Viver

Segundo uma opinião corrente neste mundo, a vida é curta e, de minha parte, eu a encontro, ao contrário, extremamente longa para muitíssimas pessoas. Quantos encontraremos que não se queixem da brevidade da vida e que não tenham feito, sem embargo, outra coisa senão entediar-se ao longo de toda existência? Sim, é demasiado curta a vida para quem pensa, e demasiado longa para quem não pensa. O tempo voa quando trabalhamos e transcorre lentamente quando não fazemos nada. Sem ação, a vida em nada se diferencia da morte, e viver na ociosidade não é viver, mas apenas vegetar. Viver somente para si mesmo é viver pela metade. Interessar-se pela felicidade universal dos homens e trabalhar para isso é viver de verdade e ter a sensação de viver. Quão poucos são os que vivem neste mundo, e quantos são os que vegetam em vez de viver! Os ricos, orgulhosos de sua opulência e embriagados pelo incenso que lhes prodigalizam seus aduladores, não podem compreender o que é a vida. Os pobres, oprimidos pelo peso da miséria, humilhados pelo desprezo dos demais, tampouco a podem entender. Aqueles que se encontram em meio a grandes e pequenos, ricos e pobres, preocupando-se, a maior parte do tempo, apenas com aquilo que lhes incumbe, não a sentem tampouco. Quem vive, pois, em lugar de vegetar? Os filósofos. Sim, os filósofos unicamente compreendem o que é a vida, conhecem as oportunidades que apresenta e sabem aproveitá-las. Não vivem apenas para eles mesmos, senão que vivem, ademais, para os outros e, seguindo o exemplo do excelso Hermes, de quem têm por glória serem e chamarem-se discípulos, tão apenas vivem para fazer bem à sociedade humana. Pouco lhes importa que os adulem ou que os ameacem os poderosos da terra, que seus parentes os queiram ou os persigam, que seus amigos os sustentem ou os abandonem; nem por isso deixam de ser filósofos, ou seja, amantes da sabedoria. A vida tem, para eles, tanto mais atrativos quanto mais tempo lhes deixa para fazer o bem a quem o mereça; sua benevolência dirige-se àqueles que vivem para trabalhar, nunca àqueles que trabalham para viver.
A Magna Obra sem Véus para os Filhos da Luz, Cap.V, 1775.
OW

A Tradição não tem dono...

Em uma civilização tradicional, é quase inconcebível que um homem pretenda reivindicar a propriedade de uma ideia, e, em todo caso, se ele o faz, ele se furta por aí mesmo de todo o crédito e de toda a autoridade, porque ele a reduz assim a não ser senão uma espécie de fantasia sem nenhum alcance real. Se uma ideia é verdadeira, ela pertence igualmente a todos aqueles que são capazes de compreendê-la; se ela é falsa, não há por que gloriar-se de havê-la inventado. Uma ideia verdadeira não pode ser “nova”, porque a verdade não é um produto do espírito humano. Ela existe independentemente de nós, e temos apenas de conhecê-la. Fora desse conhecimento, não pode haver senão o erro. Mas, no fundo, os modernos se preocupam com a verdade, e sabem mesmo o que ela é?
GUENON, René. La crise du monde moderne, Ed. Gallimard, 1946.

De 1915

Opúsculo editado em 1915 pelo Grande Oriente do Rio Grande do Sul confederado ao Grande Oriente do Brasil. Encontrei nele uma passagem muito interessante que reproduzo a seguir, ainda mais porque suponho não me encontrar exatamente no que o autor chama de "o lado da luz"...

A tolerância é a benevolência que oferecemos às pessoas que não podem pensar como nós. Quando se julga a sua ciência mais interessante que o seu caráter, as suas idéias lhe são admitidas em consideração à sua elevação intelectual.
É que essa deferência para com as idéias contrárias às nossas também procedem de um saber mais extenso. O homem instruído sabe que é difícil assenhorar-se da verdade e sabe também que os progressos conquistados pela humanidade são os resultados de se ter dirigido com tolerância os elementos contraditórios que se mantinham em luta, e concluir por aproximá-los até ficaram compreendidos sob esse lema: Não se tenha aversão para com aqueles que não estão do lado da luz!

Ritual de 1898

É uma das minhas raridades. Foi editado pelo Supremo Conselho do Brazil, para o REAA. O exemplar é do Grau de Aprendiz e tem a assinatura do Grande Secretário Geral da Ordem à época, o que ressalva sua autenticidade.
― Entre vós e mim existe alguma coisa?
― Sim, um culto.
― Que culto é esse?
― É segredo.
― Que segredo é esse?
― A Maçonaria.
― Sois maçom?
― Os meus IIr.’. por tal me reconhecem.
― O que é preciso para ser maçom?
― Principiei a preparar-me pelo coração.

