Leio de tudo. Dos clássicos e acadêmicos até almanaques populares e bulas de remédio. Excluindo revistas em quadrinhos, devoro qualquer tipo de literatura, mesmo aquela vista como dejeto cultural. Certamente já li e escrevi muita coisa, traduzi outras tantas, e meus arquivos estão cheios de traças que vieram das alturas do Himalaia. Este blog, então, vai ser o canal de saberes fragmentados, oficiais e oficiosos, que os Mestres do Imaginário oferecem a nossa indiscrição.
Sois?
Sossego
Tem coisa melhor que esse sossego? Difícil dizer que sim, ainda mais hoje, com prazos suspensos, sem compromisso nenhum, com a maioria viajando, no desespero do tal fim de ano, o mundo inteiro se esvaziando por aí: em shoppings, em praias, em baladas e outras coisas tão chatas e desgastantes quanto. Nada como a acolhedora paz do meu sossego. Só eu e minhas ausências companheiras fraternas, irmãs do silêncio.
A Filiação Maçônica
As instituições primitivas, de que se falou mais acima, transformam-se conforme as circunstâncias em associações políticas, religiosas ou sociais de uma imensa variedade de formas. Levando em conta a entrada em cena do cerimonial ainda em moda dos selvagens atuais, distinguem-se seis grupos de instituições que derivam dos usos mais antigos.
Fonte: WIRTH, Oswald. LaFranc-Maçonnerie rendue intelligible àses adeptes. Le Maître. Paris: Dervy, 2003.
Do meu jardim
Coisa estranha, a sálvia. Vaso de tempero que, de uma hora para outra, inventou de murchar. Trouxe para perto de mim e, em poucas horas, uma recuperação notável. A primeira foto eu enviei para uma amiga às 13 h e 59 mim.... a outra, às 18 h e 15 min. Pouco mais de quatro horas, e a recuperação aconteceu. Se fosse apenas uma plantinha que houvesse murchado, eu não estranharia. Entretanto, foram também uma begônia e meu lindo brinco-de-princesa, ambos murchos, secos e amarelados em poucas horas. No mesmo dia, o tomilho e o manjericão. Não havia como salvar. Um lírio da paz, contudo, sofreu apenas uma estranha mudança de cor em uma das folhas, que simplesmente passou do verde ao amarelo sem ressecar.Confesso que não ligo para essa história de olho grande nas plantas. Até porque cuido bastante do meu pequeno e despretensioso jardim de apartamento. Quase tudo vive bem, na medida do possível para plantas de vaso. Afinal, são seres vivos e têm seus dias melhores e piores. Mas, neste caso, tudo aconteceu muito rapidamente. A pobre begônia vermelha era alta e simplesmente desmaiou. Não foram só as folhas que murcharam: foi o caule, que lhe dava sustentação. E, com o brinco-de-princesa, além de murchar, amarelou as folhas, as flores murcharam e tudo ficou muito triste de ver. Só posso conceber que alguma coisa influiu no bem-estar de algumas das minhas plantas. O estrago sofrido pelo tomilho e pelo manjericão foi grande. Não deu para salvar nenhum dos dois. Mesmo destino da begônia e do brinco-de-princesa. Este último, perda também para o beija-flor que vinha até aqui visitar suas flores.
um jeito de se transformar e de se renovar, aparecendo sempre diferente, para poder continuar sendo exatamente quem ela é: a própria vida, da qual a morte, afinal, faz parte.
A Missão dos Iniciados
Fonte: WIRTH, Oswald. LaFranc-Maçonnerie rendue intelligible àses adeptes. Le Maître. Paris: Dervy, 2003.
Arte de Pensar
Toda imaginação genial retira suas imagens de um domínio comum aos artistas e aos poetas de todos os tempos. O Mestrado do pensamento nos eleva até essa região, onde os espíritos liberados de toda brutalidade comungam na compreensão de uma linguagem que se exprime em formas e em figuras de beleza.
Oswald Wirth
O Mestrado Ideal
Em nossos dias a Arte Real continua a ser ensinada.
Verdade que o é sob o véu dos símbolos, cujo sentido nem sempre foi penetrado.
Os maçons do século XVII puderam assim se proclamar adeptos da Arte Real,
porque os reis outrora se interessaram pela obra das corporações construtivas,
privilegiados, na Idade Média, por erguerem, em toda cristandade, os edifícios
sagrados. Quando a Maçonaria Moderna se liberou de toda preocupação
arquitetural profissional, por preconizar somente uma construção filosófica
puramente moral e intelectual, Arte Real tornou-se sinônimo de Grande Arte ou
de Arte por excelência. Não é ela, afinal, a Arte Suprema segundo a qual a
humanidade em seu conjunto deve ser construída, arte que se aplica, além disso,
a cada indivíduo destinado a ocupar seu lugar no imenso edifício?
