Valores Masculinos e Valores Femininos

Com os clubes e as «sociedades secretas», afirma Lionel Tiger, «os homens fazem a corte aos homens». As grandes confrarias profissionais, as corporações estudantis, as ordens, as sociedades secretas são meios de reforçar (e de exaltar) o vínculo intermasculino. Seja no colégio ou no exército, as «cerimônias de iniciação», por vezes bizarras e mesmo cruéis, evocam os ritos de passagem da puberdade (com a transposição que se impõe: é-se «adulto» quando se detém o conhecimento ou o poder) e apertam os laços entre «iniciados». Os clubes femininos, pelo contrário soçobram regularmente na desordem e nos mexericos.
(...) Tiger lembra que o homem, em relação à mulher, é ao mesmo tempo mais racional e mais irrazoável. O homem sabe que se lança por vezes em aventuras sem esperança, que enfrenta desafios extravagantes. Mas ele pensa que não deve «dar o braço a torcer». Esta concepção do sacrifício inútil decorre diretamente de uma ética de honra. A mulher, ela, vê as coisas de outro modo. Ela reprova ao homem o seu «orgulho». Ela acusa-o de correr atrás de «quimeras», e de negligenciar as suas responsabilidades familiares. Para ela, nunca se dá o braço a torcer quando se é «razoável».
No fim de contas, o homem é sempre uma criança. Os alemães têm uma palavra para isto: Das Kind im Manne — a criança que, no homem feito, é a memória viva de um passado sempre destinado a inspirar o futuro.
Montherlant dizia que «um homem sem criancices é um monstro horrível». Nietzche, ao contrário, propunha «pôr na ação a seriedade que a criança põe no jogo» — quer dizer, precisamente, considerar as coisas sérias como um jogo. Daí, no homem, essa nostalgia dos lugares de infância e dos amores adolescentes — dos quais Jules Romains pode dizer que são uma mistura de angelitude e de obscenidade.
As sociedades que acentuam a segurança, o conforto, às quais repugna o risco, são sociedades em que os valores masculinos estão em declínio. «Faça amor, não a guerra» é um slogan feminino que se traduz por: «Façam-nos amor, não façam guerra entre vocês».
O homem nunca acaba, como nos tempos da sua infância, de ir aos ninhos de pássaros. Não tanto pelos ninhos, aliás, mas para trepar ao alto das árvores. Ele quer sempre ir mais longe, mais depressa, mais alto. Ele tem prazer na competição, ele admira os recordes. A mulher pergunta «para que é que isso serve». É por isso que cabe à mulher preservar o que o homem adquiriu. A sociedade mantém-se assim — e renova-se eternamente.»
Alain de Benoist
in "Nova Direita Nova Cultura – Antologia crítica das idéias contemporâneas", Lisboa, Fernando Ribeiro de Mello/Edições Afrodite, 1981. Fonte: http://infoinconformista.blogspot.com/

Sexualidade no Zohar

O símbolo da sexualidade tem no Zohar um caráter particular e sua origem está, ao que parece, no Cântico dos Cânticos ou na gnose paga relativa aos êons masculino e feminino, potências divinas que “constituem o mundo do pleroma”, isto é, a plenitude de Deus. A união de Deus com a Shekinah (símbolo feminino) surge aos olhos dos cabalistas como a unidade verdadeira, perfeita, de Deus, o Iúd. Segundo o Zohar, a separação do “Rei” (Tiferet) e da “Rainha” (Shekinah) é suscetível de provocar o sofrimento e a discórdia, ao passo que sua união exprime a harmonia no mundo. Observemos que a mística não judaica, que glorificou o ascetismo, não hesitou às vezes em introduzir o erotismo nas relações do homem com a Divindade. Os cabalistas, que estenderam o símbolo sexual além de tudo que se possa imaginar, consideram-no como um mistério, ou melhor, como um objeto sagrado do qual decorre, já o dissemos em outra parte, a obra inteira do universo. Pregaram amiúde a castidade nas relações físicas, fazendo alusão a José. Aos seus olhos, o casamento não é uma concessão à “fragilidade da carne” mas ao sagrado mistério da harmonia. O Zohar admite que o homem depende das influências cósmicas — idéia que encontramos em Aristóteles. Atribui aos planetas uma relação misteriosa com os órgãos do corpo humano: Saturno com o baço, Júpiter com o fígado, Marte com a bílis. O excesso dessas influências gera três pecados (o adultério, a idolatria e o assassínio) e tem, segundo o Talmude, uma importância funesta.
Henri Sérouya, A Cabala. Coleção Que sais-je? ― no. 1105

Adepto


O Adepto deve seguir o caminho da Natureza, mas com as luzes do Conhecimento.

Escada de Jacó


A Escada de Jacó, gravura do séc. XVII. Mutus Liber ou o Livro Mudo da Alquimia.

Alquimia


“Trata-se aqui de um túmulo que não encerra um cadáver. É um cadáver que não está encerrado em um sepulcro, porque o cadáver e o sepulcro não são mais que um...” Nicolas Barnaud: “Theatrum Quimicum”, tomo III, p. 744, in Ambelaim, R. La alquimia espiritual.

Tarô Experimental: A Iluminação

A iluminação representa nossa capacidade de adivinhar, de intuir, de saber algo por dentro, de uma forma indefinível até, mas não menos certa. É uma experiência única e absoluta que não podemos, no entanto, provocar. Não temos controle sobre o que aqui chamo de Iluminação, pois ela acontece, simplesmente. É mesmo o acaso feliz que nos socorre, e que pode ser atribuído indiferentemente a qualquer coisa, do anjo da guarda à sorte. Quando a Iluminação aparece, ela inspira confiança e, sobretudo, a certeza interior de que podemos transcender a individualidade que, como meramente pertinente a nossa identidade pessoal, tem limites e, como tal, não ultrapassa a medida de nossa pessoalidade. Não temos como provocar a iluminação, mas ela felizmente acontece, seja como inspiração, seja como impulso criativo, seja como uma certeza íntima de que alguma coisa maior atua em nós, ainda que não seja senão a própria obra da vida que, como tal, é dinâmica e construtiva. A imagem da lâmina, eu a montei sobrepondo uma tela da intitulada “A Pintura” à foto da chaminé da antiga Cervejaria Brahma, prédio onde hoje funciona um shopping aqui em Porto Alegre.

Cupido de Parmigianino


Parmigianino (1503-1540) Cupido cortando seu arco, pintado a óleo sobre madeira 1532/34. Adquirido por Rodolfo II, está em Viena desde 1631. Vale a pena deter-se na observação dos detalhes, especialmente na expressão das crianças, uma desejosa, e outra resistente. Resgata-se, em pleno período renascentista, a antiguidade clássica, e as figuras pagãs são representadas sem qualquer inocência. Cupido aparece esculpindo seu próprio arco, é mostrado de costas, olha de soslaio para o observador e parece ambivalente.