Três Anos

Pode parecer estranho que esta maturidade seja atingida desde a idade de três anos, que é aquela dos Aprendizes. Esta idade da infância iniciática marca uma fase muito avançada em relação à vida profana; o Iniciado de três anos deve ter penetrado os mistérios do Ternário: ele compreende que tudo é triplo em nossa concepção, mas um em sua essência metafísica.
O. Wirth

O Despertar dos Mágicos


O que nos parece é que a mais alta, a mais fervorosa actividade
do espírito humano consiste em estabelecer "modelos"
destinados a outra actividade do espírito, pouco conhecida e
difícil de pôr em actividade. É neste sentido que se pode dizer:
tudo é símbolo, tudo é signo, tudo é evocação de outra realidade.
Isto abre-nos portas sobre o possível e infinito poder do
homem. Isto não nos dá a chave de todas as coisas, contrariamente
ao que crêem os simbologistas. Da ideia de Trindade,
da ideia do transfinido, à estatueta cravada de alfinetes do mago
aldeão, passando pela cruz, a suástica, o vitral, a catedral, a Virgem
Maria, os "seres matemáticos", os números, etc., tudo é
modelo, maqueta de qualquer coisa que existe num universo
diferente daquele onde essa maqueta foi concebida. Mas as
maquetas não são intercambiáveis: um modelo matemático de
barragem fornecido ao cALcUlador electrónico não é comparável
a um modelo de foguetão supersónico. Nem tudo está em tudo.
A espiral não está na cruz. A imagem do bisão não está na
fotografia sobre a qual o médium se exercita, o ponto Ómega
do P.e Teilhard não está no Inferno de Dante, o menir não está
na catedral, os números de Cantor não estão nos números do
Apocalipse. Se existem maquetas de tudo, nem todas as maquetas
são como mesas gigognes, e não formam um todo desmontável
que revele o segredo do Universo.
LOUIS PAUWELS E JACQUES BERGIER, O Despertar dos Mágicos.

Matéria Prima

Papus

Stanislas de Guaita, sobre Papus, escreveu que "jovem médico dos mais eruditos e fecundos, converteu-se em dupla personalidade: conquistou a notoriedade sob dois nomes diferentes. Suas obras de anatomia e de fisiologia receberam apenas a subscrição de Gérard Encausse. Seus Tratados de magia arvoram um outro nome".

Gr.'.14

Grau 14. Visão de Nicola Aslan

Moisés disse ainda: Rogo-te que me mostres a tua glória.
Respondeu-lhe o Senhor: Eu farei passar toda a minha bondade diante de ti, e te proclamarei o meu nome Jeová; e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem me compadecer.
E disse mais: Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum pode ver a minha face e viver.
Disse mais o Senhor: Eis aqui um lugar junto a mim; aqui, sobre a penha, te porás.
E quando a minha glória passar, eu te porei numa fenda da penha, e te cobrirei com a minha mão, até que eu haja passado.
Depois, quando eu tirar a mão, me verás pelas costas; porém a minha face não se verá.



Este grau pertence a Quarta categoria: a dos graus Israelitas ou bíblicos. Foi classificado como deísta-judaico. Consagra-se ao Grande Arquiteto do Universo, sob o sagrado símbolo do Delta. Tem por base a idéia da RECONSTRUÇÃO.

Chegamos ao fim de uma etapa, onde, no 14º grau, a lenda prossegue em busca da Palavra Perdida revelada por Deus a Moisés que a gravou numa medalha de ouro, depositando-a na Arca da Aliança.

Após a derrota dos Israelitas pelos sírios, caiu a Arca nas mãos destes últimos. É quando aparece um leão que afugenta o exército vencedor que abandona, num bosque, o precioso objeto. Assim este animal tornou-se o guardião da Arca da Aliança, tendo, em seus dentes, a chave. Com isso, a pronúncia do nome de Deus voltou a ser encontrada.

Este grau tem por objetivo analisar o direito da liberdade de consciência. Por isso dedica-se ao estudo das sete ciências e dos fenômenos da criação. Preocupa-se com a educação do homem, para que funde um bom governo que lhe assegure direitos e obrigações, cumprindo cada um com seu dever. Proclama ainda a liberdade de culto.

Segundo o Ritual, Salomão recompensou todos os que trabalharam na edificação do Templo: Aprendizes elevados a Companheiros; Companheiros, a Mestres – estes, prosseguindo em sua jornada, alcançam o 12º Grau, cumprindo a promessa de jamais se desviarem do caminho do bem. Quando àqueles que detinham os 12º e 13º graus, chegaram a “Grande Eleito da Abóbada Sagrada”, prometendo viver em paz, caridade e equidade.