Mas é tempo de restituir à velha expressão tradicional seu sentido primitivo. Não é preciso que a Franco-Maçonaria oculte que ela tem por missão preparar seus adeptos para uma verdadeira realeza: aquela do Cidadão, soberano no Estado Moderno.
Antes de tudo, esse Soberano deve ter consciência de sua dignidade. Ele não reconhece, acima dele, nenhum poder diante do qual se humilhe para solicitar favores. A coisa pública (res publica: República) é coisa sua, sua propriedade, pela qual ele é responsável. Ele não sofre nenhum abuso e zela para jamais se tornar cúmplice de um ato que lese o interesse geral.
Assim compreendida, a Arte Real deve ser ensinada aos republicanos, porque enquanto não receberam uma educação de reis, não saberão exercer sua soberania. Esta permanecerá falaciosa, até o dia em que os cidadãos forem penetrados pelo dever de realeza coletiva que é seu apanágio. Se, por sua moralidade, eles não se elevarem acima da condição de escravos, nenhuma das proclamações oficiais mudarão a sua sorte. Sob a etiqueta mais democrática, eles continuarão a sofrer o jugo que não terão energia de vencer. A queda de um trono não confere, de uma vez por todas, a liberdade. Esta última pede para ser constantemente conquistada por aqueles que quiserem merecê-la. Guardemo-nos, pois, de dormir sob o louro de nossos pais, que derrubaram a Bastilha: jamais seremos livres se não soubermos sacrificar continuamente nossas ambições mesquinhas ao bem geral. Sob qualquer regime que seja, sacerdotes e reis nos dominarão, enquanto não houvermos aprendido a suplantar em nós mesmos sacerdotes e reis.
Mas como subtrair-se dessa dominação senão que nos inspirando no adágio: não se suprime aquilo que se substitui. Não é em vão que o Iniciado é chamado a se tornar seu próprio rei e seu próprio sacerdote.
Ele será rei quando reinar sobre si mesmo, quando aquilo que ele tem de mais elevado se fizer obedecer pelo que nele é inferior. Esse Mestrado de si pode conferir apenas a dignidade real, característica do cidadão zeloso de sua soberania nacional.
Ninguém deve poder, de outra parte, abusar da imaginação do soberano. Este se iniciará, pois, nos mistérios da Arte Sacerdotal, para não ser enganado nem pelo representante de Deus que promete a felicidade no outro mundo, nem pelo charlatão político, pretenso detentor da panaceia universal pondo fim a todas as misérias sociais.
O verdadeiro Mestrado se subtrai a todas as decepções; mas ele só é adquirido ao preço de esforços sustentados, dirigidos contra todas as nossas fraquezas intelectuais e morais.
Fonte: WIRTH, Oswald. LaFranc-Maçonnerie rendue
intelligible àses adeptes. Le Maître. Paris: Dervy, 2003.
A Arte Sacerdotal e a Arte Real
Quem
se reúne se une. A semelhança de caráteres, de gostos, de interesses, de
ocupações, de direitos e de deveres leva ao agrupamento. Os velhos considerados
mais sábios, porém fracos fisicamente, foram assim levados a se reunirem separadamente,
e a se reunirem fora da assembleia dos homens que permaneciam vigorosos, dentre
os quais predominava o elemento guerreiro. Pouco numerosos, os velhos deviam
preferir manter seus conciliábulos no silêncio da noite, retirados em alguma
choupana isolada.
Como seu prestígio e sua influência baseavam-se em sua renomada sabedoria, eles tinham interesse em se instruírem reciprocamente, comunicando entre si o fruto de sua experiência e de suas meditações. Tornaram-se assim os depositários das tradições da tribo. Entre eles encontravam-se contistas, hábeis em encantar seus ouvintes com narrativas cada vez mais impregnadas de altas façanhas atribuídas aos deuses e aos heróis. Houve rapsódias, cantores inspirados, hábeis em cativar as imaginações. Por vezes, até adivinhos anunciavam o amanhã e indicavam remédios a todos os males.
A fineza de espírito dos velhos muscularmente enfraquecidos prevalecia assim sobre o fogo irrefletido dos fortes. Explorando as crenças que eles haviam ajudado a difundir, frágeis homens de pensamento fizeram-se temer e venerar pelas multidões. Diante deles inclinavam-se guerreiros intrépidos, chegando a se entregaram à morte por ordem dos representantes daqueles. Eis aí o triunfo do poder espiritual que muito abusa de seu absolutismo.
É preciso, todavia, reconhecer nesse poder espiritual um fator primordial do progresso humano. Foi ele o primeiro a subjugar a brutalidade instintiva, recorrendo aos únicos meios de que podia dispor. Ele soube colocar em causa os fantasmas da imaginação, para, graças a eles, exercer sua influência sobre as massas grosseiras. Eis aí o ponto de partida da Arte Sacerdotal, que sempre desempenhou o papel principal no governo dos homens.
