Capítulo 8
1 Não disputes com um homem poderoso, para que não caias em suas
mãos.
2 Não tenhas desavença com um rico, para não acontecer que ele te
mova um processo;
3 pois o ouro e a prata perderam a muitos, e o poder deles chega até a
transviar o coração de um rei.
4 Não tenhas desavença com um grande falador, e não amontoes lenha
em sua fogueira.
5 Não convivas com um homem mal-educado, para não acontecer que
ele fale mal de teus antepassados.
6 Não desprezes um homem que renuncia ao pecado, não lhe dirijas
censuras; lembra-te de que todos merecemos o castigo.
7 Não desprezes um ancião, pois alguns dentre nós também
envelheceremos.
8 Não te alegres com a morte de teu inimigo, pois sabes que todos
morreremos, e não queremos que com isso se regozijem.
9 Não desprezes o que contarem os velhos sábios, mas entretém-te com
suas palavras,
10 pois é com eles que aprenderás a sabedoria, os ensinamentos da
inteligência, e a arte de servir irrepreensivelmente os poderosos.
11 Não desprezes os ensinamentos dos anciãos, pois eles os
aprenderam com seus pais.
12 Estudarás com eles o conhecimento e a arte de responder com
oportunidade.
13 Não acendas os tições dos pecadores, repreendendo-os, para não
acontecer que te queimes nas chamas dos seus pecados.
14 Não resistas perante um insolente, para que ele não arme ciladas às
tuas palavras.
15 Não emprestes dinheiro a alguém mais poderoso do que tu, pois, se
lhe emprestares, considera-o perdido.
16 Não prestes fiança a outrem além de tuas posses, pois se o fizeres,
considera-te na obrigação de pagá-la.
17 Não julgues (o procedimento) de um juiz, pois ele julga conforme a
eqüidade.
18 Não enveredes por um caminho com um audacioso, para não
acontecer que ele faça recair sobre ti seus delitos; pois ele só age
segundo o seu capricho, e por causa de sua loucura perecerás com ele.
19 Não tenhas desavença com um homem irascível; não vás para o
deserto com um audacioso, porque para ele nada vale o sangue, e ele te
destruirá quando te achares sem socorro.
20 Não deliberes com loucos, pois só amam o que lhes agrada.
21 Nada resolvas perante um estranho, pois não sabes o que ele pode
imaginar.
22 Não abras teu coração a qualquer homem, para não acontecer que
recebas uma falsa amizade, e, além disso, ultrajes.
Leio de tudo. Dos clássicos e acadêmicos até almanaques populares e bulas de remédio. Excluindo revistas em quadrinhos, devoro qualquer tipo de literatura, mesmo aquela vista como dejeto cultural. Certamente já li e escrevi muita coisa, traduzi outras tantas, e meus arquivos estão cheios de traças que vieram das alturas do Himalaia. Este blog, então, vai ser o canal de saberes fragmentados, oficiais e oficiosos, que os Mestres do Imaginário oferecem a nossa indiscrição.
Salomão
O terceiro rei de Israel; décimo filho de Davi e o segundo que teve de Bate-Seba. O seu nascimento tinha sido anunciado nas palavras proféticas de Natã (2 Sm 7.12,13; 1 Cr 22.8 a 10). Nasceu em Jerusalém, e pelo profeta foi chamado Jedidias "querido do Senhor" (2 Sm 5.14; 12.24,25). Quando Adonias, filho de Davi, sendo já seu pai mui velho, se levantou e disse "eu reinarei" (1 Rs 1.5), Natã incitou a rainha Bate-Seba a que fizesse lembrar a Davi a sua promessa com respeito a Salomão. Imediatamente procedeu Bate-Seba neste sentido, falando nas pretensões de Adonias a Davi, que, informado do que se passava, mandou a Zadoque e a Natã que fosse ungido rei o seu filho Salomão. Os partidários de Adonias prontamente o abandonaram, mas Salomão não lhe fez então mal algum, mandando-o ir para sua casa (1 Rs 1.53; 1 Cr 23.1). Mais tarde foi repetida a cerimônia da unção (1 Cr 29.22 a 25).
Depois da morte de Davi (1 Rs 2.10), casou Salomão com uma filha do Faraó do Egito, trazendo-a para Jerusalém (1 Rs 3.1). Num sonho que teve, pediu a Deus que lhe desse sabedoria, recebendo então a promessa de abundantes bênçãos (1 Rs 3.5 a 15).
A sua sabedoria, a sua piedade (1 Rs 3.16 a 28; 5.5), o esplendor da sua casa, e a extensão do seu reino, espalharam longe a sua fama (1 Rs 10.1 a 13). Como tinha sido predito, foi ele que edificou o primeiro templo de Jerusalém (1 Rs 5.6; 2 Cr 2 a 4), e um palácio para si; a Casa do Bosque do Líbano; um edifício para a rainha egípcia, sua mulher; o muro de Jerusalém, e várias cidades (1 Rs 3.1; 7.1,2,8; 9.15 a 19,24).
Salomão e o seu povo gozaram de profunda paz durante o seu reinado, e em todos os seus domínios. Ele governou sobre todos os povos desde o Eufrates (e ainda mais para além deste rio) até ao Nilo. O seu exército era grande e achava-se bem equipado (1 Rs 4.26; 10.26; 2 Cr 1.14). De tal maneira ele protegeu o comércio que a Palestina se tornou rica, abundante em artigos de luxo (1 Rs 9.26 e 28; 10.14,15,27 a 29). A sua casa tornou-se notável pela sua riqueza e esplendor (1 Rs 10.5; cp. com Mt 6.29).
Mas a prosperidade degenerou em voluptuosidade; a moral e a religião decaíram muito. Salomão tomou mulheres e concubinas em número de mil, havendo entre elas moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias. E de tal modo foi o seu coração pervertido por essas mulheres que ele chegou a adorar os falsos deuses, como Astarote dos sidônios, Moloque dos amonitas, e Camos dos moabitas, aos quais edificou templos no monte das Oliveiras (1 Rs 11.1 e 2; Ne 13.26). Os seus pecados trouxeram o castigo anunciado (2 Sm 7.14; 1 Rs 11.9 a 13), e apareceram os inimigos (1 Rs 11.14 a 40), enevoando os seus últimos dias.
Depois de ter reinado quarenta anos, morreu Salomão, sendo sepultado "na cidade de seu pai Davi" (1 Rs 11.42,43; 2 Cr 9.29 a 31). Três livros do A.T., Provérbios, Eclesiastes e Cantares, são atribuídos a esse rei. Jesus Cristo fez alusões à sabedoria de Salomão e à magnificência com que vivia (Mt 6.29; 12.42; Lc 11.31; 12.27).
Fonte: Dicionário Bíblico
Depois da morte de Davi (1 Rs 2.10), casou Salomão com uma filha do Faraó do Egito, trazendo-a para Jerusalém (1 Rs 3.1). Num sonho que teve, pediu a Deus que lhe desse sabedoria, recebendo então a promessa de abundantes bênçãos (1 Rs 3.5 a 15).
A sua sabedoria, a sua piedade (1 Rs 3.16 a 28; 5.5), o esplendor da sua casa, e a extensão do seu reino, espalharam longe a sua fama (1 Rs 10.1 a 13). Como tinha sido predito, foi ele que edificou o primeiro templo de Jerusalém (1 Rs 5.6; 2 Cr 2 a 4), e um palácio para si; a Casa do Bosque do Líbano; um edifício para a rainha egípcia, sua mulher; o muro de Jerusalém, e várias cidades (1 Rs 3.1; 7.1,2,8; 9.15 a 19,24).
Salomão e o seu povo gozaram de profunda paz durante o seu reinado, e em todos os seus domínios. Ele governou sobre todos os povos desde o Eufrates (e ainda mais para além deste rio) até ao Nilo. O seu exército era grande e achava-se bem equipado (1 Rs 4.26; 10.26; 2 Cr 1.14). De tal maneira ele protegeu o comércio que a Palestina se tornou rica, abundante em artigos de luxo (1 Rs 9.26 e 28; 10.14,15,27 a 29). A sua casa tornou-se notável pela sua riqueza e esplendor (1 Rs 10.5; cp. com Mt 6.29).
Mas a prosperidade degenerou em voluptuosidade; a moral e a religião decaíram muito. Salomão tomou mulheres e concubinas em número de mil, havendo entre elas moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias. E de tal modo foi o seu coração pervertido por essas mulheres que ele chegou a adorar os falsos deuses, como Astarote dos sidônios, Moloque dos amonitas, e Camos dos moabitas, aos quais edificou templos no monte das Oliveiras (1 Rs 11.1 e 2; Ne 13.26). Os seus pecados trouxeram o castigo anunciado (2 Sm 7.14; 1 Rs 11.9 a 13), e apareceram os inimigos (1 Rs 11.14 a 40), enevoando os seus últimos dias.
