Fonte: VAN LOON, Hendrik Willem. A artes. Porto Alegre, Editora Globo, 1958.
Imagem: Baco, por Goya, 1778.
Leio de tudo. Dos clássicos e acadêmicos até almanaques populares e bulas de remédio. Excluindo revistas em quadrinhos, devoro qualquer tipo de literatura, mesmo aquela vista como dejeto cultural. Certamente já li e escrevi muita coisa, traduzi outras tantas, e meus arquivos estão cheios de traças que vieram das alturas do Himalaia. Este blog, então, vai ser o canal de saberes fragmentados, oficiais e oficiosos, que os Mestres do Imaginário oferecem a nossa indiscrição.
O milenar livro chinês das transmutações reflete a polaridade
das coisas. Dele resulta uma análise da realidade orientada pelo
antagonismo que se encontraria em certos domínios da existência: o bem e o mal,
o amor e o ódio, a alegria e a tristeza, beleza e feiura, etc. Todavia, esses
seres, coisas, fenômenos, enfim, estariam profundamente ligados entre si, o que
explicaria a facilidade com que migram de um polo a outro. Porque,
essencialmente, apenas a mudança seria real, o que faria da mutação, invariável
por excelência, o próprio caráter do mundo. Todos os caminhos seriam fluidos. De
acordo com Blofeld (1965, p. 45), o texto do I Ching seria, seguramente, bastante anterior
ao taoísmo e ao confucionismo surgidos como tais. Seu texto é atribuído ao Rei
Wên e ao Duque Chou. Não obstante isso, seus comentários seriam confucionistas.