O 14º Grau recoloca o homem na condição de simples mortal, sujeito a penas e atribuições, tão necessárias à evolução de seu espírito. Assim, através do aprendizado que o sofrimento oferece, o homem aprende que deve ser honesto, não semeando nem ódio, nem maldade, pois, segundo viver, morrerá. Quando o neófito, examinando mais atentamente a lenda de Enoch, encontra, no 9º arco, o cubo de ágata com o nome do inefável, vivencia, nesse momento, a personalidade de um dos substitutos do Grão-Mestre Hiram Abib. Torna-se, então, o espírito do homem uma partícula de Deus. Cessam aqui os subsídios fornecidos para a construção do 1º Templo – o Templo de Salomão, onde a Maçonaria, pelo estudo e pela pesquisa e, sobretudo, pela reflexão, prepara Obreiros para a humildade, discrição e perseverança. Só assim seremos verdadeiramente os Eleitos Perfeitos Mestres.

Perfeito e Sublime Maçom


Ao Supremo Arquiteto do Universo, sob o símbolo sagrado do Delta.

Soberano e G.'.A.'.D.''.U.'., de quem são conhecidas todas as nossas palavras e pensamentos! Permiti que a vós ofereçamos a sincera homenagem de nossas mais expressivas graças e fervorosa gratidão pelos favores e benefícios com que nos brinda vossa infinita bondade; pela vida, saúde e força que nos concedeis; por nos livrar da indigência e do desamparo; pelos gozos naturais com que haveis cercado nossa existência; pelo esplendor do céu; pela luz, pelo ar, verdes plantas, belas flores e águas móveis; pelo amor de nossos parentes, lealdade de nossos amigos; simpatia dos bons e estima dos justos; por tudo aquilo que é a causa de nossos gozos e pelas grandes virtudes que nos guiaram a outro mundo melhor e mais perfeito.


HISTÓRICO
Terminados os trabalhos do Templo de Jerusalém, os maçons empregados na sua construção adquiriram justa e merecida celebridade. A ordem a que pertenciam se estabeleceu então sob bases mais regulares e uniformes. Os escrúpulos que começaram a observar na admissão de novos membros levou-os ao mais alto conceito, sendo o mérito do candidato a única finalidade visada. Guiados por estes princípios, muitos dos Grandes Eleitos, ao deixar o Templo depois de sua dedicação ao trabalho, dispersaram-se por países circunvizinhos, iniciando a todos aqueles que achavam dignos em outros graus da antiga Maçonaria. Concluíram-se os trabalhos daquele edifício no ano 3000 da criação. Salomão ficou satisfeito com sua obra e a admiração universal o acolheu por toda parte.

Não obstante, com o transcurso do tempo, e já numa idade algo avançada, abandonou o Rei a sabedoria que lhe havia cumulado tantos favores, ensurdeceu à voz do Senhor e sua conduta não foi a de outros dias, senão que irregular e extravagante.

Envaidecido por haver levantado um Templo a seu criador, de uma suntuosidade e magnificência jamais vistas, e fascinado com seu grande poder, entregou-se a toda sorte de vícios; desdourou seu prestígio do passado com uma vida licenciosa e depravada. Profanou o Templo e adorou nele a estátua, o ídolo de Moloch, com olvido e menosprezo do culto que devia ao erdadeiro Deus.

Horrorizando-se, os Grandes Eleitos e Perfeitos Maçons, do estranho proceder de seu primeiro Grande Mestre, temeram que semelhante apostasia pudesse acarretar grandes males, sobretudo a vingança dos inimigos de Salomão, cuja cólera havia este inutilmente provocado. O povo de Israel, que imitava a conduta de seu Rei, transformou-se, como este, em orgulhoso e idólatra e desdenhou também pelos ídolos o culto do Deus único.

Tal foi a causa do castigo que depois experimentou Israel quando, na sucessão de vários de seus reis que se seguiram a Salomão e, como ele, foram desobedientes, inspirou o Senhor a Nabucodonosor, Rei da Babilônia, que tomasse vingança do Reino de Judá. Com efeito, enviou este príncipe um exército, sob o comando de seu capitão de guarda, Nebuzaradam, que entrou na Judéia, saqueou Jerusalém, arrasou suas muralhas, e incendiou e destruiu completamente a bela obra do Templo, conduzindo à Babilônia os habitantes da cidade que haviam escapado à desolação e os vasos de ouro e prata e demais ornamentos sagrados, e tudo quanto encontrou digno de formar parte do saque. Isso ocorreui no 11º ano do governo de Zedecias, Rei de Judá, após um sítio de oito meses e aos 470 anos, 6 meses e 10 dias da dedicação do Templo.

Moral do Grau: Os contratempos e dificuldades, por grandes que sejam, não devem desalentar nossos IIr.'. nem afastá-los do caminho da perfeição.

Pedro, por Rubens. Prado.

