Então imaginei uma cidade cujo nome é incerto. É habitada apenas por gente que dorme, enquanto dorme, porque nesta cidade só entram sonhadores.Nela cabem todos os sonhos. Nada é para sempre por lá, a não ser tal certeza. Nela, nenhuma tristeza dura muito. Já as alegrias, estas duram enquanto mantiverem alegres os seus sujeitos. Não há governantes nem governados. Tudo anda por si. Tudo é, enfim, sonho sonhado.
Leio de tudo. Dos clássicos e acadêmicos até almanaques populares e bulas de remédio. Excluindo revistas em quadrinhos, devoro qualquer tipo de literatura, mesmo aquela vista como dejeto cultural. Certamente já li e escrevi muita coisa, traduzi outras tantas, e meus arquivos estão cheios de traças que vieram das alturas do Himalaia. Este blog, então, vai ser o canal de saberes fragmentados, oficiais e oficiosos, que os Mestres do Imaginário oferecem a nossa indiscrição.
Imaginei
Então imaginei uma cidade cujo nome é incerto. É habitada apenas por gente que dorme, enquanto dorme, porque nesta cidade só entram sonhadores.Nela cabem todos os sonhos. Nada é para sempre por lá, a não ser tal certeza. Nela, nenhuma tristeza dura muito. Já as alegrias, estas duram enquanto mantiverem alegres os seus sujeitos. Não há governantes nem governados. Tudo anda por si. Tudo é, enfim, sonho sonhado.
Frio
Está frio? E você pensa no quê? Na frieza emocional? Ela é muito necessária às vezes, porque certas práticas não prescindem do controle sobre as emoções. Também é bom lembrar que não são poucas as histórias de horror ambientadas em locais frios: dos castelos gelados às montanhas nevadas, o frio sugere isolamento, mistério e medo. Ele enseja metáforas que lembram o desconhecido.
Mindfulness: “atenção plena”
Prática de meditação que busca a consciência do momento presente, o aqui e agora: sensações físicas, emoções, pensamentos, ambiente ao seu redor, sem tentar alterá-los ou julgá-los, ou seja, sem reatividade. A concentração começa pela respiração utilizada como âncora no instante presente. Na prática diária, nada impede que mantenhamos “atenção plena” ao caminhar, comer e interagir com outras pessoas.
Preconceito Persistente
PRÓLOGO
A presente obra do incansável lutador que é o Pe. Filippo porta uma documentação valiosa no que diz respeito ao poder maçônico entre nós. Comumente acredita-se que a Maçonaria argentina se reduz às Lojas, bem conhecidas que funcionam em Cangallo 1242 e em Sarmiento 1872. O Pe. Filippo traz nesta sua nova obra uma longa lista de mais de uma centena de outras lojas, com suas respectivas denominações, autoridades e locais de suas sedes, o que evidencia o imenso poder que a Maçonaria alcançou entre nós e o não menos imenso perigo que isso significa para a vida religiosa e civil da nação.
Não é necessário advertir que a Maçonaria, instrumento do judaísmo por um lado, e agente do comunismo por outro, sob seus múltiplos ritos e pantomimas, acompanhados na maioria das vezes por altissonantes vocábulos, não passa de uma vulgar seita subversiva que, sob o disfarce de humanitarismo, trabalha na vanguarda da revolução mundial. O Pe. Filippo documenta com grande acerto esta tarefa subversiva, não apenas de forma geral, mas também em algumas situações particulares, como no caso da descabida e sinistra luta com que Perón enfrentou a Igreja nos últimos anos de seu governo. Esse falso enfrentamento, que continuou no divórcio da massa popular das tradições concretas da vida argentina, e que, se continuar, levará o país a situações imprevisíveis de desordem e caos, tem sido a triste e lamentável consequência que foi necessário pagar, seja porque Perón não acreditou no poder judaico-maçônico, seja porque, mesmo acreditando, considerou-se suficientemente astuto e forte para utilizá-lo sem ser vítima de seus incalculáveis efeitos.