Depois de ter reinado quarenta anos, morreu Salomão, sendo sepultado "na cidade de seu pai Davi" (1 Rs 11.42,43; 2 Cr 9.29 a 31). Três livros do A.T., Provérbios, Eclesiastes e Cantares, são atribuídos a esse rei. Jesus Cristo fez alusões à sabedoria de Salomão e à magnificência com que vivia (Mt 6.29; 12.42; Lc 11.31; 12.27).
Fonte: Dicionário Bíblico
Mestre Perfeito
À perfeição do espírito e do coração, a todas as grandes verdades e a todos os conhecimentos úteis enumerados sobre a Pedra Cúbica.
Não esqueças de teu Criador nos dias de tua juventude, se quiseres apartar de ti aquelas tribulações que fazem exclamar o homem, “não há prazer para mim”. Dias de dor, em que nem o Sol, nem a Lua, nem as estrelas nos alegram com sua luz; em que treme o poderoso e se humilha o forte; em que tudo é aflição ao nosso espírito; em que é lúgubre o canto das aves e sem harmonia os ecos da música; em que vemos de perto a ira do Senhor; em que morre nossa esperança e se extinguem nossos desejos. Vamos empreender aquela longa jornada da qual nenhum viajante regressa e onde parentes e amigos lamentam nossa partida. O corpo então devolvemos à terra, e o espírito, ao Senhor. Vaidade das vaidades, tudo é vaidade!
HISTÓRICO
Este grau, em sua origem, teve por fim honrar a memória dos IIr.`.falecidos. Seu ritual contém interessantes pormenores sobre cerimônias de inumação e homenagens fúnebres que em tais casos eram tradicionais.
A Loja representa uma cova com um cadáver dentro. Haverá, ademais, um cordel para retirada do corpo, e um sepulcro em forma piramidal coroado por um triângulo entre quatro círculos e quatro quadrados. A cova e o cadáver são emblemas do homem morto para a razão e a verdade, submerso nas trevas do erro; é retirado de lá com a ajuda de um cordel, ou seja, graças à Orla Dentada, laço sagrado pelo qual estão unidos os maçons dos dois mundos, a fim de que, juntos, descubram a verdade. A pirâmide e seu ápice figuram o Mestre zeloso que se eleva pelos graus até o conhecimento desta augusta Verdade. Os quatro círculos e os quatro quadrados são símbolos da Imensidade e da solidez das obras do Eterno.
Quando Salomão soube que haviam encontrado o corpo de Hiram, ordenou a seu Gr.`. Insp.`. Adoniram que preparasse os funerais com pompa e magnificência, e que todos os IIr.`. comparecessem com seus aventais e luvas brancos, proibindo-os de se mancharem de sangue, até que fosse efetuada a vingança sobre os perpetradores de tão horrível assassinato. Adoniram prontamente formulou o plano de um augusto monumento que se executou e concluiu de todo em nove dias. Era de mármore branco e preto.
Embalsamado, o coração de Hiram, com uma espada atravessada, foi colocado em uma urna e exposto à vista pública no terceiro escalão da subida para o S.`.S.`.. Lá ficou pelo espaço de nove dias, até a conclusão dos trabalhos de construção do obelisco. Este foi levantado na porta do Oriente, um pouco voltado para o Norte, para marcar o local onde os assassinos haviam primeiramente enterrado o cadáver, antes de conduzi-lo ao lugar onde o Ir.`. Stolkim o encontrou. Os IIr.`. foram também manifestar sua dor, postando-se no primeiro escalão do S.`.S.`.. Concluído o obelisco, colocou-se lá a urna sobre o pedestal, e o corpo de Hiram foi enterrado no meio de uma câmara subterrânea debaixo do Templo, com todas as honras devidas a essa grande homem. Esta câmara era o aposento onde Salomão tinha seu Capítulo, no qual conferenciava com Hiram, Rei de Tiro sobre a arte mística. No obelisco, havia uma pedra triangular onde estavam gravadas, em caracteres hebraicos, as iniciais J.B.M.. O J. é a inicial da antiga palavra de Mest.`., e as letras M.B., da moderna e do ramo de acácia que se vela também encima da dita pedra. Salomão tomou todas as insígnias quando a palavra do terceiro grau foi mudada.
Três dias depois da cerimônia, rodeado por sua corte, foi ao Templo, estando todos os obreiros na mesma ordem em que estavam no dia do funeral. O Soberano fez uma súplica ao Todo Poderoso, examinou a tumba, o dossel, repassou o triângulo, as letras gravadas neste, a pirâmide e, achando tudo bem ordenado, fez o sinal de admiração.
Moral do Grau: Devemos tributar a nossos IIr.`. o respeito que merece sua memória.
Não esqueças de teu Criador nos dias de tua juventude, se quiseres apartar de ti aquelas tribulações que fazem exclamar o homem, “não há prazer para mim”. Dias de dor, em que nem o Sol, nem a Lua, nem as estrelas nos alegram com sua luz; em que treme o poderoso e se humilha o forte; em que tudo é aflição ao nosso espírito; em que é lúgubre o canto das aves e sem harmonia os ecos da música; em que vemos de perto a ira do Senhor; em que morre nossa esperança e se extinguem nossos desejos. Vamos empreender aquela longa jornada da qual nenhum viajante regressa e onde parentes e amigos lamentam nossa partida. O corpo então devolvemos à terra, e o espírito, ao Senhor. Vaidade das vaidades, tudo é vaidade!
HISTÓRICO
Este grau, em sua origem, teve por fim honrar a memória dos IIr.`.falecidos. Seu ritual contém interessantes pormenores sobre cerimônias de inumação e homenagens fúnebres que em tais casos eram tradicionais.
A Loja representa uma cova com um cadáver dentro. Haverá, ademais, um cordel para retirada do corpo, e um sepulcro em forma piramidal coroado por um triângulo entre quatro círculos e quatro quadrados. A cova e o cadáver são emblemas do homem morto para a razão e a verdade, submerso nas trevas do erro; é retirado de lá com a ajuda de um cordel, ou seja, graças à Orla Dentada, laço sagrado pelo qual estão unidos os maçons dos dois mundos, a fim de que, juntos, descubram a verdade. A pirâmide e seu ápice figuram o Mestre zeloso que se eleva pelos graus até o conhecimento desta augusta Verdade. Os quatro círculos e os quatro quadrados são símbolos da Imensidade e da solidez das obras do Eterno.
Quando Salomão soube que haviam encontrado o corpo de Hiram, ordenou a seu Gr.`. Insp.`. Adoniram que preparasse os funerais com pompa e magnificência, e que todos os IIr.`. comparecessem com seus aventais e luvas brancos, proibindo-os de se mancharem de sangue, até que fosse efetuada a vingança sobre os perpetradores de tão horrível assassinato. Adoniram prontamente formulou o plano de um augusto monumento que se executou e concluiu de todo em nove dias. Era de mármore branco e preto.
Embalsamado, o coração de Hiram, com uma espada atravessada, foi colocado em uma urna e exposto à vista pública no terceiro escalão da subida para o S.`.S.`.. Lá ficou pelo espaço de nove dias, até a conclusão dos trabalhos de construção do obelisco. Este foi levantado na porta do Oriente, um pouco voltado para o Norte, para marcar o local onde os assassinos haviam primeiramente enterrado o cadáver, antes de conduzi-lo ao lugar onde o Ir.`. Stolkim o encontrou. Os IIr.`. foram também manifestar sua dor, postando-se no primeiro escalão do S.`.S.`.. Concluído o obelisco, colocou-se lá a urna sobre o pedestal, e o corpo de Hiram foi enterrado no meio de uma câmara subterrânea debaixo do Templo, com todas as honras devidas a essa grande homem. Esta câmara era o aposento onde Salomão tinha seu Capítulo, no qual conferenciava com Hiram, Rei de Tiro sobre a arte mística. No obelisco, havia uma pedra triangular onde estavam gravadas, em caracteres hebraicos, as iniciais J.B.M.. O J. é a inicial da antiga palavra de Mest.`., e as letras M.B., da moderna e do ramo de acácia que se vela também encima da dita pedra. Salomão tomou todas as insígnias quando a palavra do terceiro grau foi mudada.
Três dias depois da cerimônia, rodeado por sua corte, foi ao Templo, estando todos os obreiros na mesma ordem em que estavam no dia do funeral. O Soberano fez uma súplica ao Todo Poderoso, examinou a tumba, o dossel, repassou o triângulo, as letras gravadas neste, a pirâmide e, achando tudo bem ordenado, fez o sinal de admiração.
Moral do Grau: Devemos tributar a nossos IIr.`. o respeito que merece sua memória.