A Torre de Babel

A figura mostra a Torre de Babel interpretada por Brueghel, o Velho. O quadro está no Museu de História da Arte, Viena. Trata-se do mais antigo edifício de que há memória, construído com tijolos cozidos ao fogo, fortemente ligados por meio de betume, tão abundante no vale do Eufrates (Gn 11). Há, pelo menos, duas cidades nas terras a que se refere a Bíblia, que pretendem ser de uma remotíssima antigüidade, e são elas Damasco e Hebrom. A primeira já existia no tempo de Abraão, e Hebrom, que era de origem cananéia, foi fundada cerca do ano 2.000 a.C. Os primeiros israelitas, pastores de vida nômade, habitavam em tendas, mas durante a sua escravidão no Egito foram obrigados a trabalhar em construções, muitas das quais de considerável fama. Mas é somente a partir do tempo de Davi que eles se podem considerar como edificadores. Começaram nessa época a usar a pedra calcária, de que havia abundância, não só em reparações de ruínas, mas na edificação de novos palácios e fortalezas. Mas as tendas ou cabanas de ramagem com rudes pinturas ainda continuaram a ser as casas favoritas do povo. Quando entraram na terra prometida, ai acharam cidades muradas que os esperavam (Nm 13.28; Dt 1.28). Davi preparava-se para a grande empresa de edificar o templo, mas essa tarefa foi reservada para Salomão, que livremente chamou em seu auxílio operários estrangeiros, mandando vir, também, materiais de fora (1 Rs 5.10; 1 Cr 28 e 29). Além das suas obras em Jerusalém e perto desta cidade, Salomão edificou, em vários lugares, fortalezas e cidades. Entre os reis de Judá e Israel, houve muitos que foram grandes edificadores (1 Rs 15.17, 23; 22.39; 2 Rs 20.20; 2 Cr 32.27, 30). Na volta do cativeiro foram reedificados os muros de Jerusalém e o templo, muito solidamente com pedra e madeiras do Líbano (Ed 5.8). Durante o governo de Simão Macabeu foi erigida para defesa do templo e da cidade a fortaleza Barris, mais tarde chamada Antônia. "Mas", diz o cônego Philpott, "os reinos de Herodes e seus sucessores foram especialmente notáveis pelo desenvolvimento que, por meio deles, tomou a Arquitetura. O templo foi restaurado com grande magnificência, e Jerusalém fortalecida com várias fortificações e embelezada de bons edifícios." Ainda existem as ruínas de muitas sinagogas galiléias, de um estilo misto de arquitetura, parte judaico e parte romano, as quais foram construídas durante o segundo e terceiro séculos da nossa era.
Fonte: Dicionário Bíblico

Sublime Cavaleiro Eleito


Então veio a palavra do Senhor a Salomão, dizendo: Quanto a esta casa que tu estás edificando, se andares nos meus estatutos, e executares os meus preceitos, e guardares todos os meus mandamentos, andando neles, confirmarei para contigo a minha palavra, que falei a Davi, teu pai;e habitarei no meio dos filhos de Israel, e não desampararei o meu povo de Israel. Salomão, pois, edificou aquela casa, e a acabou.

HISTÓRICO
Depois de haver castigado os três assassinos de Hiram, Salomão quis recompensar a devoção e a constância dos Quinze Grandes Mestres Eleitos, dando-lhes um grau superior e elevando alguns outros Irmãos de graus inferiores, conforme seus méritos. Assim criou Doze dos Quinze Cavaleiros Ilustres através de sorteio, para nenhum ficasse ofendido.

Todos os nomes foram colocados numa urna e os doze primeiros nomes determinaram a formação de um Grande Capítulo. Cada um dos sorteados foi colocado à frente de uma das tribos de Israel. Receberam o nome de Excelentes Ameth, palavra hebraica que significa homem fiel em todas as ocasiões. Ensinou-lhes as coisas preciosas do tabernáculo onde estavam depositadas as Tábuas da Lei, escritas por Deus e entregues a Moisés no Monte Sinai. Deu-lhes um cinturão largo, preto, sobre o qual estava bordada a figura de um coração em chamas e a espada da Justiça.

Estes são os objetivos principais de nossa Ordem, sobre os quais devereis refletir continuamente, seguindo o tão belo caminho da reflexão, abandonando as sendas perigosas que afastam do cumprimento dos grandes e importantes deveres que deveis observar. Achareis mais fácil sua execução, na medida em que sentirdes no coração sua necessidade e sua justiça. Enfim, se observardes com firmeza vossas promessas, teremos em vós um Irmão zeloso, caridoso e digno de levar o nome de Cavaleiro Sublime Eleito que haveis recebido.

Moral do Grau: O Irmão digno, dedo ou tarde recebe sua justa recompensa.