Mas não nos apressemos em condenar antes de bem compreender. Nas coisas humanas, o bem e o mal se confundem: é preciso saber distingui-los sem preconceito. Reconhecer um e outro em todas as coisas é apanágio do Iniciado que soube colher o famoso fruto da árvore do conhecimento do Bem e do Mal. Nem toda psicologia do sacerdote-feiticeiro primitivo se resume aos subterfúgios de uma ambiciosa astúcia ou ao desejo egoísta de explorar a ingenuidade de outrem, porque somos obrigados a ver nele o precursor e nossos filósofos e de nossos sábios.
Para sustentar sua renomada sabedoria, ele deveria encontrar respostas para tudo e, em particular, para as questões que se colocavam diante dos fenômenos naturais. Depressa foi preciso imaginar uma cosmogonia, tudo atribuindo à ação de seres invisíveis, bons ou maus, concebidos à imagem do homem. Sucessivas gerações aprofundaram a seguir essas noções rudimentares, a partir das quais se desenvolveu, pouco a pouco, toda ciência dos tempos primitivos.
Ainda que saída da imaginação, essa ciência não é desprezível. Ela se traduz em mitos, em símbolos, em alegorias, em uma multiplicidade de práticas supersticiosas. Guardemo-nos de desdenhá-las. Quanto mais absurdas elas parecem à primeira vista, mais devem atrair nossa atenção, se, transmitidas de séculos em séculos e sem cessar combatidas pelas ortodoxias e pelo racionalismo, elas sobreviveram a despeito de tudo. A perseverança de sua sobrevivência não pode ser explicada a não ser por um fundo de verdade escondida, da qual elas são o veículo muito impuro, tal como uma pérola sob uma pilha de trapos esfarrapados. Como Mestres, cabe-nos descobrir essa pérola sem que nos deixar desencorajar por aquilo que a esconde da indiscrição profana.
Todavia, se a inteligência humana é respeitável até em seus primeiros balbucios, não se deve perder de vista que os espíritos sutis tendem a zombar dos ingênuos. A candura infantil dos povos primitivos deve ter estimulado a engenhosidade dos feiticeiros. Em presença das multidões dóceis a todas as sugestões, eles se atribuíram misteriosos poderes. Por estranhas cerimônias, sacrifícios e encantamentos, pretenderam conjurar deuses e demônios, determinar a boa e a má sorte e obter a realização de todas as suas fantasias. Assim se difundiu a crença na eficácia dos ritos mágicos, cuja tradição se manteve até os nossos dias, pois que nós os vemos praticados tanto pelo sacerdote da mais orgulhosa das religiões, quanto pelos humildes feiticeiros africanos.
Aqueles que exploram as superstições são, aliás, enganados por elas, a maior parte das vezes. Eles se acreditam investidos de poderes sobrenaturais que lhes foram magicamente transmitidos. É, pois, de boa fé que eles exercem seu ministério e que eles se fazem pagar por seus serviços, porque a primeira missão da Arte Sacerdotal foi sempre a de nutrir seus adeptos.
Além disso, os representantes do poder espiritual jamais desconheceram as vantagens de uma estreita aliança com os detentores do poder material. As concordatas não são menos velhas que o mundo, porque remontam à fundação das mais antigas dinastias. Não é, com efeito, na natureza das coisas, que uma tribo, sentindo-se mais forte embora menos favorecida que a vizinha, toma a resolução de pilhá-la? Para dirigir a operação de pilhagem, a escolha de um guerreiro enérgico se impõe. Ainda que andando à vontade, não é crível que o chefe militar triunfante tenha pressa para se despojar de sua autoridade temporária. A necessidade de defender o bem mal adquirido reclama um comando permanente. Os primeiros a compreendê-lo são os feiticeiros. Depois de haverem preparado a opinião pública, esses fiéis intérpretes da divindade intervêm, pois, muito a propósito, para administrar, de uma forma ou de outra, um sacramento equivalente à unção suprema. De repente, a tribo vitoriosa beneficia um governo estável, legítimo e regular.
Em se generalizando o processo, sacerdotes e reis reinam sobre os povos. Não fatalmente para a infelicidade dos governados, porque o interesse dos governantes é de bem cumprir sua tarefa, logo, de governar tão sabiamente quanto possível. Reis justos e sacerdotes honestos puderam colaborar para a felicidade dos rebanhos humanos dos quais se encarregaram. Também é certo que cuidados particulares foram prestados, no Egito e na Caldeia, à educação dos homens chamados a reinar espiritual ou materialmente. Escolas ensinaram uma Arte Sacerdotal, destinada a formar sacerdotes, e uma Arte Real, preparando reis.
Essa instrução superior, visando ao mais alto aperfeiçoamento intelectual e moral dos indivíduos, foi depois colocada ao alcance de todos os homens dignos de recebê-la. No decorrer da antiguidade clássica, constituíram-se, pois, numerosos centros de iniciação onde os mistérios foram revelados a uma elite cuidadosamente selecionada.