ADONIRAM
Não se deve confundir Adoniram, filho de Abda, um dos intendentes de Salomão e cobrador ou preceptor de tributos, com Hiram Abi, ou seja Adonhiram, o arquiteto supremo do Templo. A propósito de Adoniram, citaremos o fato referido pelo continuador da História dos Judeus. Josefo disse: que no ano de 1480, descobriu-se em Sagunto um corpo de tamanho prodigioso. Na lápide que o cobria, achou-se uma inscrição hebraica que cita Billero e que Villalpando acredita autêntica, e que, traduzida para o latim, dizia assim:
Hic est Tumulus
Adoniram,
Servi Regis Salomonis,
Qui venit ut exigeret Tributum,
Et mortus Est die...
Cnya traduziu: Este é o sepulcro de Adoniram, súdito do Rei Salomão, que veio cobrar os tributos e morreu no dia...
CASSARD, Andres. Manual de la Masoneria, Nueva York, 1867.
Hic est Tumulus
Adoniram,
Servi Regis Salomonis,
Qui venit ut exigeret Tributum,
Et mortus Est die...
Cnya traduziu: Este é o sepulcro de Adoniram, súdito do Rei Salomão, que veio cobrar os tributos e morreu no dia...
CASSARD, Andres. Manual de la Masoneria, Nueva York, 1867.
Sobre a palavra “JEHOVAH”
O mais antigo exemplo que se conhece do emprego da palavra Jeová, é do ano 1518 d.C., e é devido à má compreensão de um termo hebraico, cujas consoantes são Yhwk. Depois do cativeiro tinham os judeus tão grande respeito a este nome, que, na verdade, somente era usado, segundo algumas autoridades, pelo sumo sacerdote, uma só vez no ano, no dia da expiação. Todavia, Yhwk ocorre muito freqüentemente na Sagrada Escritura; e por isso outra palavra, Adonai (Senhor), a substituiu na leitura em alta voz, e foi adotada pelos tradutores nas diversas línguas estrangeiras (em grego Kyrios; em latim Dominus). E desta maneira se perdeu a verdadeira pronúncia de Yhwk.
Quando, porém, foram acrescentadas às consoantes hebraicas (no oitavo e nono século d.C.) as letras vogais, as de Adonai foram dadas a Yhwk em vez das suas próprias. Por esta razão, se o primeiro "a" fosse levemente disfarçado seria possível ler-se Yehowah; e foi isto o que realmente aconteceu. Com estas vogais se pretendeu, tanto quanto possível, designar várias formas do verbo hebraico e sugerir assim, numa só palavra, Jeová, estas idéias: "O que será", "O que é", e "Aquele que foi".
Embora isto seja pura imaginação, concorda com a frase que se encontra no Ap 1.4. Primitivamente, sem dúvida, Yhwk representava aquele tempo de um verbo hebraico que implica continuidade (o tempo chamado "imperfeito"), e com as suas vogais se lia Yahaweh ou Yahwek. A sua significação era provavelmente "Aquele que é", ou "Aquele que será", sugerindo plena vida com infinitas possibilidades. Para isto há a seguinte explicação: Quando Moisés quis informar-se a respeito do nome de Deus, foi esta a resposta: "O Ente 'Eu sou o que sou', 'ou Serei o que serei', me mandou vir ter contigo."
Este nome significa, então, o Ser que subsiste por Si, o qual proverá a respeito do Seu Povo. Quanto a saber-se até que ponto o nome era conhecido do povo de Israel, antes da chamada de Moisés, não é possível aprofundar o assunto. Por um lado, explicitamente diz Deus: "Eu sou o Senhor: e eu apareci a Abraão, a Isaque, e a Jacó, como Deus, o Todo-poderoso (El-Saddai); mas pelo meu nome, o Senhor, não lhes fui perfeitamente conhecido."
Por outro lado, freqüentemente ocorre esse nome no livro de Gênesis, e acham-se vestígios dele, com aplicação a um certo deus, nos primitivos documentos babilônicos. Tudo bem considerado, é provável que o uso da palavra no Gênesis seja devido a escritores ou copistas, posteriores à chamada de Moisés, e que, embora a palavra fosse conhecida antes desse tempo, não estava formalmente identificada com o verdadeiro Deus. Seja como for, a palavra era tão expressiva, tão cheia de promessas para um homem que começa a sua vida, e para uma nação que estava a ponto de entrar numa carreira de proveito para todo o mundo, que a sua escolha não somente revelava a natureza de Deus, mas também assegurava o bom resultado do Seu povo. Era o nome do pacto com Deus, e estava revestido de poder. (Dic. Bibl.)
Quando, porém, foram acrescentadas às consoantes hebraicas (no oitavo e nono século d.C.) as letras vogais, as de Adonai foram dadas a Yhwk em vez das suas próprias. Por esta razão, se o primeiro "a" fosse levemente disfarçado seria possível ler-se Yehowah; e foi isto o que realmente aconteceu. Com estas vogais se pretendeu, tanto quanto possível, designar várias formas do verbo hebraico e sugerir assim, numa só palavra, Jeová, estas idéias: "O que será", "O que é", e "Aquele que foi".
Embora isto seja pura imaginação, concorda com a frase que se encontra no Ap 1.4. Primitivamente, sem dúvida, Yhwk representava aquele tempo de um verbo hebraico que implica continuidade (o tempo chamado "imperfeito"), e com as suas vogais se lia Yahaweh ou Yahwek. A sua significação era provavelmente "Aquele que é", ou "Aquele que será", sugerindo plena vida com infinitas possibilidades. Para isto há a seguinte explicação: Quando Moisés quis informar-se a respeito do nome de Deus, foi esta a resposta: "O Ente 'Eu sou o que sou', 'ou Serei o que serei', me mandou vir ter contigo."
Este nome significa, então, o Ser que subsiste por Si, o qual proverá a respeito do Seu Povo. Quanto a saber-se até que ponto o nome era conhecido do povo de Israel, antes da chamada de Moisés, não é possível aprofundar o assunto. Por um lado, explicitamente diz Deus: "Eu sou o Senhor: e eu apareci a Abraão, a Isaque, e a Jacó, como Deus, o Todo-poderoso (El-Saddai); mas pelo meu nome, o Senhor, não lhes fui perfeitamente conhecido."
Por outro lado, freqüentemente ocorre esse nome no livro de Gênesis, e acham-se vestígios dele, com aplicação a um certo deus, nos primitivos documentos babilônicos. Tudo bem considerado, é provável que o uso da palavra no Gênesis seja devido a escritores ou copistas, posteriores à chamada de Moisés, e que, embora a palavra fosse conhecida antes desse tempo, não estava formalmente identificada com o verdadeiro Deus. Seja como for, a palavra era tão expressiva, tão cheia de promessas para um homem que começa a sua vida, e para uma nação que estava a ponto de entrar numa carreira de proveito para todo o mundo, que a sua escolha não somente revelava a natureza de Deus, mas também assegurava o bom resultado do Seu povo. Era o nome do pacto com Deus, e estava revestido de poder. (Dic. Bibl.)
Mestre Secreto
O Senhor reina: seu povo o teme: sentado entre os querubins, a Terra gira a seus pés. Rogai ao Senhor, oh! Vós, seus servidores e bendizei seu Santo Nome.
Louvai o nome do Senhor, de hoje até a consumação dos séculos. Do Oriente até o Ocaso, bendizei seu Santo Nome, porque Ele reina sobre todas as nações, e os céus são testemunha de sua glória.
Bendito seja o Senhor, exaltado seu Nome Santo. Rogai e bendizei, porque o Senhor é bom e misericordioso e escolheu a Jacó para seu servo e a Israel por seu povo predileto. Glorificai seu nome, porque só seu nome é excelso e sua glória se estende aos céus e à Terra.
Teu nome, oh! Senhor, seja louvado agora e sempre por todas as gerações.
Santificai nossa alma e que todo nosso ser louve vosso Santo Nome.
HISTÓRICO
Este grau foi criado por Salomão à época da conclusão dos trabalhos do Templo. Escolheu sete entre os mais dignos dos IIr e os nomeou guardas do SS e das jóias sagradas do Templo. Receberam o nome de Mestres Secretos e, no devido tempo, foram elevados a graus superiores, sendo outros colocados em seus lugares.
O Ritual deste grau contém interessantes detalhes sobre o sentido místico das jóias e ornamentos do SS. As cerimônias de iniciação são solenes e expressivas e formam uma bela introdução à série de graus inefáveis.
Não está fora de propósito falar aqui na decomposição cabalística da palavra Jehovah que, combinada de muitas maneiras com a letra inicial, dá sempre um dos nomes de Deus.
Apenas sua inicial bastaria para expressar aquele nome inefável que, disposto cabalisticamente, forma um triângulo no qual, não apenas pela figura do Delta, designa a Divindade; encerra em si, além disso, a letra sagrada com as diversas entonações que encontra a pronúncia desta palavra.