Notas:
ABINADABE. O nome significa meu pai é nobre. Trata-se de um israelita da tribo de Judá, que vivia perto de Quiriate-Jearim, e em cuja casa a arca, depois de ter sido restituída pelos filisteus, permaneceu durante vinte anos (1 Sm 7.1, 2; 2 Sm 6.3 a 4.
BAANÁ. O nome significa filho da dor. Trata-se de um Oficial do comissariado de Salomão em Aser (1 Rs 4.16).
Fonte: Dicionário Bíblico

Águia Bicéfala

Textos no Blog

Há certos temas muito longos para serem objeto de uma postagem em blog...

A Arte de Construir


Certas idéias são suscetíveis de exercer uma poderosa atração sobre os indivíduos isolados. Elas agrupam-se e tornam-se, assim, o pivô intelectual de uma associação.
Mas esta não saberia ser constituída pelo único fato de um agrupamento desprovido de toda estabilidade e de toda coesão. Para transformar uma aglomeração de individualidades díspares em um todo permanente, a intervenção de uma lei orgânica instituindo a vida coletiva é indispensável.
Em toda associação é preciso, pois, distinguir a idéia e a forma.
A idéia ou o espírito age como gerador abstrato: é o pai da coletividade da qual a mãe está representada pelo princípio plástico que lhe dá sua forma.
Esses dois elementos de geração e de organização estão representados em Maçonaria por duas colunas, das quais a primeira (masculina-ativa) faz alusão àquilo que estabelece e funda, enquanto a segunda (feminina-passiva) se relaciona àquilo que consolida e mantém.
O historiador, — se ele for esclarecido pelas luzes da filosofia, — não pode fazer abstração desses dois fatores essenciais. Para ele, os anais de nossa instituição remontam para além do ano de 1717, data de fundação da Franco-Maçonaria moderna; porque as idéias que então conseguiram tomar corpo haviam inspirado, em épocas anteriores, numerosas tentativas de criações similares.
Uma coletividade que se funda não saberia, de outra parte, improvisar sua organização. Todo ser se constitui conforme sua espécie, e ele beneficia-se nisso da experiência ancestral. Todo recém-nascido se torna assim o herdeiro de uma raça antiga, que revive nele, como ele mesmo viveu em toda cadeia de seus antecessores.
Colocando-se desse ponto de vista, é permitido assinar à Franco-Maçonaria uma origem das mais antigas, porque ela se relaciona a todas as confraternidades iniciáticas do passado.
Todavia essas parecem haver saído das primeiras associações de construtores, como se pode julgar de acordo com as circunstâncias que deram nascimento à arte de construir.
Oswald Wirth

A Jornada dos Quinze


Trata-se, o 10º Grau, de um daqueles que pertencem à categoria dos chamados Graus de Iluminação. Consagra-se à extinção de todas as paixões e de todas as tendências censuráveis, tendo por base a idéia de reconstrução.

Já no estágio anterior, quando Eleito dos Nove, sabíamos que AKIROP, um dos assassinos, morrera na caverna. Seu esqueleto pode ser visto no Oriente, armado ainda do malhete com que ferira Hiram. Salomão fez embalsamar sua cabeça, com intenção de deixá-la exposta até que se encontrassem os outros dois assassinos.

Seis meses depois do castigo, um dos intendentes de Salomão, BENGABER, na terra de GHETH, — que era tributária a Salomão, — empreendeu intensa busca, tentando descobrir se alguma pessoa suspeita se havia ocultado naquele país, pessoa esta que teria vindo de Jerusalém. Publicou, ainda, um aviso, em que fornecia a exata filiação dos traidores. Passados alguns dias, recebeu informações de que certos indivíduos, cuja descrição coincidia com a dos procurados, haviam estado ali, certamente confiantes de que estariam fora do alcance de seus perseguidores.

Salomão foi inteirado dos fatos. O Grande Monarca, então, escreveu ao Rei de Gheth, MAACHA, suplicando-lhe permitisse a captura dos criminosos e sua deportação a Jerusalém, onde haveriam de ser castigados pelo delito cometido. Restava a Salomão encarregar determinados homens do cumprimento de tão honrosa missão. Elegeu, então, Quinze Mestres – aqueles que maior confiança lhe inspiravam, dentre os quais estavam os Nove primeiros que já haviam ido à caverna de Joppe.