Oswald
Wirth
Fonte: WIRTH, Oswald. LaFranc-Maçonnerie rendue intelligible àses adeptes. Le Maître. Paris: Dervy, 2003.
A propósito
Depois de muito tempo afastada
das traduções de Wirth, lentamente volto à sua obra. Não sei quem de nós dois
teria mudado. Com sinceridade, em certos momentos, perco a noção do texto, o
sentido das palavras e a melhor forma de colocá-las em português. Em outros
momentos, discordo de suas ideias. Fico um tempo longe do Livro do Mestre e
depois, devagar, me reaproximo para mais um parágrafo, mais um pequeno trecho,
mais uma, duas, três páginas, às vezes um pouco mais.
Então me convenço de que pouco
importa o que eu penso. Se concordo ou se discordo dele. O que importa de
verdade é que ele fez o que fez inspirado em uma profunda noção de dever, noção
esta que pressinto, e que torna perceptível o quilate do amor que ele
experimentou. Amor pela Ordem à qual pertenceu e à qual, estou certa, ainda
pertence. Amor pelos seus Irmãos iniciados e também pelos profanos aos quais
não se dedicou menos. Pouco sei de sua vida, mas acredito que conheço um pouco de
sua obra, pelas horas de meu tempo a ela dedicadas, não obstante minhas
imperfeições e mesmo minha falta de entusiasmo. Doenças do espírito que adquiri
com o tempo. Porque tempo houve em que eu era mais feliz ao fazer o que faço.
Talvez porque visse mais além, divisando planos e o conjunto da obra. Hoje, o
estado da Arte me escapa e pouco sei da finalidade do que faço. Não há porquês.
Não mais. Nem justificativas.
Há como que um chamado
nostálgico. Ainda que conheça alguma coisa de toda afortunada simbologia do
Tarot, ao qual Wirth também se dedicou, ainda que saiba que há Sol, Estrelas, e
mesmo Força, me aproximo timidamente do Eremita e a ele só peço que me mantenha
sob seu manto, cujo interior é azul. Que meus passos, junto aos seus passos,
sejam dados um de cada vez, mas firmemente, ainda que sob a fraca luz de uma
lanterna, apenas suficiente para mais um ou dois de cada vez. Seguir com ele,
caminhando a despeito da serpente, que não representa nenhuma ameaça, a
despeito do deserto e a despeito do desconhecido que nos cerca. Na dúvida, seu
bastão nos servirá de apoio. É uma caminhada sem destino certo, porque cada
passo dado é a certeza de haver chegado, e isso basta para sossegar o espírito.
Longe do Tempo, a pressa não importa. Posso dizer que Mercúrio faz pouco
sentido diante de Saturno? Talvez, sim, pois a pressa é coisa do Tempo e,
esgotado o Tempo, sob o paradigma da solidão daquele que já se foi, os sentidos
não precisam fazer sentido, e valem apenas pelo que são. Penso que o Eremita
deva ser paciente, e que me acolha, apesar de todas as minhas dúvidas e, pior
ainda, de todas as minhas convicções.
Porém, com ou sem fé, esperança
ou mesmo caridade, bem longe da luz, penso que estou aqui, e que as ideias
daquele que não está mais entre nós persistem. Poder fazer parte, uma pequena
parte desse todo, algum dia deve fazer algum sentido para alguém. Não sei. Mas, a essa
altura, pouco importa.
Você já pensou sobre isso?
"Se nos reportarmos à narrativa ortodoxa atual da queda dos Anjos, a perfeição não se encontraria nem no céu, anteriormente a toda criação material, pois a mais formidável das revoltas aí eclodiu contra a ordem divina. Os Beni AElohin, — Filhos de Deus —, essas inteligências puras emanadas diretamente de Deus, seu pai, foram maculadas de imperfeições ou abusos gritantes motivaram uma revolta legítima?"
Oswald Wirth
Perfeição
"A perfeição não está na natureza das coisas: é um ideal em cuja direção se inclinam os seres e as instituições, mas que ninguém consegue alcançar."
Oswald Wirth
As Instituições Primitivas
Se fizermos abstração da família, que é anterior a toda formação social propriamente dita, qual é a associação permanente mais antiga à qual podemos remontar? Apoiados na etnografia, os sociólogos respondem que é o agrupamento de homens adultos em sociedade secreta. Os indivíduos encarregados dos interesses coletivos da tribo são naturalmente levados a se reunirem para deliberar e para tomar resoluções comuns. Eles devem, para tal finalidade, se reunir estritamente entre eles, longe das mulheres, das crianças e dos estrangeiros. O acesso a seu lugar de reunião é, consequentemente, proibido a pessoas não qualificadas para participar da assembleia. Esta última facilmente adquire um caráter sagrado, da mesma forma que o recinto que lhe é reservado. Tal é a origem do Templo, do qual os profanos (de pro fanum, diante do Templo) são excluídos.