Rito Brasileiro

O Rito Brasileiro de Maçons Antigos, Livres e Aceitos surgiu em Recife, Pernambuco, por volta de 1880, talvez um pouco antes. Começa a desenvolver-se apenas muitos anos depois, por volta de 1914, sofrendo diversas alterações e modificações até a adoção de 30 Graus, sem contar os 3 clássicos graus simbólicos de Aprendiz, Companheiro e Mestre. Caracteriza-se pelo emprego das cores verde e amarelo e pela exaltação dos valores nacionais. São os seguintes os seus Graus, em número de 33, tal e qual o REAA:
Aprendiz ― Companheiro ― Mestre
Seguem-se então:
Mestre da Discrição
Mestre da Lealdade
Mestre da Franqueza
Mestre da Verdade
Mestre da Coragem
Mestre da Justiça
Mestre da Tolerância
Mestre da Prudência
Mestre da Temperança
Mestre da Probidade
Mestre da Perseverança
Mestre da Liberdade
Mestre da Igualdade
Cavaleiro da Fraternidade
Cavaleiro Rosa-Cruz
Missionário da Agricultura
Missionário da Indústria e do Comércio
Missionário do Trabalho
Missionário da Economia
Missionário da Educação
Missionário da Organização Social
Missionário da Justiça Social
Missionário da Paz
Missionário da Arte
Missionário da Ciência
Missionário da Religião
Missionário da Filosofia
Guardião do Bem Público
Guardião do Civismo
Servidor da Ordem e da Pátria

Câmara do Meio

Paredes, altares e mesas são forrados de preto. Pregadas ao pano negro das paredes, caveiras com tíbias (na verdade são fêmures) cruzadas, e conjuntos de três, cinco e sete lágrimas prateadas. A iluminação vem de nove velas de cera amarela: três apostas sobre a mesa do Resp.`. Mest.`. e mais três em cada uma das mesas reservadas aos Venerabilíssimos Vigilantes. Do teto, pende uma lâmpada de luz votiva que deve incidir sobre o centro do Templo, onde se encontra um esquife coberto com um pano preto sobre o qual se encontra um Ramo de Acácia. No chão devem estar espalhados os instrumentos de trabalho dos Aprendizes, Companheiros e Mestres. Finalmente, os Malhetes devem trazer um laço de crepe de cor negra.

Legislação

Normas e Procedimentos para o Rito Escocês Antigo e Aceito, de acordo com os Pareceres nos. 03-90/91 e 04-90/91, da Grande Comissão de Liturgia, Aprovados pela Muito Respeitável Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul

Sinal de Ordem

Sinal de Saudação

Da Movimentação

Dos Malhetes

Indumentária

Transmissão da Palavra Sagrada

Abertura do Livro da Lei

Circulação do S.'. de P.'. e I.'. e do T.'. de S.'.

Entrada Ritualística em Loja Aberta

Palavra a Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular

Cadeia de União

Decifração do Balaústre

Saco de Propostas e Informações

Bateria na Porta Interna do Templo

Anúncio do Tronco de Solidariedade

Anúncio da Palavra a Bem da Ordem em Geral e do Quadro

Anúncio do Encerramento dos Trabalhos (ver Ritual)

Anúncio da Palavra a Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular

O Venerável Mestre anunciará diretamente.
Ir\ 2º Vig\: “Podeis usar da palavra, Ir\(se estiver ocupando cargo, enunciá-lo)”.
Depois: “Ir\ 1º Vig\, reina silêncio na Col\ do S\“.
Ir\ 1º Vig\: “Podeis usar da palavra, Ir\(se estiver ocupando cargo, enunciá-lo)”.
Depois: “Venerável Mestre, reina silêncio em ambas as Ccol\“.
Venerável Mestre: “A palavra está no Or.’.”.

Anúncio do Encerramento dos Trabalhos

Ver Ritual.

Anúncio do Tronco de Solidariedade

O Tronco de Solidariedade deve ser conduzido pelo Irmão Hospitaleiro, sem observância de sinal.
Venerável Mestre, como no S\P\I\, diz: “Ir\ Hospitaleiro, cumpri vosso dever”. (Ver giro do T\S\).
Ir\ 2º Vig\: “Ir\ 1º Vig\, o Ir\ Hospitaleiro, após o giro ritualístico com o T\S\, encontra-se entre Ccol\ e aguarda ordens”.
Ir\ 1º Vig\: “Venerável Mestre, o Ir\ Hospitaleiro encontra-se entre Ccol\ e aguarda ordens”.
Venerável Mestre: “Ir\ Hospitaleiro, conduzi o T\S\ ao Ir\ Tes\ e auxiliai-o na conferência”.
No grau de Companheiro Maçom, a ritualística é idêntica à de Aprendiz, até o fim do giro, quando o Ir\ Hospitaleiro se posta entre colunas e anuncia:
Ir\ Hosp\: “Ir\ 2º Vig\, o T\S\, depois de cumprir o giro ritualístico, encontra-se entre colunas aguardando ordens”.
2º Vig\: “Ir\ 1º Vig\, o Ir\ Hosp\, após o giro ritualístico com o T\S\, encontra-se entre colunas e aguarda ordens”.
1º Vig\: “Ven\Mest\, o Ir\ Hosp\, após o giro ritualístico com o T\S\, encontra-se entre colunas e aguarda ordens”.
Ven\Mest\: “Ir\ Hosp\, conduzi o T\S\ ao Ir\ Tes\ e auxiliai-o na conferência”.
No Grau de Mestre Maçom, a ritualística é idêntica a de A\M\ e C\M\, respeitado o tratamento ritualístico adequado ao Grau até o fim do giro, quando o Ir\ Hospitaleiro se posta entre Ccol\ e anuncia:
Ir\ Hospitaleiro: - “Venerabilíssimo Ir\ 1º Vig\, o T\ de S\ está suspenso entre Ccol\”.
1º Vig\ - “Respeitabilíssimo Mestre, o T\ de S\ está suspenso entre Ccol\”.
Ven\ Mest\ - “Venerável Ir\ Hosp\, conduzi o T\ de S\ ao Ven\ Ir\ Tes\ e auxiliai-o na conferência”.

Bateria na Porta Interna do Templo

Guarda do Templo: “Ir\ 1º Vig\, batem regularmente à porta do Templo”.

Ir\ 1º Vig\: “Venerável Mestre, como A\M\ batem à porta do Templo”.
Venerável Mestre: “Ir\ 1º Vig\, mandai verificar quem assim bate”.
Ir\ 1º Vig\: “Ir\ G\ do T\, verificai quem assim bate”.
O Guarda do Templo entreabre a porta, o suficiente para verificar quem seja, e anuncia de quem se trata.
Ir\ 1º Vig\ repassa a informação ao Venerável Mestre.
Venerável Mestre: autoriza ou não a entrada.
A entrada, em regra, deve ser com formalidades, exceto em situações especiais.

No Grau de Companheiro Maçom, assim se procede:
G\do T\: “Ir\ 1º Vig\, batem regularmente à porta do Templo”.
1º Vig\: “Ven\Mest\, como C\M\ batem à porta do Templo”.
Ven\Mest\: “Ir\ 1º Vig\, mandai verificar quem assim bate”.
1º Vig\: “Ir\ G\do T\, verificai quem assim bate”.
O Ir\ G\ do T\ entreabre a porta o suficiente para verificar de quem se trata e anuncia ao 1º Vigilante, que repassa a informação ao Venerável Mestre.
O Venerável Mestre autoriza ou não a entrada que, em regra, deve se dar com as formalidades de praxe, exceto situações especiais.

No Grau de Mestre Maçom:
Guarda do Templo: - “Venerabilíssimo Ir\ 1º Vig\, batem regularmente à porta do Templo”.
1º Vigilante: - “Respeitabilíssimo Mestre, como M\M\ batem à porta do Templo”.
Venerável Mestre: - “Venerabilíssimo Ir\ 1º Vig\, mandai verificar quem assim bate”.
1º Vig\ - “Venerável Ir\ Guarda do Templo, verificai quem assim bate”.
(O Guarda do Templo entreabre a porta, o suficiente para verificar de quem se trata e anuncia ao Ir\ 1º Vig\ que repassa a informação ao Ven\ Mest\).
(O Ven\ Mest\ autoriza ou não a entrada).
(A entrada, em geral, deve ser acompanhada das formalidades exigíveis, exceto em situações especiais).

Saco de Propostas e Informações

Será conduzido pelo Mestre de Cerimônias sem observância de sinal.