A jornada dos Quinze teve início no dia Quinze do mês TAMOUTH, que corresponde a Junho. Chegaram a 28 do mesmo mês ao país de GHETH, entregando a carta de Salomão a MAACHA. Sensível à súplica, o Monarca imediatamente ordenou que buscassem os malfeitores, e que, uma vez encontrados, se lhes entregassem aos Israelitas, declarando, ao mesmo tempo, alegria em ver sua terra livre de tais monstros. Ao cabo de cinco dias de indagações e procuras, ZERBAL e JOABEN descobriram-nos em BENDECAR, onde trabalhavam os assassinos. Presos, foram conduzidos a Jerusalém, onde chegaram aos Quinze dias do mês seguinte. Conduzidos os malfeitores à presença de Salomão, confessaram seus delito. Foram presos nas torres de ACHIZAR, até o dia da execução, quando deveriam expiar seu odioso crime através de uma terrível morte. Às dez horas da manhã do dia marcado para a execução pública, foram tirados das torres e amarrados a dois postes, com pés e mãos atados para trás. O verdugo abriu-lhes o peito até o púbis, e assim ficaram por oito horas, para que moscas e insetos lhes acudissem às entranhas, como testemunha a instrução: Após despidos, foram atados pelo pescoço e pendurados em dois postes, com o ventre aberto, e os braços amarrados para trás, para serem vistos por todos ... Durante oito horas, debaixo de um sol ardente, expostos à voracidade de toda classe de insetos, sofrendo morte cruel. Seus lamentos eram tão horríveis que chegaram a infundir compaixão até mesmo ao verdugo.

Às seis horas da tarde, cortaram-lhes as cabeças que foram colocadas junto a de AKIROP, às portas do Oriente, Ocidente e Meio Dia de Jerusalém. Seus corpos, foram arrojados por sobre as muralhas, para que servissem de pasto aos corvos e às feras. E assim sofreram as penas merecidas por seus crimes.
A temática universal encerra a morte do justo. Sim. A morte, o assassinato, a violência. Mas não apenas isso. Temos a morte, mas temos a ressurreição. O princípio cósmico universal, que preside a destruição e a transformação, o “trans”, de transitório, do não-permanente, ou seja, formas não estáticas, mas se trans-formam, mudam de forma. Por outro lado, o terrível crime, substancialmente a suposta vitória dos erros e das paixões sobre a verdade ou a virtude, esta só agora, no décimo grau, se faz conhecida. Até então, vive-se na esperança, na confiança de que, algum dia, seria expiado o crime que privou a todos da presença de nosso Mestre. E o que representavam os Companheiros celerados? Representavam a ambição, o fanatismo e a ignorância. E quem são os Quinze? São os representantes das virtudes e dos deveres maçônicos. Mas, poderão dizer alguns, de que valem as virtudes e os deveres, frente as forças da natureza? Não encarnam, tais forças, as forças do próprio destino? O que podem homens simples, ainda que de alguma boa vontade, contra os mistérios insondáveis da natureza?

No décimo Grau, os 15, investidos do misterioso avental, tornam o destino impotente em seus ataques. Os Quinze Mestres, imbuídos de todas as instruções, depositários das virtudes e cumpridores dos deveres, lograram capturar os assassinos. Mas, — vejam bem, — não foi uma captura a sorrelfa, feita de emboscada. Captura, morte, condenação e castigo, sim. Mas tudo dentro dos mais específicos moldes da Justiça, tudo precedido de respeito e de limites. Lembremo-nos de que nos primórdios do nascimento da idéia do Estado Político como tal, o castigo infringido aos culpados não foi dos mais terríveis. Apenas se apreciarmos os fatos, da ótica do Direito Moderno do Século XX, é que poderá nos parecer excessiva tal pena. Mas há que se fazer as considerações adequadas à época, à vida, e aos homens daquele tempo. Tomadas tais precauções, nada nos permite condenar tal sorte de castigo.
O crime de JUBELAS, JUBELOS e JUBELUM, só agora cativos, condenados e mortos, deitou sobre todos os Companheiros a sombra terrível da desconfiança. Sendo apenas três, multiplicaram-se por trezentos, e sobre o Segundo Grau criou-se o vezo da suspeita. É nele que maçom experimenta tradicionalmente indiferenciada sobre todos.

J.'. J.'. J.'.

O Grau 10 revela um segredo. O nome completo dos assassinos. Para que se soubesse que cada um deles havia cometido um crime horrível nas portas do Templo de Salomão, pois Jubela Gibbs feriu a Hiram com uma régua de 24 polegadas, na porta do Sul; Jubelo Grabelot com um esquadro, na porta do Ocidente; e Jubelum Akirop deu o último golpe com um Malhete, na porta Oriental, causando a morte do nosso Respeitável Mestre...
O primeiro dos assassinos, que se utiliza da régua, representa a ignorância. O segundo, que lança mão do esquadro, representa o fanatismo. Ignorância e fanatismo, porém, têm cura. O terceiro dos assassinos, que fere o Mestre com o Malhete, este representa a ambição para a qual não existe remédio. O ambicioso conserva o ignorante na ignorância, e o fanático no fanatismo, utilizando-se de ambos para alcançar o poder que ambiciona.

Preboste ou Juiz

À equidade severa que devemos empregar em nossas ações.