Para ser admitido nesse lugar assustador, cuja aproximação indiscreta atrai infelicidade, as condições variam. Às vezes o adolescente é acolhido, pelo próprio fato de que ele atinge sua maioridade, mas ocorre também que provas de resistência física lhes sejam impostas, ou que ele deva dar provas de uma suficiente maturidade intelectual.
Mas fato é que, aos olhos dos primitivos, nenhum ato poderia ser mais importante na vida que a admissão de um jovem na assembleia dos homens feitos. Cerimônias, festas e celebrações se realizam, ainda em nossos dias, entre os selvagens que permanecem em estado natural.
Todavia, nesse ponto, em geral, não é somente a solenidade que eles gostam de celebrar com pompa. O costume de realização de festas anuais em honra da juventude que alcança a puberdade é quase universalmente difundido. A Primeira Comunhão dos cristãos remonta assim, em seu princípio, a ritos de extrema antiguidade. Acontece o mesmo com a imensa maioria das práticas religiosas de diferentes cultos que têm suas raízes na contrafação de feiticeiros pré-históricos.
Esses, aliás, não devem ser desprezados. Não eram eles escolhidos entre os velhos mais experientes, que deram prova de sabedoria, de prudência e de sutileza no interior da assembleia dos homens feitos? Muito fracos de corpo para participarem das expedições guerreiras, esses velhos, nos quais o espírito permanecia vigoroso, seguramente aí tiveram uma ascendência por vezes muito extensa. Foi esse o caso dos druidas e outros sacerdotes semelhantes. Observemos, a esse respeito, que padre vem de presbítero, cuja raiz é uma palavra grega que significa velho.
Oswald Wirth
Fonte: WIRTH, Oswald. LaFranc-Maçonnerie rendue intelligible àses adeptes. Le Maître. Paris: Dervy, 2003.
Amoreto do Tesouro
Amareto das Lágrimas de Cristal
Amoreto da Doce Alegria
Amoreto Azul & Ouro
Amoreto Azul & Ouro,
Amareto Púrpura
Amareto Púrpura,
Amoreto Lilás
Amoreto Lilás,
Amuletos, Amaretos, Amoretos
Os saquinhos, feitos à mão por mim, eram bordados, muito enfeitados, variados na forma, na cor, nos enfeites. Cada um do seu jeito, porque sempre únicos, quanto mais que o material usado para fazê-los é o reciclo do reciclado. Pedacinhos de roupas, de lenços, retalhos, bijuterias desmontadas. Nascem do reaproveitamento dos mais variados objetos. Depois resolvi eu mesma fechar os saquinhos com algo dentro deles. Algo escolhido por mim: pedras achadas na rua, nos caminhos, onde for. A maioria tem três objetos. Podem ser as pedras, e também conchas achadas nas praias, assim como sementes de frutos, e também contas de vidro, dessas do tamanho de uma bala, lisas, brilhantes.
Uma brincadeira. Costuro essas pequenas inutilidades e as
coloco em um cestinho. Os amigos olham, gostam e levam de presente. Fotografei
alguns, para lembrar-me de como eram. Depois pensei que ali dentro talvez coubesse
um poema. Mas não um poema literário. Apenas versos, — versinhos — tipo
feitiço, benção, presságio, pragas do bem, do mal... Quem sabe? Sei que passa
longe da literatura. Olhava os saquinhos e criava versos.
Depois, conversando com uma amiga querida, falei dessas
rimas e mandei para ela um áudio que, por acaso, era justamente sobre um saquinho
— um amareto ou amoreto, como os batizei — que estava com ela. Surgiu depois a
ideia de conferir aos amoretos uma dimensão audiovisual e, assim, os Mestres do Imaginário
passaram a exibir esses vídeos. Alegres brincadeiras que vão assim andar pelo
mundo, rumando por aí.
Amoretos, Amaretos, singulares particularidades. Reciclagem
de inservíveis. Ditos e não ditos, para crentes e descrentes, para os almados e para os desalmados também.
Amoretos Amaretos
Amuletos, amoretos
Violenta violeta,
Paixão tentação!
Alma perdida
Dizendo que não.
No corpo desejo,
Na alma pecado,
Da areia o deserto,
De deus o perdão.
Amuletos, amoretos
Amarelo, singelo elo!
Seda bordado,
dourados e mais!
Concha guardada te guarda,
Água salgada te aguarda:
Da saudade te livrará,
Da tristeza te lavará.
Amarelo, singelo elo!
Seda e bordado,
dourados e mais!
Tu brilharás!
Amuletos, Amoretos
Magia, magia, brilho brilhante,
Vermelho que tinge,
Preto que mancha.
Sejam as flores a alma das cores,
Sejam as cores almas amores.
