Leio de tudo. Dos clássicos e acadêmicos até almanaques populares e bulas de remédio. Excluindo revistas em quadrinhos, devoro qualquer tipo de literatura, mesmo aquela vista como dejeto cultural. Certamente já li e escrevi muita coisa, traduzi outras tantas, e meus arquivos estão cheios de traças que vieram das alturas do Himalaia. Este blog, então, vai ser o canal de saberes fragmentados, oficiais e oficiosos, que os Mestres do Imaginário oferecem a nossa indiscrição.
Sobre bruxaria
Em 1486, dois clérigos decidiram que o mundo precisava de um manual pra caçar bruxas — e, de quebra, justificar o medo do diabo. O resultado foi o Malleus Maleficarum, um livro que mistura teologia com uma pitada de paranoia e que, séculos depois, ainda nos faz pensar no que pode causar mais medo: as bruxas ou seus caçadores?
"Do que já foi dito podemos retirar a seguinte conclusão: é opinião muito verdadeira e muito católica que existam encantadores e bruxos que, com a ajuda do diabo e em virtude de um pacto com ele estabelecido, são capazes já que Deus permite, produzirem males e danos reais e verdadeiros, o qual não exclui que também possam causar ilusões fantásticas e visões por meio de alguma arte extraordinária e peculiar. Não obstante, o alcance desta investigação acerca da bruxaria, na qual difere muito de outras artes e, portanto considerá-las nada agrega ao nosso propósito, já que aqueles que a praticam podem, com grande certeza, serem denominados adivinhos e charlatães, ao invés de Feiticeiros."Heinrich Kramer e Jacobus Sprenger. Malleus Maleficarum [O Martelo das Bruxas],1486.
Kramer e Sprenger transformaram a bruxaria num espetáculo quase teatral onde se desdobram cenas de terror e ilusão. Sem dúvida, o próprio diabo poderia estar na plateia. Afinal, é sobre ele também. Sobre as bruxas. E sobre todos nós e nossa inesgotável imaginação.
Inquisição
Historicamente falando
BENOIST, Alain.
Passado
Memória
José Saramago
A ideologia do complô
Nota: O além-mundo, de Nietzsche: "Um dia Zaratustra arremessou sua ilusão para adiante dos homens, semelhante a todos os alucinados do além-mundo", ou seja, os filósofos idealistas que ele desejava criticar para reafirmar o mundo sensível.
Natal
Vozes de Joana
Joana D'Arc
Existencial
O Estrangeiro
"Comme sommes, tels serez vous"
Assim mesmo
Algum anjo por aí?

Procura-se um anjo disposto a prestar um servicinho pouco convencional. Procura-se um, que um só deve bastar. Que seja bem mandado e que saiba assombrar, apavorar, gelar o coração de medo. Um desses anjos cuja bondade é assim digamos meio duvidosa. Não precisa ser do mal, todavia. Basta que seja meio neutro e, sobretudo, bem humorado.
Fundamental, de verdade, é que compre esta briga por mim, que fique do meu lado, que seja tendencioso e claramente partidário da minha causa.
É que eu cansei dos justos.
E ando morrendo de medo de tanta gente que, de uma hora para outra, decidiu fazer o bem...
Anjo... Hei?!
Tem algum por aí?
Senti falta
Foucault pendulum animated
Guardar
Então, o Freud
comum entende como sua religião – o sistema de doutrinas e promessas que, por um
lado, lhe explicam os enigmas deste mundo com perfeição invejável, e que, por outro,
lhe garantem que uma Providência cuidadosa velará por sua vida e o compensará,
numa existência futura, de quaisquer frustrações que tenha experimentado aqui. O
homem comum só pode imaginar essa Providência sob a figura de um pai
ilimitadamente engrandecido. Apenas um ser desse tipo pode compreender as
necessidades dos filhos dos homens, enternecer-se com suas preces e aplacar-se
com os sinais de seu remorso. Tudo é tão patentemente infantil, tão estranho à
realidade, que, para qualquer pessoa que manifeste uma atitude amistosa em relação
à humanidade, é penoso pensar que a grande maioria dos mortais nunca será capaz
de superar essa visão da vida. Mais humilhante ainda é descobrir como é vasto o
número de pessoas de hoje que não podem deixar de perceber que essa religião é
insustentável e, não obstante isso, tentam defendê-la, item por item, numa série de
lamentáveis atos retrógrados. Gostaríamos de nos mesclar às fileiras dos crentes, a
fim de encontrarmos aqueles filósofos que consideram poder salvar o Deus da religião,
substituindo-o por um princípio impessoal, obscuro e abstrato, e dirigirmos-lhes as
seguintes palavras de advertência: ‘Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão!’
E, se alguns dos grandes homens do passado agiram da mesma maneira, de modo
nenhum se pode invocar seu exemplo: sabemos por que foram obrigados a isso"
FREUD.
Belinha
Belinha é uma fada.
Aprendo tanto com ela. Simplesmente assim, com esse olhar que interroga, porque sabe que nunca se sabe tanto, que nunca se sabe tudo, que muito se sabe apenas de nada.
Belinha. Doçura e tranquilidade.