Juízes e oficiais porás em tuas cidades que o Senhor teu Deus te deu, segundo as tuas tribos, para que julguem o povo com justiça. Não torcerás o juízo; não farás acepção de pessoas, nem receberás peitas; porque a peita cega os olhos dos sábios, e perverte a causa dos justos. A justiça, somente a justiça, seguirás, para que vivas e possuas em herança a terra que o Senhor, teu Deus, te dá.
Deuteronômio XV, 18-20

HISTÓRICO

Também se insere o 7º grau na categoria dos bíblicos ou israelitas. Consagra-se à eqüidade severa com que devemos julgar nossas ações, do que se depreende que o fundamento moral do Preboste ou Juiz é a Justiça igual para todos.

Na seqüência natural da lenda, defronta-se Salomão com a necessidade de distribuir a justiça entre os obreiros dedicados à construção do Templo. Por essa razão, instituiu aquele soberano um Tribunal composto por sete prebostes , cujo chefe era TITO , Príncipe dos Harodim, fiel depositário da chave da urna onde eram guardadas as atas das reclamações opostas às sentenças proferidas pelos tribunais inferiores dos harodim.

A chefia dos Harodim significava poder sobre 3.600 dirigentes dos operários construtores. Os sete juizes reuniam-se em Câmara do Meio, funcionando como uma espécie de corte de apelação. Assim, fundamental fazia-se a eqüidade, mesmo porque este tribunal julgava tanto apelos dirigidos por fenícios, quanto aqueles originários do povo hebreu.

Neste grau, o Juiz tem por finalidade incutir no ânimo dos iniciados as idéias de eqüidade e justiça, bem como o amor à sabedoria. Não tem ele hora fixa para trabalhar, porque vai e vem por toda a parte, conhecendo e socorrendo os IIr.`., corrigindo seus defeitos, escutando suas queixas, organizando seu trabalho, enfim, distribuindo a justiça, ao dar a cada um o que é seu. Detém ele a chave de ouro da sabedoria.

Segundo Rosen, a lenda judaica referente aos 3.600 contramestres instituídos por Salomão para a administração da justiça é a base do grau. Aqui, o desejo de saber – característica do 6º grau – transforma-se em posse da ciência, onde os iniciados mostram-se capazes de fazer justiça aos seus Irmãos. É uma consagração que nasce da consciência humana de forma natural, daí a relação deste grau com o Jus Naturalis ou Direito Natural, anterior aos atos voluntários que implica em limitação recíproca. A condição sobre a qual a liberdade de ação de cada um pode ser conciliada com a liberdade do outro, cabendo à sociedade a obrigação de garantir a liberdade de cada um, à vista de objetivos sociais e individuais. Nascido livre e inteligente, tem o homem direitos anteriores a qualquer lei positiva (escrita), e estes são os assim chamados direitos naturais da pessoa humana, derivados da condição racional e garantidores da liberdade, da propriedade, da associação, da legítima defesa, etc.

O preboste ou Juiz, assim, na condição de Maçom, tem imposto a si o dever de fidelidade e apoio mútuo. Não pode, pois, deixa-se levar por quaisquer considerações subalternas, por interesses pessoais, simpatias mútuas ou quaisquer outros entendimentos que não o do estrito cumprimento do dever, da justiça e da eqüidade.


Moral do Grau: Devemos Justiça igual para todos os homens.

NOTAS:
* O termo preboste nos vem do francês medieval e designa um magistrado militar existente nos corpos do exército a quem eram submetidos os delitos perpetrados pelos praças. Era título distribuído também a outros ramos da administração pública. Origina-se do latim proepositus, que significa preposto, indicando, à época, o preposto do rei.
* Tito não é um nome hebraico, mas nome fantasia criado por ritualistas franceses. Nas lendas maçônicas, o personagem Tito é considerado como o inspetor responsável por trezentos harodim ou arquitetos. Os harodim das 12 tribos somavam 3.600.
* Define-se juridicamente o Direito Natural como o conjunto das regras impostas à legislação dos povos pelos princípios fundados na razão e na eqüidade. Seu objetivo é regular e garantir os direitos individuais inalienáveis e inatos, como os direitos à vida, liberdade, honra e patrimônio. Embora muitas vezes essas normas não constem de um código escrito, existem na consciência coletiva e são invocadas sempre que violadas.

