Morreu aos 66 anos, em 1909, este dedicado estudioso da Tradição. Pesquisador independente, suas obras apresentam uma análise absolutamente original da História vista a partir de causas e efeitos refletidos no cenário social e político. Nascido em 1842 em uma família bretã e católica, muito cedo mostrou-se hostil à disciplina, não obstante seu bacharelado em letras bem como um diploma em ciências, o que lhe oportuniza o ingresso na Escola Naval de Brest, onde permaneceu por três anos, saindo por motivos de saúde. Convalescente, vai a Jersey e depois a Londres. Em 1870, a guerra o reconduz à França de onde, desmobilizado mais tarde, ingressa no Ministério do Interior, aperfeiçoando-se em Economia Social. Era curioso, e estudou música, arquitetura e línguas, inclusive o sânscrito. Em 1877, aos 35 anos, conhece aquela que viria a ser sua esposa, a Condessa Keller, episódio que dá à sua vida um rumo decisivo, eis que daí por diante, adquirindo um título nobiliárquico, pode dedicar-se integralmente a escrever e pesquisar a Tradição, produzindo uma vintena de obras que abordam os mais diferentes assuntos. Com a morte da mulher, em 1895, retira-se para Versailles e consagra-se à solidão na qual elabora a obra O Arqueômetro que só veio a ser publicada após sua morte, graças aos esforços da Associação dos Amigos de Saint-Yves e à iniciativa de ninguém menos que Papus, Gérard Encausse.
Elaborei este pequeno resumo com base no prefácio de Ives-Fred Boisset que integra a obra em dois volumes intitulada Mission des Juifs, Ed. Traditionalles, Paris, 1891, também de Saint-Ives.