O grande nome de Deus, o nome impronunciável, era um dos mistérios do interior do Templo, existindo algumas dúvidas a respeito de sua pronúncia.
O Grande Sacerdote era o único que podia pronunciá-lo e apenas uma vez por ano, no Dia da Expiação, o décimo dia da lua de Tishri. Assim mesmo, os levitas procuravam fazer grande ruído, para que o nome não fosse audível pela multidão. Trata-se do nome que o Senhor dera a Moisés no monte Horeb.
Enos, filho de Set, filho de Adão, foi o primeiro que, segundo a Escritura, invocou a Deus por seu nome. Souchet, numa sábia dissertação, tratou com pormenores da pronúncia e da etimologia da palavra Jehovah. Genebrard, Vosio e outros escreveram sobre o mesmo assunto com grande erudição. As observações acerca desse nome adiantaram-se tanto, que se pretendeu haver descoberto a demonstração e a expressão positiva do mistério da Trindade. Não podemos resistir ao desejo de apresentar a nossos leitores um dos mais singulares desses sistemas, citado pelo continuador da História dos Judeus, obra escrita no Século XII por um daqueles que depois se fez cristão. Diz, pois, na página 409 do tomo IV, que a Trindade se prova pelo nome de Jehovah, cuja combinação pode formar três nomes que não constituem mais que uma só essência.
Para demonstrá-lo, escrevem-se dois círculos, um grande e outro concêntrico, além de outros colocados de tal modo que seu centro comum esteja na circunferência do círculo interior. Em cada um dos círculos pequenos, escrevem-se as letras da palavra, de modo que resulte uma letra em cada hemisfério. Junta-se, então, o iod ao primeiro he, que implica em que o primeiro nome de Deus é Gerador. Une-se, em seguida, o primeiro he com o vau, e temos outro nome de Deus, a saber, verbo gerado. O vau, com o segundo he, forma o terceiro nome, que procede do primeiro e do segundo. Enfim, como tudo se acha reunido dentro do grande círculo, resultam três em um.
Francisco Vatablo, em seus Comentários sobre a Bíblia, referindo-se à palavra tomada do hebraico, cuja interpretação acabamos de dar, diz: Este nome contém o mistério da Trindade, segundo consta das tradições do povo hebreu, muito anteriores a Jesus Cristo. Por ‘iod’, devemos entender o Pai, princípio e origem de todas as coisas. Por ‘he’, o Filho, por quem empreendeu toda criação. Por ‘vau’, o Espírito Santo, união ou amor mútuo entre o Pai e o Filho, do qual resultou o segundo ‘he’ – uma dupla natureza que é Cristo. A primeira destas naturezas, ‘he’, é divina; a Segunda, é humana.
Hay, filho de Scherira, que viveu no ano 997 da E.C., disse, em sua obra, a respeito da antiga formação da palavra Jehovah , que a havia visto gravada, em antigos monumentos de Jerusalém, de modo análogo aos exemplos acima citados.
Moral deste grau: silêncio e segredo.
Louvai o nome do Senhor, de hoje até a consumação dos séculos. Do Oriente até o Ocaso, bendizei seu Santo Nome, porque Ele reina sobre todas as nações, e os céus são testemunha de sua glória.
Bendito seja o Senhor, exaltado seu Nome Santo. Rogai e bendizei, porque o Senhor é bom e misericordioso e escolheu a Jacó para seu servo e a Israel por seu povo predileto. Glorificai seu nome, porque só seu nome é excelso e sua glória se estende aos céus e à Terra.
Teu nome, oh! Senhor, seja louvado agora e sempre por todas as gerações.
Santificai nossa alma e que todo nosso ser louve vosso Santo Nome.
HISTÓRICO
Este grau foi criado por Salomão à época da conclusão dos trabalhos do Templo. Escolheu sete entre os mais dignos dos IIr e os nomeou guardas do SS e das jóias sagradas do Templo. Receberam o nome de Mestres Secretos e, no devido tempo, foram elevados a graus superiores, sendo outros colocados em seus lugares.
O Ritual deste grau contém interessantes detalhes sobre o sentido místico das jóias e ornamentos do SS. As cerimônias de iniciação são solenes e expressivas e formam uma bela introdução à série de graus inefáveis.
Não está fora de propósito falar aqui na decomposição cabalística da palavra Jehovah que, combinada de muitas maneiras com a letra inicial, dá sempre um dos nomes de Deus.
Apenas sua inicial bastaria para expressar aquele nome inefável que, disposto cabalisticamente, forma um triângulo no qual, não apenas pela figura do Delta, designa a Divindade; encerra em si, além disso, a letra sagrada com as diversas entonações que encontra a pronúncia desta palavra.
O grande nome de Deus, o nome impronunciável, era um dos mistérios do interior do Templo, existindo algumas dúvidas a respeito de sua pronúncia.
O Grande Sacerdote era o único que podia pronunciá-lo e apenas uma vez por ano, no Dia da Expiação, o décimo dia da lua de Tishri. Assim mesmo, os levitas procuravam fazer grande ruído, para que o nome não fosse audível pela multidão. Trata-se do nome que o Senhor dera a Moisés no monte Horeb.
Enos, filho de Set, filho de Adão, foi o primeiro que, segundo a Escritura, invocou a Deus por seu nome. Souchet, numa sábia dissertação, tratou com pormenores da pronúncia e da etimologia da palavra Jehovah. Genebrard, Vosio e outros escreveram sobre o mesmo assunto com grande erudição. As observações acerca desse nome adiantaram-se tanto, que se pretendeu haver descoberto a demonstração e a expressão positiva do mistério da Trindade. Não podemos resistir ao desejo de apresentar a nossos leitores um dos mais singulares desses sistemas, citado pelo continuador da História dos Judeus, obra escrita no Século XII por um daqueles que depois se fez cristão. Diz, pois, na página 409 do tomo IV, que a Trindade se prova pelo nome de Jehovah, cuja combinação pode formar três nomes que não constituem mais que uma só essência.
Para demonstrá-lo, escrevem-se dois círculos, um grande e outro concêntrico, além de outros colocados de tal modo que seu centro comum esteja na circunferência do círculo interior. Em cada um dos círculos pequenos, escrevem-se as letras da palavra, de modo que resulte uma letra em cada hemisfério. Junta-se, então, o iod ao primeiro he, que implica em que o primeiro nome de Deus é Gerador. Une-se, em seguida, o primeiro he com o vau, e temos outro nome de Deus, a saber, verbo gerado. O vau, com o segundo he, forma o terceiro nome, que procede do primeiro e do segundo. Enfim, como tudo se acha reunido dentro do grande círculo, resultam três em um.
Francisco Vatablo, em seus Comentários sobre a Bíblia, referindo-se à palavra tomada do hebraico, cuja interpretação acabamos de dar, diz: Este nome contém o mistério da Trindade, segundo consta das tradições do povo hebreu, muito anteriores a Jesus Cristo. Por ‘iod’, devemos entender o Pai, princípio e origem de todas as coisas. Por ‘he’, o Filho, por quem empreendeu toda criação. Por ‘vau’, o Espírito Santo, união ou amor mútuo entre o Pai e o Filho, do qual resultou o segundo ‘he’ – uma dupla natureza que é Cristo. A primeira destas naturezas, ‘he’, é divina; a Segunda, é humana.
Hay, filho de Scherira, que viveu no ano 997 da E.C., disse, em sua obra, a respeito da antiga formação da palavra Jehovah , que a havia visto gravada, em antigos monumentos de Jerusalém, de modo análogo aos exemplos acima citados.
Moral deste grau: silêncio e segredo.
Viver
Viver é sinônimo de agir. Todos os seres vivem para desempenhar uma função, uma tarefa lhes sendo imposta pelo próprio fato de eles existirem.
Nós vivemos apenas para trabalhar. O trabalho começa para nós, com efeito, desde nossa concepção. É preciso primeiro construir um organismo, ou seja, um instrumento que nos permitirá agir fora de nós mesmos.
O acabamento da ferramenta corporal e, depois, a entrada na posse deste relacionam-se à Aprendizagem. O indivíduo torna-se Companheiro desde que, possuindo plenamente a si mesmo, se sente disponível para uma nova tarefa, ou seja, para o trabalho efetivo ao qual é chamado.
Trabalhar como Companheiro é fazer obra de utilidade geral, é colocar-se a serviço da coletividade à qual o indivíduo se devota.
O Aprendiz permanece egoísta, no sentido em que trabalha sobre ele mesmo e persegue sempre seu próprio aperfeiçoamento. Ele aplica o preceito: a caridade bem ordenada começa por si. Para poder dar, é preciso adquirir, é preciso saber atrair para si, tomar e apropria-se.