Eclesiástico

1 Não repitas o que ouviste. Não reveles um segredo. Assim estarás
verdadeiramente isento de confusão, e acharás graça diante de todos os
homens. Não te envergonhes de tudo o que vou dizer, e não faças
acepção de pessoas até o ponto de pecar.
2 Não te envergonhes da lei e da aliança do Altíssimo, de uma sentença
que justifique o ímpio,
3 de um negócio entre teus amigos e estranhos, da doação de uma
herança em favor de teus amigos.
4 Não te envergonhes de usar uma balança fiel e de peso certo, de
adquirir pouco ou muito,
5 de não fazer diferença na venda e com os mercadores, de corrigir
freqüentemente os teus filhos, de golpear até sangrar as costas de um
escravo ruim.
6 Sobre uma mulher má, é bom pôr-se o selo.
7 Onde há muitas mãos, emprega a chave. Conta e pesa tudo o que
entregas; assenta o que dás e o que recebes.
8 Não te envergonhes de corrigir o insensato e o tolo; não te
envergonhes dos anciãos julgados pelos jovens. Assim te mostrarás
verdadeiramente instruído, e serás aprovado por todos.
(Extraído do Capítulo 42)

Secretário Íntimo

À necessidade de aprender que produziu descobertas preciosas, e aos perigos de uma vã curiosidade.

HISTÓRICO

Tendo Hiram, Rei de Tiro, enviado a Salomão, a pedido deste, os melhores artistas, arquitetos, mordomos de sua própria casa, grande número de obreiros e também inspetores ou superintendentes que os vigiassem, com o objetivo de que ajudassem na construção do Templo de Jerusalém, suprindo, do mesmo modo, os cedros e abetos do monte Líbano, e ouro, e pedras das pedreiras de Tiro, enfim, tudo aquilo que era necessário à construção de tão suntuoso monumento, Salomão prometeu, de sua parte, enviar a Hiram, a cada ano, enquanto durassem os trabalhos do Templo, 20.000 medidas de trigo, 20 de azeite puro, cevada, vinho e mel, além de ceder-lhe, quando da conclusão da obra, 20 cidades da Galiléia.

Havia se passado um ano sem que Salomão cumprisse as promessas que fizera, quando Hiram visitou as cidades adquiridas e viu que eram não só terras estéreis para o cultivo, como ainda grosseiros e ignorantes seus habitantes. Além disso, a conservação de semelhante domínio, seria-lhe mais onerosa que útil. Acreditou que o haviam enganado e dirigiu-se ao palácio de Salomão, passando, precipitadamente, no meio dos guardas que o custodiavam.

Um favorito de Salomão, chamado J.`., notando, no semblante e maneiras de Hiram, a cólera de que este estava possuído, segui-o até a porta da câmara do Rei e deteve-se para escutar. Notado por Hiram, em seu ato de espionagem, fez este com que guardas o prendessem. Sem embargo, Salomão manifestou, então, ao monarca ofendido, que J.`. era um de seus mais fiéis servidores e que sua intenção, nesse caso, fora louvável. Desse modo, obteve o perdão. Ambos os soberanos concordaram em premiar a fidelidade de J.`., fazendo-o Secretário Íntimo, no pacto perpétuo de aliança que iam celebrar. Tal é a origem deste grau.

Moral do grau: Respeitemos os segredos de nossos IIr.`., evitando que se descubram e se divulguem.

Moloch


Era o deus do fogo dos amonitas, como Camos era dos moabitas. Sacrifícios humanos e provas de fogo eram alguns dos meios que se empregavam para tornar propícia aquela divindade. Os israelitas foram avisados contra este culto com ameaças de terríveis castigos. Aquele que oferecesse o seu filho a Moloque devia ser morto por apedrejamento (Lv 18.21; 20.2 a 5). Sendo já velho o rei Salomão, foram consagrados lugares altos a Moloque num dos cumes do Olivete (1 Rs 11.7). Fazer passar o filho ou a filha pelo fogo, em adoração de Moleque (2 Rs 23.10,13), era matar a criança e depois oferecê-la em holocausto à maneira de Mesa. O sacrifício de crianças era não somente expiatório, mas também purificatório; por ele se supunha que as vítimas eram assim purificadas da imundícia do corpo, alcançando então a união com as forças divinas. Está averiguado que a imagem de Moloque era na forma de um bezerro, com as mãos estendidas para diante, como querendo receber qualquer coisa. No caso de haver ídolo semelhante em outro país, as mãos eram postas na direção do chão de tal maneira que a criança, quando colocada sobre elas, era lançada numa cova de fogo. Os sacerdotes de Moleque tomavam a precedência com respeito aos príncipes de Amom (Jr 49.3).
Fonte: Dicionário Bíblico

Esgotar até as fezes o cálice da humilhação...

Nada a ver com o que a palavra sugere à primeira vista. Vinho "sobre a borra" significa o vinho que era deixado na vasilha, em que primitivamente se havia deitado. E permanecendo ali tornava-se espesso e xaroposo. Antes de ser bebido era coado, e já sem as escórias considerava-se purificado. "Repousar nas suas fezes" significava continuar nas impurezas de um modo descuidoso; e aplicava-se a frase aos preguiçosos, aos estúpidos, e aos néscios (Jr 48.11; Sf 1.12). Beber do vinho das suas fezes queria dizer que se bebia até à ultima gota do cálice (Sl 75.8; Is 51.17).