Os fatos têm demonstrado outra coisa. A penetração judaico-maçônica no elenco ministerial de Perón não apenas criou falsos conflitos comprometendo as possibilidades de um bom governo, mas também acabou com o próprio governo. O Pe. Filippo faz alusão, com abundante documentação, às diversas estratagemas utilizadas pelas Lojas para impedir o alcance de uma grande política nacional e social, provocando em contrapartida o colapso institucional do país. Tudo isso, ao mesmo tempo que revela os fins sinistros, expõe a extensão da rede maçônica, que se ramifica depois em todos os outros poderes da sociedade, não apenas no político, econômico e cultural, mas também no militar e até no religioso; também expõe como a grande força do poder maçônico é constituída pelo famoso segredo ligado às diversas hierarquias que, de modo misterioso, compõem a organização e difundem rapidamente e eficazmente as consignas, sem que seja possível individualizar de onde elas emanam.
A Maçonaria representa na Argentina um verdadeiro imperialismo, que por sua vez se fortalece pelas conexões que a ligam ao imperialismo judaico-maçônico mundial, ou seja, ao poder oculto mundial que depois maneja todos os fios da conspiração contra a Igreja e contra o bem-estar dos povos, tramada em todos os lugares.
Seria um erro pensar que esse poder é exclusivamente financeiro e político. É um poder iniciático e ocultista que se desenvolve nas altas e impenetráveis lojas do culto satânico. Tudo isso é amplamente explicado na literatura esotérica de Eliphas Levi e de Papus no século passado, e tudo isso está diretamente relacionado com a cabala prática e mágica da Sinagoga.
Seria ingenuidade deduzir daqui que as lojas da Maçonaria baixa, cuja lista o Pe. Filippo traz, estão interiorizadas desses mistérios do satanismo. Estes são reservados apenas para os graus superiores da alta Maçonaria, que preparam e executam em alto nível os planos do governo mundial, para onde o mundo marcha rapidamente, se Deus não dispor de outra forma.
Com o presente livro, o Pe. Filippo, ao mesmo tempo que se torna merecedor da honra e do respeito devidos aos grandes cristãos e patriotas, se expõe igualmente ao vitupério público com que a força da iniquidade marca aqueles que se atrevem a denunciá-las. O Pe. Filippo saberá enfrentar com coragem e firmeza, das quais muitas vezes deu notáveis exemplos, todas as calúnias e infâmias com que a impiedade e a perversidade da judaico-maçonaria se empenharão em desacreditá-lo. Para aqueles que lutam por Deus e pela Pátria, basta-lhes a recompensa do sacrifício da vida por tão nobres ideais.
Julio Meinvielle, Presbítero
Buenos Aires, Festa de São Luís, Rei da França de
1967, p. 13-15.
VIRGILIO, Filippo. Imperialismos y Masoneria. Argentina: Organización San José, 1967.
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NOTA: É notável que nesse própologo escrito em 1967 (nem faz tanto tempo assim) ainda se perceba a persistência de preconceitos que até seriam comuns séculos atrás. Por isso, mais uma vez, me lembro da frase que diz "não somos aquilo que dizem que somos". Não que eu seja, é claro. Só simpatizo com a tribo.
Sabedoria, Conhecimento e Iniciação
A Sabedoria não se reduz ao conhecimento intelectual ou acadêmico. Ela envolve intuição, que não se deixa limitar pelo intelecto. Como acessar a Sabedoria? Para Guénon, tal acesso depende do estudo e da prática das antigas tradições, por meio de um método que se convencionou chamar de iniciação e que envolve processos internos cujo objetivo é a transcendência do eu e do intelecto.
Perspectivas Contrastantes sobre a Sexualidade: Wilhelm Reich e Julius Evola
No século XX, dois pensadores proeminentes, Wilhelm Reich e Julius Evola, ofereceram visões contrastantes sobre a natureza da sexualidade humana e seu papel na sociedade e no desenvolvimento espiritual. Enquanto Reich defendia a liberação sexual como um meio de alcançar a saúde emocional e o bem-estar, Evola via a sexualidade como parte de uma busca espiritual mais ampla, direcionada para a transcendência espiritual. São posições paradoxais, direcionadas a diferentes visões acerca da natureza humana, razão por que seus autores merecem figurar entre os mestres do imaginário.
Wilhelm Reich, austríaco, nascido em 1897, foi um psicanalista e cientista social. Seu trabalho visava estabelecer relações entre saúde mental e sexualidade. Reich ficou conhecido por suas teorias sobre uma energia vital que ele acreditava permear o universo e influenciar a saúde física e mental. Defendia, assim, a liberação sexual não só como uma forma de emancipação social, mas também como um fator essencial à saúde.