Este egoísmo é obrigatório: ele é a raiz de todo devir. Todo ser individual se constitui às expensas de seu ambiente. Ele é constrangido a fazer-se o centro de um monopólio e a insurgir-se, de qualquer sorte, contra o conjunto das coisas, contra a vida universal, contra a corrente geral à qual ele opõe seu turbilhão particular.
Esta oposição, todavia, não está destinada a se perpetuar. Chega um tempo em que o indivíduo atinge seu máximo de crescimento, o meio-dia da vida . A coletividade da qual ele faz parte integrante reclama então seus direitos. Ela exige que o indivíduo, sem se esquecer de si mesmo e sem negligenciar sua própria conservação, tome cada vez mais consciência dos interesses gerais e saiba a estes últimos subordinar os seus.
Para receber seu salário na Coluna J.’., é preciso dar prova de uma forte energia interior colocada em si mesmo. Mas, após haver acumulado esta força, é necessário havê-la despendido generosamente para aproximar-se da Coluna B.’., onde não são recompensados senão aqueles que se fazem voluntariamente fracos, sacrificando-se.
O que acontece, no organismo, à célula que se cansa em benefício do conjunto? Ela esmorece momentaneamente, mas, de imediato, a economia geral vem em seu socorro; ela é reconfortada, à vista de um novo esforço e, longe de permanecer enfraquecida, revigora-se para a ação, progressivamente, na medida em que a exerce.
As coisas acontecem de maneira análoga para os indivíduos que sabem não viver apenas para si mesmo. Eles têm todo interesse em viver uma vida mais longa, que será aquela de seu ramo ancestral, de sua raça, de sua nação e finalmente de sua espécie, considerada como o ser coletivo do qual eles são as unidades componentes.
Do mesmo modo que o Aprendiz aspira a ver a luz, o Companheiro deve aplicar-se a viver realmente uma vida superior.
O. Wirth
A Franco-Maçonaria é chamada a refazer o mundo. A tarefa não está acima de suas forças, desde que ela se torne aquilo que deve ser.
Quando existirem em Maçonaria Mestres esclarecidos capazes de ler e de escrever a língua sagrada, então nossa instituição passará do Símbolo à Realidade. Ela encarnará a Iniciação verdadeira e construirá efetivamente o Templo da Suprema Sabedoria Humana.
— Que procuram os Mestres?
— A Palavra Perdida.
— Que palavra é esta?
— A chave do segredo maçônico, falando de outro modo, a compreensão daquilo que permanece ininteligível aos profanos e aos iniciados imperfeitos.
Oswald Wirth
Meditação
Este poema de Aleister Crowley integra o rito executado no Grau Minerval, dedicado ao estudo de si mesmo para viver em uma sociedade Thelemica. Visa ao conhecimento dos princípios fundamentais da ordem, suas leis e usos, e dispõe o Minerval para a prática da Liberdade através de Liber Al vel Legis e de Liber OZ, obras de autoria do controvertido A. Crowley. Na verdade, um poema bastante interessante. Ei-lo:
Há sete chaves para a grande porta,
Uma em oito, uma que em oito em si comporta.
Primeiro que o teu corpo esteja quieto,
Pela vontade feito ereto,
Rígido, assim tu podes abortar
Dos fetos pensamentos o tear.
Segundo, seja fundo o seu alento,
Seja fácil, regular e lento;
Assim o teu ser compassa, no seu plano
O majestoso ritmo do oceano.
Terceiro, depois seja tua vida pura e calma,
Como um dia quieto oscila a palma.
Quarto, que o teu querer busque no mundo,
Apenas o que é simples e é profundo.
Quinto, o pensar, divinamente LIVRE
Dos sentidos, se observe enquanto vive.
Vigia cada broto pensamento;
Hora após hora fica mais atento
Intenso, introspectivo, pronto, agudo,
Não percas um só deles; anota tudo.
Sexto, tendo um de todos escolhido,
Concentra nele apenas o teu sentido
Como uma flama quieta lavra,
Queima teu SER nessa única palavra
Depois, aquieta este êxtase, teu norte
Torna o meditar profundo e forte,
Matando mesmo Deus caso Ele venha
Tentar tua atenção que assim se empenha,
Por fim, tudo isso estando unido, cresce
A flor da meia-noite em ti floresce.
A unidade é. Mas mesmo nisto,
Meu Filho, não serás por mim malvisto
Se essa expressão sufocas, se num triz
Tua atenção remetes à Raiz
Deste êxtase; se deixas mesmo a fama,
A cor, a Vida, a Glória, o Ardor; reclama
A escura causa; ignora a luz do efeito
Tu és o MESTRE. Deixo-te. Respeito.
Tua radiância que se expande e se desata,
RECÉM NASCIDO IRMÃO DA ESTRELA DE PRATA.
Há sete chaves para a grande porta,
Uma em oito, uma que em oito em si comporta.
Primeiro que o teu corpo esteja quieto,
Pela vontade feito ereto,
Rígido, assim tu podes abortar
Dos fetos pensamentos o tear.
Segundo, seja fundo o seu alento,
Seja fácil, regular e lento;
Assim o teu ser compassa, no seu plano
O majestoso ritmo do oceano.
Terceiro, depois seja tua vida pura e calma,
Como um dia quieto oscila a palma.
Quarto, que o teu querer busque no mundo,
Apenas o que é simples e é profundo.
Quinto, o pensar, divinamente LIVRE
Dos sentidos, se observe enquanto vive.
Vigia cada broto pensamento;
Hora após hora fica mais atento
Intenso, introspectivo, pronto, agudo,
Não percas um só deles; anota tudo.
Sexto, tendo um de todos escolhido,
Concentra nele apenas o teu sentido
Como uma flama quieta lavra,
Queima teu SER nessa única palavra
Depois, aquieta este êxtase, teu norte
Torna o meditar profundo e forte,
Matando mesmo Deus caso Ele venha
Tentar tua atenção que assim se empenha,
Por fim, tudo isso estando unido, cresce
A flor da meia-noite em ti floresce.
A unidade é. Mas mesmo nisto,
Meu Filho, não serás por mim malvisto
Se essa expressão sufocas, se num triz
Tua atenção remetes à Raiz
Deste êxtase; se deixas mesmo a fama,
A cor, a Vida, a Glória, o Ardor; reclama
A escura causa; ignora a luz do efeito
Tu és o MESTRE. Deixo-te. Respeito.
Tua radiância que se expande e se desata,
RECÉM NASCIDO IRMÃO DA ESTRELA DE PRATA.
O Tédio
Há um parentesco íntimo entre a satisfação e a morte. Em qualquer domínio que seja, mas talvez sobretudo no domínio espiritual, um ser satisfeito, um ser que declara a si mesmo que ele possui tudo o que lhe é necessário já está em via de decomposição. É muito frequentemente da satisfação que nasce esse tédio da vida, esse desgosto secreto que cada um de nós pôde experimentar em certas horas, e que é uma das formas de corrupção espiritual mais sutis.
Gabriel Marcel. Être et avoir. Ed. Aubier, Paris, 1935, p. 317.
Batei e abrir-se-vos-á
E é bom quando alguém bate três vezes.
Ácaros Iniciáticos
Aos Iniciados do 2º Grau
Queridos Irmãos,
Uma vez cumprido vosso período de aprendizagem, vós fostes julgados capazes de colaborar utilmente para a Grande Obra da Construção universal.
Eis que fostes admitidos dentre o número de Obreiros que sabem trabalhar: uma obra pode doravante vos ser confiada; vós não faltareis em executá-la fielmente, segundo todas as regras de nossa Arte.
Mas, para que sejais dignos da confiança que vos foi testemunhada, é indispensável que vos torneis verdadeiros Companheiros.
Não é suficiente, com efeito, — para possuir efetivamente um grau maçônico, — havê-lo recebido ritualisticamente.
Nossas cerimônias não têm nenhuma virtude sacramental, e nenhuma consagração tem o poder de fazer um Maçom, porque, em toda iniciação efetiva, o iniciado se faz a si mesmo. Os ritos iniciáticos não têm outro papel a não ser aquele de traçar um programa.
É assim que as provas do grau de Aprendiz deveram incitar-vos a vos transformar interiormente, de maneira a realizar o ideal do Iniciado de primeiro grau.
Se vós houverdes compreendido todo o alcance das formalidades que sofrestes para receber a luz, vós a possuís, efetivamente, e, por este fato, fostes iniciados — implicitamente, é verdade — em todos os segredos da Franco-Maçonaria.
Procedendo sempre por síntese, nossa instituição, essencialmente filosófica, prefere, com efeito, encerrar o todo na parte.
O primeiro de seus graus é, desse ponto de vista, tão bem coordenado, que poderia permanecer único, se nosso espírito tivesse o poder descobrir tudo aquilo que ali se contém.