O Venerável Mestre anunciará diretamente que o S\ P\ I\ circulará, dispensada a repetição do anúncio pelos Vigilantes.
Venerável Mestre: “Ir\ M\ de Ccer\, cumpri vosso dever”. Ver “giro do Saco de Propostas e Informações”.
Ir\ 2º Vig\: “Ir\ 1º Vig\, o Ir\ M\ de Ccer\, após o giro ritualístico com o S\ P\ I\, encontra-se entre Ccol\ e aguarda ordens”.
Ir\ 1º Vig\: “Venerável Mestre, o Ir\ M\ de Ccer\, após o giro ritualístico com o S\ P\ I\, encontra-se entre Ccol\ e aguarda ordens”.
Venerável Mestre: “Ir\ M\ de Ccer\, aproximai-vos do Trono. Convido os Irmãos G\ da L\ e Sec\ para assistirem a conferência”.

No Grau de Companheiro, a ritualística é idêntica à de Aprendiz Maçom, até quando findo o giro. Então, o Mestre de Cerimônias posta-se entre colunas e anuncia:
M\de CCer\: “Ir\ 2º Vig\, o S\P\I\, de pois de cumprir o giro ritualístico, encontra-se entre colunas, aguardando ordens.”
2º Vig\: “Ir\ 1º Vig\, o Ir\M\ de CCer\, após o giro ritualístico com o S\P\I\, encontra-se entre colunas e aguarda ordens.”
1º Vig\: “Ven\Mest\, o Ir\ M\ de CCer\, após o giro ritualístico com o S\P\I\, encontra-se entre colunas e aguarda ordens.”
Ven\Mest\: “Ir\ M\ de CCer\, aproximai-vos do Trono. Convido os IIr\ Guarda da Lei e Secretário para assistirem à conferência.”

No Grau de Mestre Maçom, a ritualística é idêntica à de A\M\ e C\M\ até o fim do giro, observando-se o tratamento ritualístico adequado. Terminado o Giro, o M\ de Ccer\, entre Ccol\, anuncia:
M\ de Ccer\: - “Venerabilíssimo Ir\ 1º Vig\, o S\P\I\, depois de cumprir o giro ritualístico, encontra-se entre Ccol\, aguardando ordens”.
1º Vig\ - “Respeitabilíssimo Mestre, o Venerável Ir\ M\ de Ccer\, após o giro ritualístico com o S\P\I\, encontra-se entre Ccol\, aguardando ordens”.
Vem\ Mest\ - “Ven\ Ir\ Mest\ de Ccer\, aproximai-vos do Trono. Convido os Vven\ IIr\ Guarda da Lei e Secretário para assistirem à conferência”.

Decifração do Balaústre

Feita a decifração do balaústre pelo Irmão Secretário, o Venerável Mestre dirá: “Meus Irmãos, se tendes alguma observação a fazer a respeito do balaústre que acaba de ser decifrado, a palavra vos será concedida, a partir da Col\ do S\”, (dispensada a repetição pelos Irmãos Vigilantes).
Irmão 2º Vigilante: “Podeis usar da palavra, Ir\ Fulano de Tal”. (Se tiver cargo ou estiver ocupando cargo, enunciá-lo).
Irmão 2º Vigilante: “Reina silêncio na Col\ do S\, Ir\ 1º Vig\”.
Ir\ 1º Vig\: “A palavra está na Col\ do N\” Se alguém solicitar a palavra: “Podeis usar da palavra, Ir\ Fulano de Tal”.(Se tiver cargo ou estiver ocupando um cargo, enunciá-lo.) Depois: “Venerável Mestre, reina silêncio em ambas as Colunas”.
Venerável Mestre (sem qualquer anúncio): “A palavra está no Or\“.Depois de usarem a palavra os que a solicitaram diretamente ao Venerável Mestre, este anunciará: ”Os Irmãos que aprovam o balaústre que acaba de ser decifrado (caso tenha havido observações, acrescentará: com as observações do(s) Irmão(s) Fulano de Tal) queiram fazer o sinal.”
Mestre de Cerimônias: “Aprovado por unanimidade (ou por maioria)”.
Sempre que houver voto contrário ou abstenção, deve constar do balaústre.

Cadeia de União

A Cadeia de União deverá ser formada após o encerramento dos trabalhos. Depois da bateria e da aclamação, todos retornam a seus lugares e o Venerável Mestre convoca os Irmãos do quadro para formação da Cadeia de União. Estes se reunirão no Ocidente. O Venerável Mestre coloca-se também no Ocidente, próximo ao A\ dos Jjur\. O Secretário à sua esquerda e o Orador à sua direita. O M\ de Ccer\ à frente do Venerável Mestre, tendo, ao lado esquerdo, o 1º Vigilante, e ao direito o 2º Vigilante. Os demais Irmãos dispostos lado a lado em círculo, unindo-se sem distribuição específica. Os Aprendizes ficarão intercalados entre os Mestres. Pés em esquadria, de maneira que suas pontas toquem às dos Irmãos que estiverem a seu lado, até formarem um círculo. Braços cruzados, o d\ sobre o e\, mãos unidas às dos Irmãos. O Venerável Mestre verificará se todos os elos da Cadeia de União estão ligados. Iniciará a transmissão da palavra semestral, sussurrando-a por inteiro ao ouvido do Sec\; este repetirá ao ouvido do Irmão que lhe estiver ao lado, devendo chegar até ao Orador, que a transmitirá ao Venerável Mestre. Se a palavra semestral foi corretamente transmitida, o Venerável Mestre dirá: “A palavra chegou certa”.E todos os Irmãos levantarão e abaixarão os braços e as mãos, unidos, por três vezes, dizendo em coro, a cada movimento: S\ F\ U\. Em seguida, os Irmãos soltarão as mãos, estenderão o braço d\ com a mão espalmada para baixo e dirão: Segredo.

Palavra a Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular

Nesta fase do Ritual, franqueia-se a palavra a todos os Obreiros, para usarem-na livremente e sem apartes. Qualquer Irmão dela pode fazer uso e pronunciar-se sobre o assunto que lhe aprouver. Há, todavia, limites, quais sejam, os impostos pela ética e pela retórica maçônica.
Nenhum Irmão falará por seu cargo, mas por si próprio. Não cabe, pois, a palavra de ofício, mas de ordinário, uma vez que os assuntos administrativos foram dados por esgotados na Ordem do Dia.
Anúncio
O Venerável Mestre anunciará que a palavra será concedida a bem da Ordem em Geral e do Quadro em particular, a quem dela queira fazer uso, iniciando-se pala Coluna do Sul. Os Irmãos Vigilantes não repetirão o anúncio.
Palavra nas Colunas e no Oriente
Ordenadamente, a palavra é distribuída por toda a Loja. Os Obreiros pedem a palavra, dirigindo-se ao Vigilante de sua Coluna, que possui a competência de distribuí-la, dispensada a autorização do Venerável Mestre. O último a falar na Coluna é o Vigilante, mesmo que seja tão somente para anunciar que reina o silêncio.
Após o pronunciamento do 2º Vigilante, a palavra sai da Coluna do Sul e vai para o 1º Vigilante. Na Coluna do Norte são observadas as mesmas praxes. Uma vez anunciado que reina o silêncio em ambas as Colunas, a palavra só poderá retornar a elas por graça do Venerável Mestre e sempre através dos Vigilantes. No Or.’., a palavra está sob o controle do Venerável Mestre.
Os procedimentos técnicos formais são os seguintes: o Obreiro solicita a palavra pelo sinal do costume, batendo com a palma da mão d.'. sobre o dorso da mão e.’., erguendo, em seguida, a mão d.’.. O Vigilante autoriza ou não. Autorizado, o Irmão se põe à ordem, dirige-se ao Venerável Mestre, aos Vigilantes, às autoridades e aos demais Irmãos, para, só então, dizer sua mensagem. Se presente o Grão-Mestre e/ou o Deputado, ou, ainda, o seu representante designado, este(s) será(ão) sempre saudado(s) em primeiro lugar.
Palavra do Orador
É dado ao Orador o direito de pronunciar-se pessoalmente, independentemente de suas funções. Para tanto, ele faz uso da palavra ordinariamente, quando esta circular pelo Or.’., sempre antes da palavra final do Venerável Mestre.
Palavra do Orador para as Conclusões
A palavra do Orador, nesta fase, não é livre. Faz pronunciamento por força do cargo. Compete-lhe, então, somente fazer as saudações e proferir suas conclusões sobre o andamento da sessão à Luz das Leis, Regulamentos, Usos e Costumes Maçônicos. Em caso de presença de visitantes ou de fato digno de encômios, cabe ao Orador fazer as saudações de praxe.
Como o Orador fala por toda a Loja, os demais Irmãos devem se abster de tais pronunciamentos, para evitar a retórica redundante. As conclusões do Orador são emitidas como uma análise minuciosa sobre o curso dos trabalhos, atendo-se aos aspectos litúrgicos e legais, sem colocação de opinião pessoal.
Palavra do Venerável Mestre
O último a usar a palavra é o Venerável Mestre, em resposta a todos os pronunciamentos até então proferidos. Sua palavra é, invariavelmente, curta e objetiva, embora considerando todas as que lhe precederam, e é dirigida à Oficina em Geral.