Feitiço, feitiço:
Um laço,
Mil flores.
Tomás e Alberto...
No século décimo terceiro, o dominicano
Alberto, o Grande, assim apelidado pelo seu vasto saber, renunciou ao Bispado
de Ratisbona só para se consagrar ao ensino da filosofia em Colônia, onde teve
por discípulo S. Thomas de Aquino, denominado o Dr. Angélico.
Coisas de Biblioteca
O velhinho segue mudando às vezes de prateleira na estante grande. Já morou em outras. Inclusive na estante onde residem os livros místicos (cada coisa que vocês nem imaginam). Ultimamente se acertou nos jurídicos, o canto histórico. E por aí vai.
Por que tudo isso? Por nada. Simplesmente porque ainda me recordo de quando eu fazia de conta que, sim, era uma vez. De verdade.
O LIVRO DO MESTRE
Aos
Iniciados do 3° Grau
(Prefácio à Edição de 1931)
Veneráveis Mestres,
Vós haveis sido elevados ao supremo grau da hierarquia maçônica: vosso diploma dá fé disso. Mas sois Mestres verdadeiramente? Responder que certo ramo misterioso vos é conhecido não resolve a questão, porque cada um pode decorar uma fórmula ritualística e repeti-la sem haver compreendido todo o seu alcance.
Não há, de resto, nada de humilhante em confessar
nossa importância em face do mistério. Admitido na Câmara do Meio há nove
lustros, não posso me vangloriar de conhecer a Acácia. Como vós, na realidade, eu
permaneci Companheiro. Minhas viagens não tiveram fim e eu trabalho sem cessar
para conquistar o Mestrado que estou bem longe de possuir.
Como posso ter então a pretensão de redigir um
Livro do Mestre?
Acredito dever dar satisfação aos IIr.’. que esperam
com impaciência a publicação desde manual; é que, pelo fato de aspirar ao
Mestrado, cheguei a fazer dele uma concepção muito precisa. É porque sei muito
bem aquilo que é preciso ser para se dizer Mestre que me sinto muito inferior
ao terceiro grau. Consciente de tudo aquilo que me separa do ideal, eu meço,
por esse mesmo fato, a distância a percorrer para atingi-lo. Mantendo-me de pé
na montanha, percebo o caminho que leva ao cume; as dificuldades da escalada
aparecem-me e eu posso orientar os valentes desejosos de afrontá-las.
É a eles que se endereça o tomo III de A
Franco-Maçonaria Tornada Inteligível aos seus Adeptos, obra cujo plano
é traçado desde 1888, no seio do Grupo Maçônico de Estudos Iniciáticos.
Imediatamente O Livro do Aaprendiz foi colocado em obra, mas
só veio à luz em 1892, sob os auspícios da Resp.’. Loj.’. Trabalho e
Verdadeiros Amigos Fiéis.
Esse primeiro manual inspirou-se nas ideias comuns
longamente discutidas. Também não trouxe nenhuma assinatura individual. Foi o
mesmo com o Livro do Companheiro, aparecido em 1911, redigido
em medida muito mais ampla sob minha responsabilidade pessoal.
Quanto ao Livro do Mestre, que
completa a série, ele não pode ser elaborado em Câmara do Meio. Compreende-se
então que tomo por minha conta a visão que tentei traduzir neste tratado
particularmente espinhoso.
Sem dúvida, para encontrar a Palavra
Perdida, recorri às luzes de IIr.’. mais instruídos. Uns como e o
Ir.’. Hubert, diretor da Cadeia de União, verbalmente
estimularam minhas meditações, enquanto Ragon, Eliphas Levi, Albert Pike e,
sobretudo, Goethe, me instruíram por seus escritos.
Mas não é o bastante, nessa matéria, assimilar o
pensamento de outrem. Para retomar o fio rompido das esquecidas tradições, foi
preciso reviver o passado por um esforço pessoal intenso e perseverante.
Trata-se de reviver a si mesmo em tempos antigos para absorver daí o que eles
nos deixaram em monumentos significativos. Ruínas, superstições, doutrinas
filosóficas desacreditadas, religiões estrangeiras, tudo merece ser explorado
com cuidado; mas nada saberia ser mais revelador do que os poemas e os mitos.
Os poetas, cuja imaginação é esclarecida, são, em
Iniciação, mais instruídos que os frios racionalistas, A época caldeia do herói
Gilgamés e a lenda de Ishtar descida aos infernos, composição de alto alcance
iniciático, remontam há mais de cinco mil anos. A narrativa da morte de Osiris
e tantas outras fábulas, traduzem em imagens os ensinamentos da mais profunda
sabedoria. A própria Bíblia é preciosa para quem sabe compreendê-la. A sedução
de Eva pela serpente faz alusão aos princípios fundamentais de toda iniciação,
do mesmo modo que diversos outros contos mais recentes.
