Preconceito Persistente

 

PRÓLOGO

A presente obra do incansável lutador que é o Pe. Filippo porta uma documentação valiosa no que diz respeito ao poder maçônico entre nós. Comumente acredita-se que a Maçonaria argentina se reduz às Lojas, bem conhecidas que funcionam em Cangallo 1242 e em Sarmiento 1872. O Pe. Filippo traz nesta sua nova obra uma longa lista de mais de uma centena de outras lojas, com suas respectivas denominações, autoridades e locais de suas sedes, o que evidencia o imenso poder que a Maçonaria alcançou entre nós e o não menos imenso perigo que isso significa para a vida religiosa e civil da nação.

Não é necessário advertir que a Maçonaria, instrumento do judaísmo por um lado, e agente do comunismo por outro, sob seus múltiplos ritos e pantomimas, acompanhados na maioria das vezes por altissonantes vocábulos, não passa de uma vulgar seita subversiva que, sob o disfarce de humanitarismo, trabalha na vanguarda da revolução mundial. O Pe. Filippo documenta com grande acerto esta tarefa subversiva, não apenas de forma geral, mas também em algumas situações particulares, como no caso da descabida e sinistra luta com que Perón enfrentou a Igreja nos últimos anos de seu governo. Esse falso enfrentamento, que continuou no divórcio da massa popular das tradições concretas da vida argentina, e que, se continuar, levará o país a situações imprevisíveis de desordem e caos, tem sido a triste e lamentável consequência que foi necessário pagar, seja porque Perón não acreditou no poder judaico-maçônico, seja porque, mesmo acreditando, considerou-se suficientemente astuto e forte para utilizá-lo sem ser vítima de seus incalculáveis efeitos.

Os fatos têm demonstrado outra coisa. A penetração judaico-maçônica no elenco ministerial de Perón não apenas criou falsos conflitos comprometendo as possibilidades de um bom governo, mas também acabou com o próprio governo. O Pe. Filippo faz alusão, com abundante documentação, às diversas estratagemas utilizadas pelas Lojas para impedir o alcance de uma grande política nacional e social, provocando em contrapartida o colapso institucional do país. Tudo isso, ao mesmo tempo que revela os fins sinistros, expõe a extensão da rede maçônica, que se ramifica depois em todos os outros poderes da sociedade, não apenas no político, econômico e cultural, mas também no militar e até no religioso; também expõe como a grande força do poder maçônico é constituída pelo famoso segredo ligado às diversas hierarquias que, de modo misterioso, compõem a organização e difundem rapidamente e eficazmente as consignas, sem que seja possível individualizar de onde elas emanam.

A Maçonaria representa na Argentina um verdadeiro imperialismo, que por sua vez se fortalece pelas conexões que a ligam ao imperialismo judaico-maçônico mundial, ou seja, ao poder oculto mundial que depois maneja todos os fios da conspiração contra a Igreja e contra o bem-estar dos povos, tramada em todos os lugares.

Seria um erro pensar que esse poder é exclusivamente financeiro e político. É um poder iniciático e ocultista que se desenvolve nas altas e impenetráveis lojas do culto satânico. Tudo isso é amplamente explicado na literatura esotérica de Eliphas Levi e de Papus no século passado, e tudo isso está diretamente relacionado com a cabala prática e mágica da Sinagoga.

Seria ingenuidade deduzir daqui que as lojas da Maçonaria baixa, cuja lista o Pe. Filippo traz, estão interiorizadas desses mistérios do satanismo. Estes são reservados apenas para os graus superiores da alta Maçonaria, que preparam e executam em alto nível os planos do governo mundial, para onde o mundo marcha rapidamente, se Deus não dispor de outra forma.

Com o presente livro, o Pe. Filippo, ao mesmo tempo que se torna merecedor da honra e do respeito devidos aos grandes cristãos e patriotas, se expõe igualmente ao vitupério público com que a força da iniquidade marca aqueles que se atrevem a denunciá-las. O Pe. Filippo saberá enfrentar com coragem e firmeza, das quais muitas vezes deu notáveis exemplos, todas as calúnias e infâmias com que a impiedade e a perversidade da judaico-maçonaria se empenharão em desacreditá-lo. Para aqueles que lutam por Deus e pela Pátria, basta-lhes a recompensa do sacrifício da vida por tão nobres ideais.

Julio Meinvielle, Presbítero

Buenos Aires, Festa de São Luís, Rei da França de 1967, p. 13-15.

VIRGILIO, Filippo. Imperialismos y Masoneria. Argentina: Organización San José, 1967.

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NOTA:  É notável que nesse própologo escrito em 1967 (nem faz tanto tempo assim) ainda se perceba a persistência de preconceitos que até seriam comuns séculos atrás. Por isso, mais uma vez, me lembro da frase que diz "não somos aquilo que dizem que somos". Não que eu seja, é claro. Só simpatizo com a tribo.

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