Entrada Ritualística em Loja Aberta

Após as formalidades de reconhecimento, o Cobridor permitirá a bateria do grau pelo visitante, na porta do Templo. O Guarda do Templo responderá, dando uma pancada com o punho da espada, para que aguarde, e fará a comunicação ao 1º Vigilante, no momento adequado: “Irmão 1º Vigilante, batem regularmente à porta do Templo”.
Concluídas as formalidades, e permitido o ingresso, o Irmão entrará com o pé esquerdo, sem o sinal, e esperará junto à porta o seu fechamento. Simultaneamente, o Mestre de Cerimônias dirigir-se-á, com o bastão, para recebê-lo. O recém chegado por-se-á à ordem sobre o eixo da Loja, e efetuará a marcha do A.’.M.’. - t.’. passos iniciados com o pé e.’. e completados com o pé d.’., até formar a E.’.. Saudará o Venerável Mestre pelo sinal de saudação, repetindo-o para o 1º Vigilante, girando a cabeça na sua direção. Da mesma maneira, dirigir-se-á ao 2º Vigilante. Permanecerá à ordem, devendo ser trolhado, se as circunstâncias assim o exigirem. Ultrapassada esta etapa, solicitará um lugar em Loja, aguardando as determinações do Venerável Mestre, o qual, dando boas-vindas ao visitante, determinará a este que grave seu “ne varietur” na T.’. da L.’. e que ocupe o lugar que o Mestre de Cerimônias lhe indicar.
Se o visitante for Aprendiz ou Companheiro, o Mestre de Cerimônias, através de uma batida com o bastão no piso, o convidará para acompanhá-lo, dirigindo-se até o altar do Chanceler, para gravação do “ne varietur” na T.’. da L..’., conduzindo-o, a seguir, ao lugar estabelecido. Tratando-se de visitante Mestre Maçom, o procedimento é o mesmo, porém, neste caso, fará o acompanhamento o Mestre de Cerimônias, postando-se atrás do visitante. Tratando-se de Mestre Instalado, após as formalidades, será acompanhado, pelo Mestre de Cerimônias, direto ao Oriente, gravando depois seu “ne varietur”.
No Grau de Companheiro Maçom, após as formalidades de reconhecimento, proceder-se-á à bateria na porta do Templo, inicialmente, como Aprendiz Maçom. O Guarda do Templo devolverá a bateria. O Irmão que está fora, então, dará a bateria do Grau de Companheiro. O Guarda do Templo responderá dando um golpe com o punho da espada e, no momento adequado, anunciará: “Irmão 1º Vigilante, batem regularmente à porta do Templo”.
Franqueado o ingresso, e observadas as formalidades iniciais, o Irmão colocar-se-á à ordem sobre o eixo da Loja, executando a marcha do A.`.M.`.. Após o último passo desta, desfará o sinal e, de imediato, armará o sinal de C.`.M.`., efetuando, a partir daí, a marcha deste Grau, que consiste em dois pp.`. oblíquos, sendo o primeiro para a d.`. e o segundo para a e.`. com o p.`.e.`., juntando ambos em cada passo, sendo que o último passo terminará em esquadria no eixo da Loja. Fará a saudação às LL.`. e aguardará instrução do Ven.`. Mest.`., como no Grau de A.`.M.`..

No Grau de Mestre Maçom, após as formalidades de reconhecimento, proceder-se-á à bateria na porta do Templo, inicialmente conforme o grau de aprendiz, após, conforme o grau de companheiro, sendo que, então, o Guarda do Templo – ao receber a bateria do grau de Companheiro Maçom, a devolverá. Nessa ocasião, o Irmão que bate deverá executar a bateria do grau de Mestre Maçom. O Guarda do Templo, então, responderá dando uma pancada com o punho da espada e, no momento adequado, anunciará: “Venerabilíssimo Ir.`. 1º Vig.`., batem regularmente à porta do Templo”. Franqueado o ingresso, o Mestre Maçom colocar-se-á à ordem como A.`.M.`., faz a marcha deste grau e, incontinenti, troca de sinal. Realiza então a marcha de companheiro maçom. Completada esta, imediatamente fará o S.`. de H.`., que consiste em levantar as mm.`. com as palmas para frente, a altura do rosto, ao mesmo tempo em que se apóia no p.`. d.`. atrás, em meio passo, retornando, de imediato, à esquadria e fazendo o sinal de M.`.M.`.. A partir daí, inicia a marcha com p.`. d.`., descrevendo um semicírculo, em direção à Col.`. do S.`.. Na seqüência, o p.`. e.`. aproxima-se do p.`.d.`., sem descansar no piso, e descreve um semicírculo em direção à Col.`. do N.`.. O p.`.`d.`. aproxima-se do p.`.e.`. também sem descansar no piso e, descrevendo o mesmo movimento, desloca-se em direção ao eixo da Loja. Desfaz o sinal. Eleva os braços um pouco distendidos com as mãos espalmadas para cima e acima da cabeça e exclama: “Oh! Senhor meu Deus!”. Curvando o corpo para frente, baterá por três vezes as mãos nas coxas, logo acima dos joelhos, voltando, em seguida, à ordem. Faz então a saudação de M.`.M.`. às LL.`. e aguarda as determinações do Respeitabilíssimo Mestre.

Circulação do S.`.P.`.I.`. e do T.`. de S.`.

Após o anúncio, o Venerável Mestre determinará que o Mestre de Cerimônias ou o Hospitaleiro cumpra com seu dever. Assim, o Irmão por-se-á à ordem, desfará o sinal, apanhará o Saco de Propostas e Informaçoes ou o Tronco de Solidariedade com a mão direita e postar-se-á entre Colunas. Com o corpo ereto, pés em esquadria, segurará o saco coletor com ambas as mãos sobre o quadril esquerdo e iniciará sua marcha.
Subirá ao Oriente pelo lado esquerdo do eixo da Loja e aproximar-se-á do Trono pelo lado esquerdo do Venerável Mestre.
Primeiramente, faz as Luzes – Venerável e Vigilantes.
Depois, o lado esquerdo do eixo, no Oriente: todos, e, o lado direito do eixo: todos.
Ocidente: na Coluna do Sul, todos os Mestres Maçons, incluindo-se o Cobridor e o Guarda do Templo; na Coluna do Norte, todos os Mestres Maçons.
Companheiros Maçons. Por fim, os Aprendizes Maçons.
Feita a coleta, postar-se-á entre Colunas, fechará o saco coletor, segurando-o com a mão direita e aguardará ordens.
Após o anúncio de praxe, entregará o S.`.P.`.I.`. ao Venerável Mestre que convidará os Irmãos Orador e Secretário para assistirem a conferência. Ambos saem dos seus lugares, aproximam-se do Trono do Venerável Mestre, pondo-se à ordem. Feita a verificação, o Venerável Mestre anunciará o número de Colunas Gravadas recebidas, as quais serão decifradas na Ordem do Dia. Em seguida os Irmãos retornam aos seus lugares. No caso do Tronco de Solidariedade, o procedimento do Irmão Hospitaleiro é idêntico, observando, porém, que, após receber as ordens, levará o tronco ao Irmão Tesoureiro. Este, após a conferência, comunicará ao Venerável Mestre que “foi arrecadada a medalha cunhada de...” e este anunciará à Loja o resultado.
No Grau de Companheiro Maçom, o giro é semelhante ao do Grau de Aprendiz Maçom. Neste Grau, todavia, prescreve o Ritual que, findo o giro, o Oficial circulante retorna para entre colunas, faz o anúncio ao Ir.`. 1º Vigilante e fica aguardando ordens.
No Grau de Mestre Maçom, o giro é semelhante aos anteriores, porém, o Ritual prescreve que, findo o giro, retorne para entre Ccol.`., faça o anúncio ao 1º Vig.`. e fique aguardando ordens.