Mas nossa penetração espiritual está longe de ser sempre genial.
As exigências da vida moderna deixam poucas oportunidades para a meditação, de modo que contraímos o hábito de nos mantermos na superfície das coisas.
Ora, para descobrir as verdades iniciáticas é preciso aprofundar e obrigar-se a esforços perseverantes que se fazem graduais, a fim de virem em auxílio à fraqueza humana.
A Maçonaria confere, por conseguinte, a iniciação integral em três graus, que marcam o mesmo número de etapas destinadas a conduzir progressivamente ao conhecimento iniciático (Gnose).
Este conhecimento é uma conquista por demais árdua para que sua assimilação possa efetuar-se seja em uma, seja mesmo em três vezes.
Eis o que justifica a multiplicação dos graus maçônicos.
Todas as hierarquias têm nisso o mesmo objetivo.
Qualquer que seja o número dos escalões interpostos, a distância a vencer permanece a mesma.
Trata-se sempre de partir da Aprendizagem para chegar à verdadeira Maestria.
Mas entre esse começo (nascimento ou renascimento iniciático) e este fim (morte, transformação, renovação) estende-se toda a vida maçônica figurada pelo Companheirismo.
Vós fostes, pois, chamados a viver de maneira maçônica, ou seja, conformando todas as vossas ações ao ideal (Estrela Flamígera) que deveis trazer em vós mesmos.
Não vos esqueceis, sobretudo, de que o grau de Aprendiz é a base de toda a Maçonaria. É sobre o seu estudo aprofundado que se fundamentam todos os progressos ulteriores.
É preciso voltar sem cessar a esse ponto de partida, se quisermos avançar.
O primeiro grau é a chave de todos os outros.
Por altamente graduado que seja um Maçom, se ele ignora o esoterismo do Grau de Aprendiz, ele não possui, em Maçonaria, nenhum conhecimento efetivo, e todas as fitas com as quais ele se enfeita não são senão vãs futilidades!
O segundo grau é, aliás, a consagração do primeiro, no sentido de que o Aprendiz, — pelo único fato de que realizou progressos suficientes como tal, — é admitido na classe dos Obreiros ou Companheiros. É o acabamento de sua aprendizagem que lhe vale seu aumento de salário.
Por longe que possamos ir, saibamos, enfim, permanecer sempre Aprendizes, porque não devemos nunca haver terminado de aprender.
Convencido de que o verdadeiro sábio não saberia cessar de estudar, o ilustre Chevreul dizia-se estudante, mesmo quando era mais que centenário.
Lembremo-nos deste ensinamento e não deixemos jamais de trabalhar para nosso próprio aperfeiçoamento, tanto intelectual quanto moral.
Eis aí esta Aprendizagem incessante que deve ser perseguida com perseverança, porque, sozinha, confere o verdadeiro Companheirismo, isto é, o poder de ação fecunda e de realização verdadeiramente prática.
Assim, queridos Irmãos Companheiros, repassai com cuidado tudo aquilo que vos foi ensinado antes; atei-vos depois aos enigmas que vos são propostos por vosso grau atual.
Com o auxílio de vossa luz interior, chegareis a vencer todas as dificuldades, por formidáveis que elas sejam.
Se já o verdadeiro Aprendiz Maçom é um sábio como se encontram poucos dentre os homens, que será o Companheiro, esse pensador esclarecido, armado da poderosa soberania da ação?
Sobretudo, não desencorajeis!
Tenhais o heroísmo dos Companheiros de Jasão que ousaram embarcar com ele para ir conquistar o Tosão de Ouro.
Contai com vossa sagacidade, apelando às energias mais profundas de vossa vontade!
Nada obtereis, se medirdes vossos sofrimentos; mas podeis aspirar a tudo, com a condição de prosseguir em vossa obra sem desfalecer, aí colocando toda vossa alma!
Oswald Wirth, 1931.
Uma vez cumprido vosso período de aprendizagem, vós fostes julgados capazes de colaborar utilmente para a Grande Obra da Construção universal.
Eis que fostes admitidos dentre o número de Obreiros que sabem trabalhar: uma obra pode doravante vos ser confiada; vós não faltareis em executá-la fielmente, segundo todas as regras de nossa Arte.
Mas, para que sejais dignos da confiança que vos foi testemunhada, é indispensável que vos torneis verdadeiros Companheiros.
Não é suficiente, com efeito, — para possuir efetivamente um grau maçônico, — havê-lo recebido ritualisticamente.
Nossas cerimônias não têm nenhuma virtude sacramental, e nenhuma consagração tem o poder de fazer um Maçom, porque, em toda iniciação efetiva, o iniciado se faz a si mesmo. Os ritos iniciáticos não têm outro papel a não ser aquele de traçar um programa.
É assim que as provas do grau de Aprendiz deveram incitar-vos a vos transformar interiormente, de maneira a realizar o ideal do Iniciado de primeiro grau.
Se vós houverdes compreendido todo o alcance das formalidades que sofrestes para receber a luz, vós a possuís, efetivamente, e, por este fato, fostes iniciados — implicitamente, é verdade — em todos os segredos da Franco-Maçonaria.
Procedendo sempre por síntese, nossa instituição, essencialmente filosófica, prefere, com efeito, encerrar o todo na parte.
O primeiro de seus graus é, desse ponto de vista, tão bem coordenado, que poderia permanecer único, se nosso espírito tivesse o poder descobrir tudo aquilo que ali se contém.
Mas nossa penetração espiritual está longe de ser sempre genial.
As exigências da vida moderna deixam poucas oportunidades para a meditação, de modo que contraímos o hábito de nos mantermos na superfície das coisas.
Ora, para descobrir as verdades iniciáticas é preciso aprofundar e obrigar-se a esforços perseverantes que se fazem graduais, a fim de virem em auxílio à fraqueza humana.
A Maçonaria confere, por conseguinte, a iniciação integral em três graus, que marcam o mesmo número de etapas destinadas a conduzir progressivamente ao conhecimento iniciático (Gnose).
Este conhecimento é uma conquista por demais árdua para que sua assimilação possa efetuar-se seja em uma, seja mesmo em três vezes.
Eis o que justifica a multiplicação dos graus maçônicos.
Todas as hierarquias têm nisso o mesmo objetivo.
Qualquer que seja o número dos escalões interpostos, a distância a vencer permanece a mesma.
Trata-se sempre de partir da Aprendizagem para chegar à verdadeira Maestria.
Mas entre esse começo (nascimento ou renascimento iniciático) e este fim (morte, transformação, renovação) estende-se toda a vida maçônica figurada pelo Companheirismo.
Vós fostes, pois, chamados a viver de maneira maçônica, ou seja, conformando todas as vossas ações ao ideal (Estrela Flamígera) que deveis trazer em vós mesmos.
Não vos esqueceis, sobretudo, de que o grau de Aprendiz é a base de toda a Maçonaria. É sobre o seu estudo aprofundado que se fundamentam todos os progressos ulteriores.
É preciso voltar sem cessar a esse ponto de partida, se quisermos avançar.
O primeiro grau é a chave de todos os outros.
Por altamente graduado que seja um Maçom, se ele ignora o esoterismo do Grau de Aprendiz, ele não possui, em Maçonaria, nenhum conhecimento efetivo, e todas as fitas com as quais ele se enfeita não são senão vãs futilidades!
O segundo grau é, aliás, a consagração do primeiro, no sentido de que o Aprendiz, — pelo único fato de que realizou progressos suficientes como tal, — é admitido na classe dos Obreiros ou Companheiros. É o acabamento de sua aprendizagem que lhe vale seu aumento de salário.
Por longe que possamos ir, saibamos, enfim, permanecer sempre Aprendizes, porque não devemos nunca haver terminado de aprender.
Convencido de que o verdadeiro sábio não saberia cessar de estudar, o ilustre Chevreul dizia-se estudante, mesmo quando era mais que centenário.
Lembremo-nos deste ensinamento e não deixemos jamais de trabalhar para nosso próprio aperfeiçoamento, tanto intelectual quanto moral.
Eis aí esta Aprendizagem incessante que deve ser perseguida com perseverança, porque, sozinha, confere o verdadeiro Companheirismo, isto é, o poder de ação fecunda e de realização verdadeiramente prática.
Assim, queridos Irmãos Companheiros, repassai com cuidado tudo aquilo que vos foi ensinado antes; atei-vos depois aos enigmas que vos são propostos por vosso grau atual.
Com o auxílio de vossa luz interior, chegareis a vencer todas as dificuldades, por formidáveis que elas sejam.
Se já o verdadeiro Aprendiz Maçom é um sábio como se encontram poucos dentre os homens, que será o Companheiro, esse pensador esclarecido, armado da poderosa soberania da ação?
Sobretudo, não desencorajeis!
