caro assim. Vale cada centavo que porventura se venha a pagar por ele, e certamente sai por menos do que uma consulta ao guru.

Esperança, a irmã do Sono e da Morte

A ESPERANÇA, divindade alegórica, era principalmente reverenciada pelos Romanos, que a ela elevaram muitos templos. Segundo os poetas, era irmã do Sono e da Morte. O primeiro suspende as nossas dores; a segunda termina com elas. Chamada também de “a nutriz dos velhos”, a ESPERANÇA costuma ser representada como uma jovem ninfa, com a fisionomia muito serena, sorrindo com graça e coroada de flores novas, das quais um ramalhete está em suas mãos. Tem por emblema a cor verde, presságio de uma bela colheita. Modernamente, deram-lhe como atributo uma âncora de navio, símbolo este que não é visto em nenhum monumento antigo.

THEMIS

THEMIS, filha de Urano e Titéia (Céu e Terra), era a irmã mais velha de Saturno e tia de Júpiter. Segunda a lenda, ela queria preservar sua virgindade. Não foi assim. Seu sobrinho, Júpiter, obrigou-a a desposá-lo, fazendo-a mãe de três filhas: a EQUIDADE, a LEI e a PAZ: AEQUITAS, LEX ET PAX. Também é considerada a mãe das Horas e das Parcas. No Olimpo, esta deusa está sentada ao lado do trono de Júpiter, auxiliando o deus com seus conselhos que são todos inspirados pela prudência e pelo amor à justiça. Preside ou assiste às deliberações dos imortais, sendo encarregada por Júpiter das mais difíceis e importantes missões. É olhada como a deusa da Justiça.

Estalos em Maçonaria

Os ESTALOS são costume dos maçons do Rito Moderno ou Francês, pelo menos aqui no Brasil, já que tal uso não é conhecido em outros países. Ao pronunciarem as palavras da aclamação próprias do Rito, no caso – “liberdade, igualdade e fraternidade” – produzem estalos com os dedos polegar e médio, à altura do ombro esquerdo, do ombro direito e da fronte, formando um triângulo. Os “estalos” são também utilizados como uma forma discreta de aplauso, o que - segundo NICOLA ASLAN – não parece digno de ser recomendado.
Ouvi dizer que esse hábito tinha em vista substituir o ruído dos aplausos por um som menos extravagante, com a finalidade de preservar a discrição das cerimônias que tinham lugar no interior do templo, evitando assim provocar a curiosodade profana.

Menos, Mestre, menos... Pode ser?

Em Maçonaria, a liberdade de pensamento é uma realidade. Todos podem opinar. Todos podem pensar. Todos podem falar, escrever e publicar livros. Encontramos, assim, toda sorte de manifestações que se desenvolvem à sombra da tolerância, e sob os auspícios da vaidade. Valha-nos o bom senso, e uma boa educação que nos permita ouvir, muitas vezes, o absurdo. Respeitar todas as crenças é um dever de todo o Maçom, e neles efetivamente esse perfil comumente se manifesta. Encontro-os até muito pacientes. Tal grau de tolerância, porém, não inclui a aceitação passiva, de certos ensinamentos, ainda que eles provenham de insignes Mestres. Ser Maçom é, acima de tudo, ser um homem que interroga, pergunta e duvida. É pensar. É conquistar o conhecimento através da árdua tarefa de aprender. Quem deseja a luz, o faz por sentir-se no escuro. Por mais que queiramos, sem trabalho, nada obteremos, seja na vida, seja em instituições que se propõe o objetivo de conduzir os homens ao domínio de si mesmos. Não se adquire conhecimentos por osmose cósmica ou por pura iluminação. Esta última, se existir de fato, existirá para estimular ao trabalho, e não para conduzir o iluminado a magicamente penetrar nos chamados grandes mistérios. A par disso, porém, há sábios Mestres por aí. E, como soe ocorrer, tais Mestres têm até fiéis seguidores que, embriagados com o suposto poder de seus ídolos, não fogem a um intenso proselitismo em torno de suas obras. Vejam isso:
“O grão da vida não é o espermatozóide, mas um pequeno verme que se encontra aninhado na cabeça deste. Tal verme, que é o ninho contenedor do grão vital, cresce no ventre materno, continua crescendo na cabeça da criança e alcança sua plenitude na idade madura do homem, fazendo com que, na medida em que se desenvolve, desenvolvam-se também as partes constitutivas do homem, do nascimento à morte.
“Todas as faculdades e tudo quanto forma o homem como indivíduo não são mais do que a extensão do minúsculo ser que se aninha em nossa massa encefálica.”
Isso não é uma piada. O livro existe, e seu autor é um médico. Seu nome? Dr. JORGE ADOUM, maçom, 33, também conhecido como MAGO JEFA. O texto acima consta do Livro A Magia do Verbo ou o Poder das Letras, publicado pela FEEU, a cargo da Comissão Divulgadora de Jorge Adoum. Levei algum tempo tentando descobrir aí um significado simbólico, por prosaico que ele fosse, que me levasse a descobrir um sentido qualquer nessas sábias colocações. Poderia ser o sentido do iod, mas creio que isso mais confundo do que explica. Definitivamente, acho que estou bem longe da iluminação, porque não consigo reconhecer em muitos dos ditos grandes mestres aquela marca pessoal que me inspira respeito e admiração. Tem horas que só consigo mesmo é sorrir e pedir: menos, mestre, menos... Pode ser?

As Serpentes


Bem, aprender.
É convivendo com a estupidez profunda dos bovinos que se aprende a dar valor às serpentes que, pelo menos, são solitárias e convivem muito bem com a maldição. Não é sem razão que o Eremita não dispensa a companhia de uma delas. O bicho só foi maldito porque inventou de dar consciência aos homens, e sabia bem o que fazia quando a deu primeiro à mulher.

Ciência

Querendo separar radicalmente as ciências de todo princípio superior sob o pretexto de assegurar sua independência, a concepção moderna lhes retira toda significação profunda e mesmo todo interesse verdadeiro do ponto de vista do conhecimento, e ela só pode chegar a um impasse, pois as encerra em um domínio irremediavelmente limitado.
René Guénon. La crise du onde moderne.

A Santa





É feita de alpaca, acho. Comprada por um agnóstico que gostava da Aparecida. Mistério pra mim. Descobri a peça faz tempo, e soube que havia sido adquirida do Bric da Redenção há muitos anos. Fotografei. Eu entendo. Sou uma agnóstica que gosta de Santo Antônio.