Abertura do Livro da Lei

Será oficiante o ex-Venerável Mestre presente, dando-se preferência ao mais moderno. Na falta de um destes, o 1º Experto. O Mestre de Cerimônias dirigir-se-á ao oficiante e fará o convite com uma batida do bastão no piso. O oficiante fará o sinal de saudação, e empreenderá a caminhada rumo ao Ocidente, circulando no sentido horário. Na face ocidental do Altar dos Juramentos, ficará entre os Diáconos e fará a saudação. Neste momento, os Diáconos cruzarão os bastões. O Livro da Lei será aberto na página que contém o versículo a ser decifrado – Salmo 133 (1,2,3). O oficiante colocará o C.`. aberto em 60 graus sobre o L.`. da L.`. com a abertura voltada para o Ocidente e sobre este o E.`., de modo a sobrepor as hastes do compasso. Fará o sinal de saudação e colocar-se-á à ordem. Os Diáconos descruzarão os bastões logo após a proclamação da abertura. Após a saudação pelo sinal e pela aclamação, o oficiante retorna ao seu lugar, seguido pelo Mestre de Cerimônias. A seguir, os Diáconos também voltarão aos seus lugares e, de passagem, o 1º Diácono abrirá o painel da Loja. (As velas já foram acesas antes de os Irmãos adentrarem ao Templo).
Salmo 133
A Vida Fraterna
Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!
É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desceu sobre a barba, a barba de Arão, que desceu sobre a gola das suas vestes;
como o orvalho de Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o Senhor ordenou a bênção, a vida para sempre.

No Grau de Companheiro Maçom, será Oficiante o ex-Venerável Mestre mais moderno presente, e, na falta deste(s), o 1º Experto.
Observar-se-ão as mesmas formalidades do grau de A\M\. O versículo a ser decifrado é Amós, 7,7-8. O Compasso ficará com sua haste direita a descoberto.
AMÓS, 7, 7-8
(7) Eis o que me mostrou o Senhor Javé: o Senhor estava de pé sobre um muro a prumo, com um prumo na mão. (8) Que estás vendo, Amós? - perguntou-me. Eu disse: - Um prumo. - Eis que vou passar ao prumo o meu povo de Israel, replicou o Senhor, e não lhe perdoarei mais
No Grau de Mestre Maçom. Oficiante: ex-Venerável Mestre mais moderno entre os presentes e, na falta de um destes, o 1º Experto. Observar-se-ão as mesmas formalidades dos graus anteriores. O versículo a ser decifrado será Eclesiastes, XII (1 e 7). O Compasso ficará com as hastes sobre o Esquadro. O 1º Diácono abrirá o Painel da Loja de Mestre.
Eclesiastes, 12, 1 e 7
(1) Lembra-te do teu criador nos dias de tua adolescência, antes que venham os dias maus e cheguem os anos dos quais dirás: "não sinto neles prazer nenhum";
(7) Antes que o pó volte à terra como era, e que o sopro volte a Deus que o concedeu.

Transmissão da Palavra Sagrada

A Palavra Sagrada será transmitida oralmente, de forma sussurrada, boca a ouvido, em cada sessão ritualística, uma vez na abertura e outra no encerramento dos trabalhos. No momento adequado, o 1º Diácono, que se encontra de pé e à ordem, desfazendo o sinal, apanhará o bastão com mão direita e iniciará a caminhada, parando ereto no eixo da Loja. Em seguida, irá em direção ao Trono pelo lado esquerdo do Venerável Mestre, subirá os degraus, depositará o bastão no suporte apropriado, e fará o sinal de saudação. Depois de correspondido, dará o T.`. de A.`.. Estando correto, o Venerável Mestre transmitirá a Palavra Sagrada, a começar pelo ouvido esquerdo, pronunciando a primeira letra que deverá ser respondida com a segunda pelo 1º Diácono, no mesmo ouvido esquerdo. Ambos, alternadamente, e trocando de ouvido, completarão a Palavra Sagrada, sendo dada a terceira letra pelo Venerável Mestre, e a quarta letra pelo 1º Diácono, retornando ao ouvido esquerdo. O Venerável Mestre dará a primeira sílaba e o 1º Diácono a segunda.
Recebida a P.’. S.’., o 1º Diácono, após saudar o Venerável Mestre, retornará ao giro em direção ao Ocidente, mantendo o movimento no sentido horário. No ocidente, circulará por dentro das Colunas, indo até o altar do 1º Vigilante pelo lado esquerdo. Subirá os degraus, depositará o bastão no suporte adequado, fará o sinal de saudação ao 1.º Vigilante. Este último dará o toque, pedindo a palavra sagrada, seguindo procedimento semelhante ao desenvolvido pelo Venerável Mestre. Após a transmissão ao 1º Vigilante, o 1º Diácono o saudará, prosseguirá a caminhada, fazendo o giro por dentro das Colunas, e indo postar-se no vértice Norte do Altar dos Juramentos.
Imediatamente após, o 2º Diácono, que está de pé e à ordem, desfazendo o sinal, apanhará o bastão com a mão direita, e irá ao Altar do 1º Vigilante pelo lado esquerdo, subindo os degraus e depositando o bastão no suporte apropriado. Pedirá então a P.'.S.’. através do t..'. Recebida esta, após a saudação ao 1º Vigilante, retomará o giro por dentro das Colunas, indo até o altar do 2º Vigilante. Este lhe dará o toque, pedindo a Palavra Sagrada com procedimento semelhante ao desenvolvido com 1º Vigilante e o Venerável Mestre. Cumprida a formalidade, o 2º Diácono saudará o 2º Vigilante, retomará o giro, e postar-se-á no vértice Sul do Altar dos Juramentos. Os Diáconos permanecerão junto ao Altar dos Juramentos, segurando os bastões com a mão direita, até o momento de os cruzarem na cerimônia de abertura e cerramento do Livro da Lei, quando o segurarão com ambas as mãos. Os bastões serão descruzados logo após a proclamação da abertura e do encerramento da Loja.
No grau de Companheiro Maçom, as formalidades para transmissão da Palavra Sagrada são iguais às do Grau de Aprendiz Maçom. Todavia diferem tanto a Palavra Sagrada, quanto o Toque.
A transmissão boca a ouvido da Palavra Sagrada dar-se-á em dois tempos, silabadamente, pelo Ven.`. Mest.`. e assim sucessivamente nos demais cargos.
No grau de Mestre Maçom, a transmissão da P.’.S.’. segue as mesmas formalidades dos graus de A.’.M.’. e C.’.M.’., diferindo a P.'.S.’. e mais a formação dos C.’. pontos de P.’.. A P.’.S.’. será dada silabadamente pelo Ven.’. Mest.’., alternadamente, aos ouvidos, a começar pelo E.’., conforme determinação ritualística.

Indumentária

O traje maçônico, para as sessões magnas, é o terno de cor preta, com luvas brancas, camisa branca, gravata preta, sapatos de cor preta. É permitido o traje a rigor, também na cor preta. Para as sessões econômicas, é recomendado o traje escuro, preferivelmente, de cor preta; nestas sessões, admite-se ainda o balandrau talar, com calça e meias escuras e sapatos de cor preta.