Tenhais o heroísmo dos Companheiros de Jasão que ousaram embarcar com ele para ir conquistar o Tosão de Ouro.
Contai com vossa sagacidade, apelando às energias mais profundas de vossa vontade!
Nada obtereis, se medirdes vossos sofrimentos; mas podeis aspirar a tudo, com a condição de prosseguir em vossa obra sem desfalecer, aí colocando toda vossa alma!
Oswald Wirth, 1931.
Rituais Maçônicos
O que mais me incomoda em Maçonaria é a facilidade com que ela é encarada por alguns como sendo um sistema que se preste à magia, à manipulação de forças que se encontram fora do alcance do comum dos mortais, o caminho que conduz à imortalidade, a chave que abre as portas do sucesso, a panacéia universal que cura, faz e acontece. Já escrevi muito sobre isso e até mesmo criei um personagem, um Mestre Maçom absolutamente bizarro que aparece num romance que algum dia ainda termino de escrever. Mas, ― devo entender, ― tudo isso faz parte do próprio contexto lendário, do próprio caráter iniciático de sua doutrina que vem dissimulada sob símbolos cujo significado deve ser procurado, mas que nem sempre é encontrado. Não se conhece a Verdade, mas, nem por isso, ela nos atrai menos.
Já achei até mesmo quem chegasse a encontrar na simbologia maçônica a confirmação de complexos sistemas conexos ao tantrismo, onde o sexo entra em toda parte. Vêem o falo em qualquer lugar: no iod, no pedestal onde se ergue o Livro da Lei, por exemplo, a partir da opinião de que a Loja representaria o corpo de um homem deitado. Ao ouvir, respeitosamente, a explanação de tal teoria, ousei perguntar ao meu interlocutor se homem estava de deitado de barriga para cima ou para baixo. Bom, ele não me respondeu. Naturalmente, uma pergunta assim só poderia ter saído do cérebro de uma profana...
Ah! — dizem alguns, — maçonaria é magia, mas não é magia vulgar! É “alta magia”! Ah! São tradições antigas que se perderam na tal da “noite dos tempos”! Então vêm as explicações, as analogias, as relações planetárias, as suposições, as iluminações. São as buscas, as procuras, o exercício da Arte de Pensar! Tolerância é tudo. E, afinal, isso é maravilhosamente lúdico. Depois vêm os Mestres que teriam “contatado” os outros Mestres e deles recebido diretamente a “mensagem” ou a "luz". Vêm todos e despejam sobre nós suas impressões pessoais, suas convicções fanáticas, e tentam nos converter em crentes, isso quando não reúnem grupos internos e reclusos e pregam sua “doutrina”. Antes permanecer no escuro onde se tateia com algum êxito, do que cegar-se diante de alguma luz pirotécnica. Mas... como esse saber vêm muitas vezes de Mestres Maçons regularmente inscritos em uma Ordem, reconhecidos como "os tais" e com carteirinha "em dia", sabendo fazer os sinais, conhecendo os toques e as palavras, lá vêm eles! Deixemos que falem, que preguem, enfim!
Está certo! Isso tudo faz parte da coisa, afinal, a Maçonaria é única instituição que prevê sua própria queda. O Mestre observa o Ritual, chama a atenção dos obreiros a respeito de algumas relações, mas limita-se às instruções iniciáticas. Quando dá uma opinião pessoal, deixa bem claro que é pessoal. Ele não cruza os braços, todavia, nem mesmo diante do inevitável. Se a Tradição está morta, nem por isso desapareceu. Ele a resgata, e o faz, buscando-a em toda parte.
Muito bem. São duas atitudes: instruir os ignorantes, e não cruzar os braços diante do inevitável, ainda que este seja a resultante do sectarismo fanático, eis aí duas missões verdadeiramente desafiadoras. Instruir sem nada inculcar, quando se fala em termos rigorosamente maçônicos, constitui-se numa das mais espinhosas missões que se pode propor a um Mestre, porque ele deve se esquecer de quem é para agir como instrutor. Então, nenhuma de suas convicções pessoais, — sejam elas de ordem filosófica, política ou religiosa, — podem ser transmitidas aos seus Irmãos. Ele deve limitar-se a indicar o caminho mais seguro, e, antes de tudo, alertar sobre a necessidade de saber despojar-se dos metais. Esse caminho, entretanto, ele mesmo não pode vangloriar-se de conhecer bem. Não conhecer é ignorar; conhecer mal é errar. Tornar-se convicto do erro é fanatizar. Assim, o Mestre tentará sempre evitar o erro, especialmente o mais grosseiro, porque o erro é a própria verdade falseada.
Mas, se o erro é a própria verdade falseada, então, quando se está diante do erro, deve-se ter cautela ao agir. Não se trata de sentenciar simplesmente “fanatismo!” ou “ignorância!” e sair por aí desqualificando a tudo e a todos! Isso seria dar abrigo às ambições pessoais, coisa muito pior que ser ignorante ou fanático.
É que é mesmo muito difícil instruir sem inculcar. Além de Wirth, bem poucos conseguiram isso. As Instruções que constam no três Rituais empregados em Lojas Simbólicas são todas o fruto do trabalho de Oswald Wirth. Toda Maçonaria, tal e qual nós a conhecemos hoje, não apenas como uma Instituição em particular, mas em todas aquelas que se reconhecem como dignas de desfrutar da condição de Potências Irmãs em língua latina, todas elas apresentam aos seus membros instruções nos três graus elaboradas a partir do que nos deixou Oswald Wirth.
Onde eu entro nisso? Em parte alguma. Sou curiosa. Uma goteira. Conheci a Instituição a partir das instruções que encontrei em Rituais coletados em sebos e também junto a muitos membros da tribo que me são próximos e caros amigos. Fora disso, encontrei ainda muita coisa, é verdade, mas nem tudo poderia ser considerado tradicional, ainda que não procurasse por nada disso.
A melhor coisa que me aconteceu, em matéria de Maçonaria, foi ter tido a honra de resgatar Oswald Wirth do esquecimento junto ao meu pequeno círculo de amigos, de um silêncio que praticamente já se impunha sobre ele. Basta dizer que sua obra nunca foi traduzida para o português, omissão que tive a chance de reparar.
Poucos podiam ler o que ele escreveu, poucos sabem que as chamadas instruções foram compiladas por ele! Há maior credor de homenagem? Existe quem mereça mais respeito? Ele acompanha os neófitos desde sua Iniciação, e muitos nem mesmo sabem seu nome e conhecem o resto de sua obra. Wirth me entusiasma, enfim. Ironia do destino não ser eu daqueles “notáveis intelectuais” cuja sabedoria impõe silencioso respeito. Nem por isso me omiti. Com ou sem “intelectualidade”, foram mais de mil arquivos virtuais que andam por aí, assim como a tradução integral de “Os Mistérios da Arte Real” e, logo depois, do “Ideal Iniciático”, Tarô e outros que ainda estão por terminar.
O que há de mais próximo da objetividade, em matéria de Maçonaria, está nos Rituais. Se eles foram alterados, se eles sofreram acréscimos, se eles são ou não são de maior ou menor valia, isso não depõe contra o seu valor. Se devem ser retificados? Não sei. Mas “retificar” não é destruir! Ou será que ninguém mais se lembra do acróstico VITRIOL?
Confesso que jamais me ocorreu que eu seria testemunha de algo que vem acontecendo atualmente: a iniciativa de alguns em voltar ao catecismo, retirando dos Rituais as Instruções. Já vivi para ver a curiosa decisão que criou as “separatas”, mutilando o Ritual, mas ainda não ousando arrancar-lhe os membros. Apenas uma “paralisia” terapêutica parece, que visa a evitar a “curiosidade”, a sã curiosidade que leva os obreiros a ler as instruções, o que seria uma prática “nociva”. Parece que ninguém pensou que o pior que pode acontecer, não é o fato de um Aprendiz ler o Ritual, e isso quando ele lê! Ler o Ritual é algo que fará sempre em Loja! Ler o Ritual é instruir-se, é, no mínimo, ter maior intimidade com Maçonaria! Se não dispusesse dos Rituais e suas instruções? O que iria ler? Certamente, muitas “opiniões” pessoais, e muita coisa que, nem de longe, seria Maçonaria. O Rituais são a maior herança da instituição.
Sei que há muitos que até desprezam as Instruções como perfunctórias, primárias, insipientes. São opiniões que respeito. Já ouvi de alguns Mestres comentários pouco lisonjeiros a respeito das instruções que vieram acompanhados desta observação: — Já pensou, como iniciar na Maçonaria um ocultista “profundo”? O que ele pensará de nós ao ler esses Rituais? São ingênuos... — Pode-se ser maçom sem instrução? Claro que sim. Afinal, o homem é primeiro tornado maçom e só depois é instruído, não é mesmo?