As gerações transmitem fantasmagorias frívolas em
aparência que o pensador não deve desdenhar. São elas que animam esse vitral da
janela do Ocidente, da qual o Iniciado, parte de manhã do Oriente, aproxima-se
à noite, depois de haver, ao meio-dia, examinado todas as coisas à plena
claridade do dia.
Desde a aurora, sua razão desperta havia visto
junto à janela do Oriente, os primeiros raios chamados a penetrar seu espírito.
Esta iluminação tão súbita devia deslumbrá-lo e fazê-lo presunçoso. Plena de
ardor, a inteligência assim surpreendida acredita-se forte frente aos erros.
Ela enxerga em toda parte preconceitos a combater e fantasmas a espantar. É a
época dos julgamentos precipitados que não levam em conta nenhuma autoridade
recebida e condenam sem reserva tudo o que não se enquadra à opinião
intransigente muito bruscamente adquirida.
Essa exuberância juvenil se acalma pelo meio-dia da
vida. É então que o dia implacável cai quase verticalmente pela janela do
meio-dia. Os objetos projetam apenas um mínimo de sombra e se revelam em toda
sua realidade. É a hora em que convém observá-los rigorosamente, examinando-os
sob todas as suas facetas. O julgamento torna-se então circunspecto e permanece
de bom grado em suspenso. Uma compreensão exata recusa-se a condenar, porque
ela explica com indulgência, considerando todos os fatores em causa.
A plena luz conduz assim à Tolerância que
caracteriza a Sabedoria dos Iniciados. É necessário tudo julgar com serenidade,
para obter o direito de abrir a janela ocidental do Santuário do Pensamento. O
Sol se pôs então: a agitação do dia se acalma e a paz da noite se estende gradualmente
sobre a planície. Os detalhes se dissipam na sombra crescente que faz
sobressair o clarão da estrela verpertina diante da qual empalidecem todas as
outras. Este astro não é mais o arrogante Lúcifer, inspirador de orgulho e de
revolta; é o foco de uma branda claridade que leva ao sonho evocador da
idealidade. Doravante a noite pode adensar os véus: as trevas do exterior não
mais prevalecerão sobre a luz interior. Depois, quando os vivos se calam, os
mortos se dispõem a falar. É chagada a hora de evocar aqueles que detêm os
segredos que levaram para o túmulo. São eles os Verdadeiros Mestres, dos quais
podemos fazer reviver o pensamento, conformando-nos aos ritos prescritos.
Mas não emprestemos às cerimônias um valor
sacramental. Hiran não ressuscita em nós porque exteriormente representamos seu
papel. Em Iniciação só conta aquilo que se realiza interiormente.
Esforçai-vos, pois, Veneráveis Mestres simbólicos,
em transformar o símbolo em realidade. Titulares de diplomas e portadores de
insígnias metamorfoseei-vos em Pensadores participando do Pensamento
imperecível.
Possa o Livro do Mestre guiar-vos
na realização dessa grande obra.
OSWALD WIRTH
Maio de 1931.
Trechos do artigo de Alain de Benoist intitulado Psicologia do Conspiracionismo.
A teoria conspiracionista é, pois, antes de tudo, uma teoria antagonista, verdadeiramente negadora do acaso e do aleatório. Uma expressão típica desse gênero de literatura é precisamente a fórmula: “Não é por acaso que...” Não apenas qualquer acontecimento simultâneo pode ser assim reinterpretado em termos de causalidade, mas haverá também recurso a formas patológicas, delirantes do pensamento analógico. É assim que o abade Barruel explica a forma triangular da lâmina da guilhotina, não pela maior eficácia do corte enviesado, mas pela vontade dos revolucionários de dar ao “corte republicano” a forma do triângulo maçônico. Não é por acaso, afirma, no mesmo espírito, o dirigente negro antissemita Louis Farrakhan, que os dólares trazem em seu reverso uma águia que paira sobre treze estrelas (correspondendo aos treze Estados aliados na guerra da independência americana), porque, ligando as estrelas umas às outras, obtém-se... a estrela de David! Raoul Girardet, por sua vez, mostra que, no século XIX, “certa imprensa antissemita denunciará o incremento metropolitano parisiense como uma empresa do complô judaico visando a fazer pairar sobre a capital inteira uma permanente ameaça de destruição ”. Ora, a mesma ideia reaparece em data recente entre alguns grupos extremistas russos a propósito do metrô de Moscou, cujo traçado era reputado como reproduzindo sinais cabalísticos. Constata-se, pois, uma ressurgência das temáticas. A negação do acaso permite assim acumular “provas” que não o são, por meio de fatos anódinos reinterpretados como “marcas diabólicas”, ou seja, “assinaturas”, atestando para o olho exercitado a realidade do complô. “Nesse sentido, acrescenta Xavier Rihot, e é outro paradoxo, os conspiracionistas, malgrado seu tradicionalismo declarado, dão prova de uma mentalidade tipicamente moderna: ao invocarem grandes ideologias, eles pensam que a realidade histórica é integralmente decifrável e excluem aquilo de que a razão não quer ouvir falar: o aleatório, o acidente, a exceção, o acaso.