Em Loja de Aprendizes, somente o Venerável Mestre usará chapéu de abas moles e de cor preta.

Em Loja de Mestre, todos os IIr.`. usarão chapéu de cor preta e de abas moles caídas sobre os olhos.

Os Mestres deverão usar a faixa, espada suspensa à cintura e cinto de couro na cor preta.

Dos Malhetes

Os malhetes serão conduzidos pelas Luzes, ao entrarem ou saírem do Templo. Se o Venerável Mestre se afastar do Trono, depois de abertos os trabalhos, conduzirá o malhete consigo. Os Vigilantes procederão da mesma forma.
Não se faz sinal com o malhete. Executa-se com ele, entretanto, a bateria dos graus, ou a bateria de atenção, diretamente no altar.
Os tímpanos somente podem ser usados nas sessões brancas festivas.

Da Movimentação

Em movimentação, nenhum Irmão fará sinal de ordem. O Mestre de Cerimônias e/ou os Diáconos, quando no desempenho de seus cargos, portarão os bastões na mão direita, e não os descansarão no piso. O Mestre de Cerimônias somente portará o bastão em ato ritualístico ou quando em representação do Venerável Mestre, isto é, sempre que em cumprimento a uma ordem deste, por exemplo, para conduzir um visitante ao Oriente, para conduzir Irmãos que devam cobrir o Templo, etc.
No ato de transmissão da Palavra Sagrada, os Diáconos descansarão o bastão no suporte apropriado.
Os Irmãos dispensados do sinal de ordem e de saudação entrarão no Oriente pelo eixo do Templo e farão uma pequena parada, ficando eretos e com os pés em esquadria, sem qualquer reverência.
Na formação da abóbada, os Diáconos seguram os bastões com ambas as mãos.
Após a transmissão da Palavra Sagrada, os Diáconos colocam-se nos vértices Norte e Sul do Altar dos Juramentos, voltados para o Oriente, aguardando a chegada do oficiante, para o cruzamento dos bastões.
A circulação em Loja aberta far-se-á sempre por dentro das Colunas e no sentido horário, tanto no Ocidente como no Oriente.

Sinal de Saudação

O sinal de saudação deverá ser feito sempre que um Irmão entrar ou sair do Oriente. Ao término dos trabalhos, porém, aqueles Irmãos que já se encontravam no Oriente, não farão sinal e/ou reverência ao se retirarem.
Não se fará o sinal de saudação quando sentado. Também os Irmãos que portarem instrumentos não o realizarão.
O sinal de saudação será feito às Luzes, após a entrada ritualística em Loja aberta.

Sinal de Ordem

O sinal de ordem é obrigatório em L.`. aberta, até o momento do encerramento. Entretanto, toda circulação dentro do Templo deverá ser feita sem o sinal, posto que este só se completa com a colocação dos pés em esquadria. Ora, caminhando, não há como se manter os pés “em esquadria”, logo, a circulação em L.`. é incompatível com o sinal.
O sinal de ordem não pode ser desfeito sem a permissão do Venerável Mestre.

Exceto as Luzes, todos falarão de pé e à ordem.

Os Irmãos que portarem instrumentos – sejam ferramentas, seja o Ritual, bastão, etc. – não farão o sinal de ordem.

HOMO INFIMUS

Homem, carne sem luz, criatura cega,
Realidade geográfica infeliz,
O Universo calado te renega
E a tua própria boca te maldiz!

O nôumeno e o fenômeno, o alfa e o omega
Amarguram-te. Hebdômadas hostis
Passam... Teu coração se desagrega,
Sangram-te os olhos, e, entretanto, ris!

Fruto injustificável dentre os frutos,
Montão de estercorária argila preta,
Excrescência de terra singular.

Deixa a tua alegria aos seres brutos,
Porque, na superfície do planeta,
Tu só tens um direito: - o de chorar!

Augusto dos Anjos

MB


Os três milênios

Os três milênios transcorridos da criação do mundo até a morte de Hiram são, evidentemente, míticos. No entanto, historicamente reais, se tomados como tempo começado no IV milênio anterior a nossa Era (3000 anos antes da construção do Templo), quando o mundo conhecido se restringia ao Mediterrâneo oriental e adjacências - época dos primórdios da escrita, da metalurgia, da arquitetura etc. - isso, aliado à instituição do Estado e da religião, agregando as comunidades isoladas e as crenças esparsas, fez surgir um mundo novo, não doado, mas gerado pelo trabalho humano e concebido por seu espírito demiúrgico.
A. P. MODENA. In-fólio da Câmara do meio.

ORDO BAPHOMETIS


"Em cada alma humana convivem sempre dois sentimentos:
um inclinado para Deus; o outro, para Satan."
Baudelaire


A ORDO BAPHOMETIS é uma Loja orientada para a preservação e a utilização do
puro conhecimento mágico e gnóstico. O sumo-sacerdote da ORDO BAPHOMETIS,
C.I.T., estabeleceu uma conexão com a HIERARQUIA NEGRA do 15º universo do
espaço-tempo Transyuggótico, de onde recebeu a tarefa de criar uma Ordem nesses moldes,
pois o equilíbrio astral-físico deste planeta é constantemente perturbado pela intensa
polarização provocada pelos movimentos religiosos e esotéricos, que libera o potencial
energético produzido nos planos mental e astral, interferindo na matriz material da Terra.
A ORDO BAPHOMETIS opera contra essa polarização através de seu influxo
gnóstico e mágico, pois entendemos que a terra deva ser preservada de qualquer
interferência, não importa de onde venha.
A ORDO BAPHOMETIS é um RETREATUM externo subordinado ao ALTÍSSIMO
DEUS do 15o Universo, também conhecido como UNIVERSO NEGRO, localizado na 15ª
matriz vibratória cósmica, correspondente à 15a lâmina do Tarô.
A ORDO BAPHOMETIS, como instrumento visível da HIERARQUIA NEGRA,
atrai as forças cósmicas do 15o Universo para o nosso mundo e contribui para a
manutenção do seu equilíbrio.

OS ENSINAMENTOS DA ORDO BAPHOMETIS

1. Não existe magia "branca" ou "negra". Essa divisão surge da avaliação intelectual do
mago.

2. A Ordem não objetiva uma Demonização ou Satanização dos mundos, mas sim a
liberação ou libertação de certas energias.

3. Através das Missas e Rituais da Ordem, são produzidas energias e vibrações muito sutis,
que visam à formação de um específico Sanctum gnóstico e são utilizadas pelos Adeptos da
"Hierarquia Negra" na construção da obra do ANTIKOSMOS. Aqui certas formas-
pensamentos são eletronicamente consagradas e projetadas no mundo material.

4. No Universo deve prevalecer a Harmonia! Através dos rituais mágicos e missas da
ORDO BAPHOMETIS, impedir-se-á a polarização etérica do mundo material.
Por meio da Obra Mágica e Gnóstica da Ordem, será assegurada uma evolução esotérica e
mágica coerente com a Hierarquia Cósmica.

5. As energias e vibrações mágicas liberadas pela Ordo Baphometis são absorvidas pela alta
hierarquia e, então, canalizadas e utilizadas para propósitos mais altos.

6. O BAFOMETISMO é o mais antigo sistema de magia dos "Adeptos Negros". Trata-se
de um alto círculo, se não o mais alto, porque trabalha com energias negativamente
polarizadas e estruturas do continuum metafísico.

7. Este sistema de ensinamentos mágicos é matematicamente expresso e formulado sobre
potências negativas, sobre ondas negativos, sobre unidades e associações negativo-
imaginárias, sobre curvatura negativa.

8. Nossa tarefa consiste em carregar negativamente os núcleos dos átomos mágicos, ou
carregar o átomo permanente do mundo psicofísico com elétrons negativos.