Em sua obra "A Função do Orgasmo" (1942), sustentou que a repressão sexual levava a uma série de problemas físicos e mentais, como neuroses e distúrbios psicossomáticos. Segundo ele, o temor aos chamados maus instintos prejudicava a terapia psicanalítica. Os próprios psicanalistas — diz Reich — aceitavam, sem questionar, a existência de uma antítese entre natureza (instinto, sexualidade) e cultura (moralidade, trabalho dever), de sorte que concluíam que a sobrevivência dos impulsos estaria em desacordo com a cura do paciente. O próprio Reich afirma ter levado muito tempo para superar o seu medo a esses impulsos. Todavia, para ele, estava claro também que os impulsos antissociais somente eram perigosos e viciosos enquanto estivesse bloqueada a descarga de energia biológica por meio da sexualidade. Em termos da sociedade como um todo, haveria uma lacuna entre a ideologia social, a moralidade e a realidade, o que levaria as pessoas a suprimirem aquilo que havia mais belo e mais verdadeiro, que era realmente básico nelas mesmas. Reich enfatizava também a importância da igualdade de gênero e via a liberação sexual como um meio de alcançar a emancipação feminina.
Bem diferente será a visão de evoliana. Julius Evola, nascido em 1898 na Itália, foi um filósofo e escritor cujo trabalho abordava questões de espiritualidade, tradição e política. Evola defendia uma visão mais tradicional e hierárquica da sociedade, onde a sexualidade era vista como parte de uma busca espiritual mais elevada. Em sua obra "A Metafísica do Sexo" (1958), Evola distinguiu entre uma sexualidade "inferior", baseada em impulsos animais e prazer material, e uma sexualidade "superior", direcionada para a transcendência espiritual. Ele defendia uma visão mais tradicional e hierárquica da sociedade, onde a energia sexual era vista como parte de uma ordem social mais ampla baseada em hierarquias espirituais e sociais. Evola valorizava a feminilidade como uma qualidade a ser preservada e protegida, mas dentro de um contexto de uma ordem social e espiritual mais ampla.
Para Evola, além da sexualidade corrente, haveria um segundo domínio, muito mais relevante, porque correspondente às tradições que sacralizaram o sexo. Esse domínio incluía a magia sagrada, ritual e mística da união sexual e até da própria orgia, tomando por vezes formas coletivas e institucionais. Não se tratava mais da sexualidade “profana” como a vigente no que ele chama de o mundo moderno. Segunde ele, a sexo teria impregnado a esfera psíquica, produzindo nela uma gravitação constante e insistente no sentido da mulher e do amor. Isso teria gerado duas condições importantes, a saber, a primeira, uma excitação difusa e crônica, quase independente, na prática, da satisfação física concreta, porque perdurável como excitação psíquica; a segunda, a consequência desse erotismo que poderia até mesmo coexistir com uma castidade aparente. Reich chega a ser poético quando escreve que, da atração física, quando surge o impulso sexual, os extratos mais profundos do ser seriam despertados no nível mais elementar. Nesse domínio, as camadas profundas do ser só seriam atingidas e ativadas na união efetiva dos sexos. É verdade — afirma ele — que um amor puro pode também transcender o indivíduo; porém, somente como uma disposição espiritual: não numa experiência através dum ato, não numa sensação, mas quase que numa fratura real do ser. Citando Schiller, que disse que a paixão passa, e que o amor deve ficar, Evola lamenta esse lado pior no qual encontra um dos dramas da condição humana, pois, para ele, somente a paixão poderia conduzir ao momento fulgurante da unidade.
As visões de Wilhelm Reich e Julius Evola sobre a sexualidade, embora divergentes, são unânimes quanto à importância desse fator elementar na existência humana. São duas perspectivas contrastantes sobre o papel da sexualidade na sociedade e no desenvolvimento espiritual. Enquanto Reich via a liberação sexual como parte da busca pela emancipação e saúde, Evola via a sexualidade como parte de uma busca espiritual mais elevada. Suas visões divergentes continuam a provocar reflexão e debate sobre a natureza humana e o propósito da existência, razão pela qual a leitura das duas obras aqui comentadas, certamente, vai contribuir para uma melhor compreensão de questões cuja relevância é, sem dúvida, cada vez mais evidente, quanto mais no presente, quando questões de gênero e sexualidade permanecem em pauta.