A rejeição do aleatório leva a uma extraordinária descontextualizarão. Se o acontecimento não pode se revestir do imprevisto, mas atesta, ao contrário, a realidade de um plano que se pode interpretar como uma espécie de contraordem natural, é porque o curso das coisas obedece a uma lógica que lhe é exterior. A conspiração engendra os acontecimentos, mas não é afetada por nenhum deles. Ela explica a história, mas ela própria se mantém fora da história. O complô se define, pois, não apenas por sua ubiquidade, mas por sua transistoricidade. Enfim, ele existe em todos os tempos como em todos os lugares: a história manipulada pelos conspiradores não é senão que a realização de um projeto elaborado fora dela. Note-se, a propósito, que a maçonaria, atribuindo a ela própria origens fabulosas que remontam à construção do Templo de Salomão, quando não a Adão e Eva, pôde, indiretamente, favorecer a ideia que o complot do qual ela seria o motor atravessou os séculos: na Alemanha, desde 1778, o dominicano Ludwig Greinemann, de Aix-la-Chapelle, não hesita em afirmar que os judeus responsáveis pela morte de cristo eram franco-maçons, que Heródoto e Pôncio Pilatos frequentavam lojas maçônicas, e que Judas, antes de denunciar Jesus, filiara-se, ele próprio, a uma loja!
BENOIST, Alain. Psychologie du
conspirationnisme. Disponível em: https://s3-eu-west-1.amazonaws.com/alaindebenoist/pdf/psychologie_du_conspirationnisme.pdf
Tradução MBT
Os "estalos" em Maçonaria
Os ESTALOS são costume dos maçons do Rito Moderno ou Francês, pelo menos aqui no Brasil, já que tal uso não é conhecido em outros países. Ao pronunciarem as palavras da aclamação próprias do Rito, no caso – “liberdade, igualdade e fraternidade” – fazem estalos com os dedos polegar e médio, a altura do ombro esquerdo, do ombro direito e da fronte, formando um triângulo. Os “estalos” são também utilizados como uma forma discreta de aplauso, o que — segundo NICOLA ASLAN – não parece digno de ser recomendado. Enfim,sempre é tempo de ir burilando a tal da pedra bruta.
(in Grande
Dicionário Enciclopédico da Maçonaria e Simbologia, Nicola Aslan, vol. II).
COLUNA AGRAVADA
A
Verdade e o Real são conceitos diferentes e oferecem solução a inúmeros
problemas. Trata-se aqui de disciplinar o pensamento. Vamos aprender. Aquilo
que é REAL tem três dimensões: comprimento, largura e profundidade; o REAL
sofre modificações e pode perder sua forma para tomar outra, pode, em linguagem
usual, perecer. A VERDADE, porém, não tem dimensões, não sofre mudanças; ela é
imutável e sempre idêntica a si mesma. Vamos fazer uma comparação, para melhor
compreender a definição e as relações entre o verdadeiro e o real. O
triângulo geométrico, por exemplo, tem propriedades imutáveis, eternas e
necessárias. O triângulo geométrico é uma VERDADE. Mas é ele REAL?
Absolutamente não. Triângulos reais são de madeira, de metal, enfim, têm três
dimensões; é verdade que todos participam um pouco das propriedades do
triângulo geométrico, mas jamais atingirão sua exata plenitude. Essa
impossibilidade é inerente à condição fundamental de todo triângulo material,
aquele de três dimensões. O triângulo real pode ser destruído, pode variar; o
verdadeiro, ou triângulo geométrico, é necessário, imutável e eterno. Mas, no
instante em que aparece um triângulo real qualquer, será o triângulo verdadeiro
quem vai lhe impor as suas leis. Ora, no fundo e em última análise, trata-se do
mesmo fato visto sob dois aspectos distintos, pois o VERDADEIRO é
inseparável do REAL; mas o VERDADEIRO domina o REAL, dá-lhe sentido, valor, é
sua lei dirigente. Em suma, falando através de uma metáfora, pode-se dizer que
O VERDADEIRO É A ALMA DO REAL.
Assim,
meus Irmãos, creio que, trazendo à luz esses conceitos tão simples, poderei
esclarecer muito sobre o que a Maçonaria nos ensina a respeito da busca da
verdade e, principalmente, do que quer ela dizer quando afirma que essa
busca é eterna. Da mesma maneira como não podemos jamais atingir a perfeição,
tenhamo-la como ideal. Que nossas ações, ao menos, orientem-se por princípios
eternos e imutáveis, princípios que nossa Instituição nos apresenta.
Fonte: FERRIÈRE, Émile. La cause première, Ed. Alcan, Paris, 1897.
Ir.’. George Sand