9. De AGARTHI, o centro mágico secreto, flui intensamente a radiação violeta escura na aura dos Escolhidos, de modo que a tradição do ensinamento secreto possa ser preservada.

10. Não se trata de lutar pela autoridade religiosa neste mundo, mas sim de uma santa glorificação das pessoas para a mas alta ou mais baixa hierarquia.

11. A tarefa da "Hierarquia Negra" é projetar a radiação invertida das cargas na estrutura atômica do PERMANENTUM e ensinar esta utilização do BAPHOMEN.

JANTSCHIK, Walter. Ordo Baphometis. Uma Ordem Mágica, Hermética e Gnóstica, 1988.

SDA

Abreviatura de Sapiens Donabitur Astris em latim, que pode ser traduzido como sábio governado pelas estrelas.

Indra

O aquário desempenha o papel de Indra, o deus das chuvas fertilizadoras, que, no panteão caldeu, corresponde a Ea, o senhor do oceano supraceleste onde se difunde a Sabedoria suprema. Ela se reparte entre os seres humanos pela água que cai das alturas. Daí o caráter sagrado da água lustral e seu papel nas purificações iniciáticas. Os cristãos inspiraram-se nos antigos mistérios, quando obrigavam o catecúmeno a mergulhar na onda batismal, a fim de sair dela lavado de toda sujeira moral e regenerado, ou seja, nascido para a vida cristã, depois de ser morto pela submersão à vida pagã.
Em alquimia, o indivíduo enegrecido à vontade, logo, morto e putrefato, é submetido à ablução. Esta operação utiliza as chuvas sucessivas provenientes da condensação dos vapores que se desprendem do cadáver sob a ação de um fogo exterior moderado, alternativamente ativo e, depois, mais lento. Dessas chuvas reiteradas resulta uma lavagem progressiva da matéria que, do negro, passa ao cinza e, finalmente, ao branco. Ora, a brancura marca o êxito da primeira parte da Grande Obra. O adepto não chega aí senão que em purificando sua alma de tudo aquilo que a perturba comumente. Se, após a renúncia efetiva a si mesmo, ele se liberta de todo desejo equívoco, pode aproximar-se de um ideal de candura de intenções que torna possível a ação miraculosa.
A arte de curar com a ajuda de forças misteriosas fundamenta-se essencialmente sobre a pureza de alma daquele que cura. Desde que se santifique por sua abnegação e por seu devotamento a outrem, operará muito naturalmente verdadeiros milagres; mas ele deve, para esse efeito, desligar-se de si mesmo até a indiferença e sofrer a prova do frio que extingue, no coração do homem, toda paixão mesquinha.
Oswald Wirth

Tarô Experimental: A Força

A Força aqui quer representar o que é irresistível, é cólera brutal, a expressão feroz e indisciplinada. É a força bruta, veemente, passional, conquistadora, daí eu usar a figura do leão, não sem relação com o devorador do Zodíaco, cujo retorno anual marca a época em que o Sol se torna escaldante e destrói aquilo que ilumina. Não se trata, contudo, de um animal malfazejo, ainda que feroz. É, todavia, egoísta, quer para si, mas, se a Força for subordinada por uma vontade firme, resulta numa ferramenta poderosa e irresistível. Para Wirth, o sábio respeita todas as energias, mesmo as perigosas, porque ele estima que elas existem para serem captadas e depois judiciosamente utilizadas. O Iniciado nada despreza, especialmente o que lhe é inferior, pois os instintos menos nobres são o estimulante necessário à ação. O que é vil não deve ser destruído, mas enobrecido pela transmutação à maneira do chumbo que é preciso saber elevar à dignidade do ouro. A imagem desta carta eu criei a partir da foto do leão que existe em um lindo túmulo do cemitério da Santa Casa aqui de Porto Alegre, transpondo depois a foto para uma das calçadas do Viaduto Otávio Rocha, da Av. Borges de Medeiros, também desta cidade.

A Tempo

Morrer não é tudo: é mister morrer a tempo.
Sartre

O Possível e o Real


É o real que se faz possível, e não o possível que se faz real.

H. Bergson

Dia das Bruxas?

Não, definitivamente. Bruxa que é bruxa não se institucionaliza. Não tem calendário, e funciona do meio-dia à meia-noite, do Oriente ao Ocidente, ao N. S. L. e O, todo dia santo e todo santo dia. Todo dia é dia de bruxa e de bruxaria.

Oração

Eu sei, Senhor, que não mereço nada
mas ponho em tuas mãos humildemente
meu coração que sofre. E, resignada,
minh’alma guarda, confiante e crente.
Quando eu chegar ao termo da jornada
em que a Morte, emboscada, espera a gente,
tem pena de minh’alma amargurada,
vê que eu também sou filho – e sê clemente.
Perdoa-me, meu Deus, se eu sou culpado,
se tanto crime fiz, tanto pecado,
que hoje choro contrito, - e dá, Senhor,
que no coro glorioso, que te exalta,
no céu profundo, não se sinta a falta
de minha voz cantando o teu louvor.

Medeiros e Albuquerque ( 1867 - 1934)

O Elefante do Marajá

O discípulo partiu muito contente. Em seu caminho, encontrou o elefante do Marajá. Não se afastou do caminho, pensando: "Se sou o Atman e o elefante também é, ele me reconhecerá," Mesmo quando o condutor do elefante gritou para que ele se afastasse, não lhe deu ouvido, de sorte que o elefante golpeou-o com a tromba jogando-o a vários metros de distância. Todo machucado foi procurar no dia seguinte o Mestre e lhe disse : "— Você disse que o elefante e eu éramos Atman, e veja que ele me fez. O Mestre, sem perder a calma, indagou: "— E o que lhe disse o condutor do elefante? — Que me afastasse do caminho. — Você deveria ter seguido seu conselho, disse o Mestre, porque o guia do elefante também é o Atman. . ."— Ah, os hindus têm respostas para tudo. Sabem muito! E Jung riu-se com vontade, alegremente. — Vivem nos símbolos, disse eu; estão penetrados, compenetrados neles, mas não os interpretam nem apreciam quando alguém o faz, pois isso seria de certa forma destruí-los... O senhor interpreta os símbolos... Não me surpreendo pois que sua obra não seja mais amplamente conhecida e discutida na Índia, apesar de sua grande dedicação à cultura hindu e ao Oriente em geral. . .

SERRANO, Miguel. O Círculo Hermético Hermann Hesse a C. J. Jung. Fonte digital Scribd.

O Significado do Sexo

É evidente que o significado que deve atribuir-se ao sexo depende não só do modo como, em geral, se concebe a natureza humana, mas também da antropologia particular que se adota. O caráter desta antropologia não poderia deixar de refletir-se sobre o próprio conceito do sexo. Assim, o significado que pode apresentar a sexualidade, do ponto de vista duma antropologia que reconhece ao homem a dignidade dum ser não exclusivamente natural, será, por exemplo, necessariamente oposta àquele atribuído por uma antropologia que o considera como uma das numerosas espécies animais, numa época em que — como disse H. L. Philp — pareceu conveniente escrever Seleção Natural com maiúsculas, tal como se fazia outrora com o nome de Deus. O enquadramento da sexologia ressente-se, num período mais recente e até nos atuais tratados com pretensões «científicas», da herança do materialismo do século XIX, que teve por premissas o darwinismo e o biologismo, ou seja, uma imagem completamente deformada e mutilada do homem. Do mesmo modo que, segundo estas teorias, o homem teria derivado do animal por «evolução natural», também a sua vida sexual e erótica era exposta em termos de um prolongamento dos instintos animais, e explicada, no seu fundo último e positivo, pelas finalidades puramente biológicas da espécie. Assim, afirmou-se também neste domínio a tendência moderna de reduzir o superior ao inferior, de explicar o superior pelo inferior — no caso presente, o humano pelo fisiológico e animal.
EVOLA, Julius. A Metafísica do sexo, Edições Afrodite.

