A Preleção

— Então, você deseja saber como alguém faz para entrar em nossa sublime instituição? Pois bem, meu caro. Não pode. Ninguém pode decidir por si mesmo tornar-se um de nós. Ninguém pode nutrir tal pretensão, vício decorrente da vaidade e do orgulho. Nossos membros são escolhidos por nós, apenas por nós. Têm sua vida examinada, digamos, profundamente investigada. Informações sobre seu caráter, sobre sua conduta moral e social são apuradas cuidadosamente. Uma inspeção espiritual é empreendida também. Assim podemos saber se ele é, porventura, detentor das raras qualidades exigidas para sua admissão. Ele terá um padrinho, alguém que irá apresentá-lo à Ordem, uma espécie de avalista de seu caráter e de suas qualidades. O padrinho, necessariamente um Mestre Maçom, será alguém próximo dele, vai observá-lo de perto, ver como vive em família, como age no trabalho. Lembre-se, meu caro, não se trata de um clube profano, mas de uma das mais antigas instituições, cuja origem se perde na noite dos tempos. Alguém só se torna maçom mediante uma cerimônia secreta chamada Iniciação. Quando um profano é convidado, ele tem a liberdade de aceitar ou recusar. Nada poderá saber quanto ao cerimonial que o espera além do umbral do Templo. Se recusar, não mais será procurado; se aceitar, deve preparar-se de corpo e alma para a missão que lhe será assinada.
 
 Este trecho reproduz a preleção de um Mestre que tenta atrair a atenção de um futuro discípulo, conquistando-o para que venha a integrar os quadros da Ordem. 

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