Mestre Perfeito

À perfeição do espírito e do coração, a todas as grandes verdades e a todos os conhecimentos úteis enumerados sobre a Pedra Cúbica.

Não esqueças de teu Criador nos dias de tua juventude, se quiseres apartar de ti aquelas tribulações que fazem exclamar o homem, “não há prazer para mim”. Dias de dor, em que nem o Sol, nem a Lua, nem as estrelas nos alegram com sua luz; em que treme o poderoso e se humilha o forte; em que tudo é aflição ao nosso espírito; em que é lúgubre o canto das aves e sem harmonia os ecos da música; em que vemos de perto a ira do Senhor; em que morre nossa esperança e se extinguem nossos desejos. Vamos empreender aquela longa jornada da qual nenhum viajante regressa e onde parentes e amigos lamentam nossa partida. O corpo então devolvemos à terra, e o espírito, ao Senhor. Vaidade das vaidades, tudo é vaidade!

HISTÓRICO
Este grau, em sua origem, teve por fim honrar a memória dos IIr.`.falecidos. Seu ritual contém interessantes pormenores sobre cerimônias de inumação e homenagens fúnebres que em tais casos eram tradicionais.

A Loja representa uma cova com um cadáver dentro. Haverá, ademais, um cordel para retirada do corpo, e um sepulcro em forma piramidal coroado por um triângulo entre quatro círculos e quatro quadrados. A cova e o cadáver são emblemas do homem morto para a razão e a verdade, submerso nas trevas do erro; é retirado de lá com a ajuda de um cordel, ou seja, graças à Orla Dentada, laço sagrado pelo qual estão unidos os maçons dos dois mundos, a fim de que, juntos, descubram a verdade. A pirâmide e seu ápice figuram o Mestre zeloso que se eleva pelos graus até o conhecimento desta augusta Verdade. Os quatro círculos e os quatro quadrados são símbolos da Imensidade e da solidez das obras do Eterno.

Quando Salomão soube que haviam encontrado o corpo de Hiram, ordenou a seu Gr.`. Insp.`. Adoniram que preparasse os funerais com pompa e magnificência, e que todos os IIr.`. comparecessem com seus aventais e luvas brancos, proibindo-os de se mancharem de sangue, até que fosse efetuada a vingança sobre os perpetradores de tão horrível assassinato. Adoniram prontamente formulou o plano de um augusto monumento que se executou e concluiu de todo em nove dias. Era de mármore branco e preto.

Embalsamado, o coração de Hiram, com uma espada atravessada, foi colocado em uma urna e exposto à vista pública no terceiro escalão da subida para o S.`.S.`.. Lá ficou pelo espaço de nove dias, até a conclusão dos trabalhos de construção do obelisco. Este foi levantado na porta do Oriente, um pouco voltado para o Norte, para marcar o local onde os assassinos haviam primeiramente enterrado o cadáver, antes de conduzi-lo ao lugar onde o Ir.`. Stolkim o encontrou. Os IIr.`. foram também manifestar sua dor, postando-se no primeiro escalão do S.`.S.`.. Concluído o obelisco, colocou-se lá a urna sobre o pedestal, e o corpo de Hiram foi enterrado no meio de uma câmara subterrânea debaixo do Templo, com todas as honras devidas a essa grande homem. Esta câmara era o aposento onde Salomão tinha seu Capítulo, no qual conferenciava com Hiram, Rei de Tiro sobre a arte mística. No obelisco, havia uma pedra triangular onde estavam gravadas, em caracteres hebraicos, as iniciais J.B.M.. O J. é a inicial da antiga palavra de Mest.`., e as letras M.B., da moderna e do ramo de acácia que se vela também encima da dita pedra. Salomão tomou todas as insígnias quando a palavra do terceiro grau foi mudada.

Três dias depois da cerimônia, rodeado por sua corte, foi ao Templo, estando todos os obreiros na mesma ordem em que estavam no dia do funeral. O Soberano fez uma súplica ao Todo Poderoso, examinou a tumba, o dossel, repassou o triângulo, as letras gravadas neste, a pirâmide e, achando tudo bem ordenado, fez o sinal de admiração.

Moral do Grau: Devemos tributar a nossos IIr.`. o respeito que merece sua memória.