O Despertar dos Mágicos


O que nos parece é que a mais alta, a mais fervorosa actividade
do espírito humano consiste em estabelecer "modelos"
destinados a outra actividade do espírito, pouco conhecida e
difícil de pôr em actividade. É neste sentido que se pode dizer:
tudo é símbolo, tudo é signo, tudo é evocação de outra realidade.
Isto abre-nos portas sobre o possível e infinito poder do
homem. Isto não nos dá a chave de todas as coisas, contrariamente
ao que crêem os simbologistas. Da ideia de Trindade,
da ideia do transfinido, à estatueta cravada de alfinetes do mago
aldeão, passando pela cruz, a suástica, o vitral, a catedral, a Virgem
Maria, os "seres matemáticos", os números, etc., tudo é
modelo, maqueta de qualquer coisa que existe num universo
diferente daquele onde essa maqueta foi concebida. Mas as
maquetas não são intercambiáveis: um modelo matemático de
barragem fornecido ao cALcUlador electrónico não é comparável
a um modelo de foguetão supersónico. Nem tudo está em tudo.
A espiral não está na cruz. A imagem do bisão não está na
fotografia sobre a qual o médium se exercita, o ponto Ómega
do P.e Teilhard não está no Inferno de Dante, o menir não está
na catedral, os números de Cantor não estão nos números do
Apocalipse. Se existem maquetas de tudo, nem todas as maquetas
são como mesas gigognes, e não formam um todo desmontável
que revele o segredo do Universo.
LOUIS PAUWELS E JACQUES BERGIER, O Despertar dos Mágicos.