Bem, eu me inclino pela preservação da herança que consiste nas tais ingênuas compilações chamadas Rituais. Eles merecem respeito. As tais Instruções são absolutamente perfeitas? Não. Sofreram alterações? Sim. Houve acréscimos? Existem imperfeições, erros, imprecisões? Sim, sim e sim! Mas nada disso depõem contra o conjunto das Tradições que ali se encontram compiladas! Nem por isso se vai agora defender a eliminação das Instruções, reduzindo os Rituais ao catecismo! O que seria de uma escola, como diz Wirth, onde os alunos iletrados resolvessem, em razão de sua ignorância, eliminar o alfabeto?
Já achei até mesmo quem chegasse a encontrar na simbologia maçônica a confirmação de complexos sistemas conexos ao tantrismo, onde o sexo entra em toda parte. Vêem o falo em qualquer lugar: no iod, no pedestal onde se ergue o Livro da Lei, por exemplo, a partir da opinião de que a Loja representaria o corpo de um homem deitado. Ao ouvir, respeitosamente, a explanação de tal teoria, ousei perguntar ao meu interlocutor se homem estava de deitado de barriga para cima ou para baixo. Bom, ele não me respondeu. Naturalmente, uma pergunta assim só poderia ter saído do cérebro de uma profana...
Ah! — dizem alguns, — maçonaria é magia, mas não é magia vulgar! É “alta magia”! Ah! São tradições antigas que se perderam na tal da “noite dos tempos”! Então vêm as explicações, as analogias, as relações planetárias, as suposições, as iluminações. São as buscas, as procuras, o exercício da Arte de Pensar! Tolerância é tudo. E, afinal, isso é maravilhosamente lúdico. Depois vêm os Mestres que teriam “contatado” os outros Mestres e deles recebido diretamente a “mensagem” ou a "luz". Vêm todos e despejam sobre nós suas impressões pessoais, suas convicções fanáticas, e tentam nos converter em crentes, isso quando não reúnem grupos internos e reclusos e pregam sua “doutrina”. Antes permanecer no escuro onde se tateia com algum êxito, do que cegar-se diante de alguma luz pirotécnica. Mas... como esse saber vêm muitas vezes de Mestres Maçons regularmente inscritos em uma Ordem, reconhecidos como "os tais" e com carteirinha "em dia", sabendo fazer os sinais, conhecendo os toques e as palavras, lá vêm eles! Deixemos que falem, que preguem, enfim!
Está certo! Isso tudo faz parte da coisa, afinal, a Maçonaria é única instituição que prevê sua própria queda. O Mestre observa o Ritual, chama a atenção dos obreiros a respeito de algumas relações, mas limita-se às instruções iniciáticas. Quando dá uma opinião pessoal, deixa bem claro que é pessoal. Ele não cruza os braços, todavia, nem mesmo diante do inevitável. Se a Tradição está morta, nem por isso desapareceu. Ele a resgata, e o faz, buscando-a em toda parte.
Muito bem. São duas atitudes: instruir os ignorantes, e não cruzar os braços diante do inevitável, ainda que este seja a resultante do sectarismo fanático, eis aí duas missões verdadeiramente desafiadoras. Instruir sem nada inculcar, quando se fala em termos rigorosamente maçônicos, constitui-se numa das mais espinhosas missões que se pode propor a um Mestre, porque ele deve se esquecer de quem é para agir como instrutor. Então, nenhuma de suas convicções pessoais, — sejam elas de ordem filosófica, política ou religiosa, — podem ser transmitidas aos seus Irmãos. Ele deve limitar-se a indicar o caminho mais seguro, e, antes de tudo, alertar sobre a necessidade de saber despojar-se dos metais. Esse caminho, entretanto, ele mesmo não pode vangloriar-se de conhecer bem. Não conhecer é ignorar; conhecer mal é errar. Tornar-se convicto do erro é fanatizar. Assim, o Mestre tentará sempre evitar o erro, especialmente o mais grosseiro, porque o erro é a própria verdade falseada.
Mas, se o erro é a própria verdade falseada, então, quando se está diante do erro, deve-se ter cautela ao agir. Não se trata de sentenciar simplesmente “fanatismo!” ou “ignorância!” e sair por aí desqualificando a tudo e a todos! Isso seria dar abrigo às ambições pessoais, coisa muito pior que ser ignorante ou fanático.
É que é mesmo muito difícil instruir sem inculcar. Além de Wirth, bem poucos conseguiram isso. As Instruções que constam no três Rituais empregados em Lojas Simbólicas são todas o fruto do trabalho de Oswald Wirth. Toda Maçonaria, tal e qual nós a conhecemos hoje, não apenas como uma Instituição em particular, mas em todas aquelas que se reconhecem como dignas de desfrutar da condição de Potências Irmãs em língua latina, todas elas apresentam aos seus membros instruções nos três graus elaboradas a partir do que nos deixou Oswald Wirth.
Onde eu entro nisso? Em parte alguma. Sou curiosa. Uma goteira. Conheci a Instituição a partir das instruções que encontrei em Rituais coletados em sebos e também junto a muitos membros da tribo que me são próximos e caros amigos. Fora disso, encontrei ainda muita coisa, é verdade, mas nem tudo poderia ser considerado tradicional, ainda que não procurasse por nada disso.
A melhor coisa que me aconteceu, em matéria de Maçonaria, foi ter tido a honra de resgatar Oswald Wirth do esquecimento junto ao meu pequeno círculo de amigos, de um silêncio que praticamente já se impunha sobre ele. Basta dizer que sua obra nunca foi traduzida para o português, omissão que tive a chance de reparar.
Poucos podiam ler o que ele escreveu, poucos sabem que as chamadas instruções foram compiladas por ele! Há maior credor de homenagem? Existe quem mereça mais respeito? Ele acompanha os neófitos desde sua Iniciação, e muitos nem mesmo sabem seu nome e conhecem o resto de sua obra. Wirth me entusiasma, enfim. Ironia do destino não ser eu daqueles “notáveis intelectuais” cuja sabedoria impõe silencioso respeito. Nem por isso me omiti. Com ou sem “intelectualidade”, foram mais de mil arquivos virtuais que andam por aí, assim como a tradução integral de “Os Mistérios da Arte Real” e, logo depois, do “Ideal Iniciático”, Tarô e outros que ainda estão por terminar.
O que há de mais próximo da objetividade, em matéria de Maçonaria, está nos Rituais. Se eles foram alterados, se eles sofreram acréscimos, se eles são ou não são de maior ou menor valia, isso não depõe contra o seu valor. Se devem ser retificados? Não sei. Mas “retificar” não é destruir! Ou será que ninguém mais se lembra do acróstico VITRIOL?
Confesso que jamais me ocorreu que eu seria testemunha de algo que vem acontecendo atualmente: a iniciativa de alguns em voltar ao catecismo, retirando dos Rituais as Instruções. Já vivi para ver a curiosa decisão que criou as “separatas”, mutilando o Ritual, mas ainda não ousando arrancar-lhe os membros. Apenas uma “paralisia” terapêutica parece, que visa a evitar a “curiosidade”, a sã curiosidade que leva os obreiros a ler as instruções, o que seria uma prática “nociva”. Parece que ninguém pensou que o pior que pode acontecer, não é o fato de um Aprendiz ler o Ritual, e isso quando ele lê! Ler o Ritual é algo que fará sempre em Loja! Ler o Ritual é instruir-se, é, no mínimo, ter maior intimidade com Maçonaria! Se não dispusesse dos Rituais e suas instruções? O que iria ler? Certamente, muitas “opiniões” pessoais, e muita coisa que, nem de longe, seria Maçonaria. O Rituais são a maior herança da instituição.
Sei que há muitos que até desprezam as Instruções como perfunctórias, primárias, insipientes. São opiniões que respeito. Já ouvi de alguns Mestres comentários pouco lisonjeiros a respeito das instruções que vieram acompanhados desta observação: — Já pensou, como iniciar na Maçonaria um ocultista “profundo”? O que ele pensará de nós ao ler esses Rituais? São ingênuos... — Pode-se ser maçom sem instrução? Claro que sim. Afinal, o homem é primeiro tornado maçom e só depois é instruído, não é mesmo?
Bem, eu me inclino pela preservação da herança que consiste nas tais ingênuas compilações chamadas Rituais. Eles merecem respeito. As tais Instruções são absolutamente perfeitas? Não. Sofreram alterações? Sim. Houve acréscimos? Existem imperfeições, erros, imprecisões? Sim, sim e sim! Mas nada disso depõem contra o conjunto das Tradições que ali se encontram compiladas! Nem por isso se vai agora defender a eliminação das Instruções, reduzindo os Rituais ao catecismo! O que seria de uma escola, como diz Wirth, onde os alunos iletrados resolvessem, em razão de sua ignorância, eliminar o alfabeto?
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