O Alcance do Mito

Como o de Osíris, o corpo de Hiram sofreu mutilações. Em seu falso racionalismo, os Companheiros amputaram-lhe os membros; outros, por sectarismo, enxertaram estranhos apêndices aos organismo normal do Mestre. Convém restituir aqueles que os primeiros arrancaram, desembaraçando das adjunções heteróclitas dos segundos o corpo do Mestre que vai ressuscitar. Distinguir o que é maçônico daquilo que não é – tal deve ser o cuidado dos expertos encarregados de encontrar o cadáver de Hiram. Eles se dirigem para o Ocidente, Oriente e Meio-Dia, concordando em se reunir ao Norte. Isso quer dizer que se informam por tudo o que é universalmente tradicional, fazendo abstração das fantasias locais e não retendo senão aquilo que é incontestavelmente iniciático. Uma ciência positiva não é seu guia; também eles erram muito tempo antes de encontrar indícios satisfatórios. Finalmente, um deles deita vistas sobre um ramo de Acácia.
Para se chegar a compreender o alcance do mito maçônico, é necessário lembrar que a planta de que se trata aqui aparece como a única em meio às areias desérticas. Trata-se de um arbusto espinhoso entre os Orientais que vêem nele um emblema da imortalidade. Em Maçonaria, os adeptos que se gabam de conhecer a Acácia, têm-se como iniciados nos mistérios do terceiro grau da Arte Real. Uma particular importância liga-se, então, ao ramo verde que sinala a terra sob a qual se descobrirá o corpo de Hiram.
O.W.

Silêncio

A obra começa pelo silêncio.

Tarô Experimental: O Imponderável

O imponderável é a carta onde simbolizo o que não se espera. As surpresas, as coisas que nunca prevíramos pudessem ocorrer, sejam boas, sejam más. O Imponderável é a fração misteriosa da vida, que desafia sua mecânica, suas regras, tanto quanto nossos desejos e nossas previsões. O imponderável é o que sequer pode ser sentido, porque responde ao que não está ao nosso alcance determinar. Todavia, como já escrevi aqui mesmo há algum tempo, o imponderável muitas vezes nos reserva imensas alegrias. Não podemos prevê-lo, nem sequer provocá-lo, mas podemos reconhecê-lo quando nos vem. A própria vida é feita de imponderáveis.

O Prazer em Perspectiva. A Esperança

A esperança é filha do desejo, mas não é o desejo. Ela constitui uma aptidão mental que nos faz acreditar na realização de um desejo. Pode-se desejar uma coisa sem esperá-la. Todo mundo deseja a fortuna, poucos a esperam. Os sábios desejam descobrir a causa primeira dos fenômenos, mas eles não têm nenhuma esperança de chegar a tanto.
O desejo aproxima-se às vezes da esperança a ponto de confundir-se com ela. Na roleta, desejo e espero ganhar.
A esperança é uma forma de prazer em expectativa que, em sua fase atual de espera, se constitui em uma satisfação frequentemente maior que aquela produzida pela realização.
A razão disso é evidente. O prazer realizado é limitado em quantidade e em duração, enquanto nada limita a grandeza do sonho criado pela esperança. O poder e o encanto da esperança é conter todas as possibilidades de prazer.
Ela se constitui em uma espécie de varinha mágica que transforma todas as coisas. Os reformadores não fazem outra coisa que não seja substituir uma esperança por outra.
LE BON, Gustave. Les Opinions et les Croyances, Flammarion, Paris, 1911, p. 23.

Tarô Experimental: A Passagem

Quando imaginei esta carta, mergulhando uma escultura nas águas do Arroio Dilúvio, pensei nas pontes que precisamos cruzar, nem sempre firmes, nem sempre nos indicando com segurança a outra margem, e muitas vezes implicando no risco de ficarmos presos entre duas escolhas, sujeitos a nos tornarmos como estátuas, cristalizados em nossa recusa de correr os riscos implicados em cada travessia. Mudar, porém, é circunstancial, porque nossa identidade interior, esse eu intuitivo que nos faz reconhecer a nós mesmos, este sempre estará conosco, ainda que por vezes seja doloroso perceber que estamos sujeitos à instabilidade de uma natureza cambiante. Mudar é inevitável. O que importa é nos reconhecermos a cada passagem. Perder-se até dos outros, sim, mas não de si.
Esta carta serve para sugerir o estado de indecisão que nos paralisa diante de uma escolha, que identifico com a passagem de uma margem a outra, de um estado para outro, como a ponte ao fundo.

Morte

0. Noite
0. Eterna Noite.
0. Dourada Eterna Noite.
1. A negrura do Corpo Dela emerge além das Bordas do Limite dos Sonhos.
2. O Templo refulge em Carmim, Ouro e Púrpura
3. O adocicado perfume penetra o Espaço-Corpo
4. Trêmulo, estendo os braços. Faíscas azuis pulam.
E a Aurora Boreal explode no Santuário.
5. Ergo a Baqueta Consagrada, cujo Diamante lateja em Escarlate
6. O Vermelho e o Branco ungem a Baqueta
7. Do vermelho, do Branco e do TERCEIRO, que ali surge, minha boca
provou.
8. O Céu toca a Terra, e a Terra abre-se em flores.
9. Na Abertura do Sem Fim vejo o Paraíso primitivo.
10. Coroa e Reino unem-se num Lampejo Infinito.
11. Morro!

Euclydes Lacerda de Almeida

Tarô Experimental: A MORTE


Queria fazê-la mais bonita, pois ela não me assusta. Terrível não é a morte que nos entrerra. Terrível é a que se sofre em vida, justamente quando mais queremos viver. Viver por covardia, contudo, é indigno. De todas as contingências às quais estamos expostos em nossa humanidade, acho que nenhuma é mais respeitável que A MORTE. Antônio Vieira desta já disse tudo o que só posso repetir, ao contar que, em certa fase da vida, viveu-a com privilégios de morto: ninguém a quem minha presença faça falta ou minha ausência, saudade.

Tarô Experimental: A Magia

Já falei do FEITIÇO, e agora chegou a vez de mostrar A MAGIA do meu Tarô Experimental. É muito difícil construir um conceito do que vem a ser a magia, uma vez que comumente se pensa que o mágico se opõe ao lógico, quando na verdade se tratam de gnoses complementares. Enquanto a ação de um feitiço pode ser bem identificada e conhecida, porque nos chega pelos sentidos, ou seja, nos vem de fora, o mágico acontece como que por dentro de nós e, em vez de atingir nossos sentidos, transforma-os, aguça-os, altera nossa percepção. O mágico acontece por dentro e é perene, ele integra nossa existência, independente de nossa concepção de mundo. O mágico prescinde das causas. É um efeito sem causa, ou que não se importa com elas. Com isso quero dizer que, enquanto um feitiço fica nos sentidos, simplesmente, e passa sem grandes alterações, muito embora possa fixar-se em nós pela memória, a instância mágica transforma não o mundo, mas nós mesmos, quando passamos, de certo modo, a superar a instância dos sentidos. O mágico é nosso, sempre foi. É uma identidade profunda que se reconhece. O mágico não é aprendido, porque ele sempre foi sabido. Sou eu que me reconheço em toda parte sem precisar estar ali ou aqui. Sou eu que me reconheço em ti. Sou eu sem mim, pois prescinde de ego, nome, designação, e, no entanto, se faz reconhecível em toda sua originalidade essencial, única, irrepetível. Uma gnose mágica do mundo é a grande inquietação de todos os homens que desejam ir mais longe, e não é de estranhar que, para tanto, hajam trilhado caminhos iniciáticos que neutralizem os sentidos. Daí as instâncias de solidão, de mortificação e de isolamento na caverna. Privar-se do mundo para fugir ao engano, dominar os sentidos, mortificar a carne, tantas coisas, tantas idéias, tantos caminhos para significar que não é apreensível. Seja como for, uma procura só é um procura depois de encontrado o seu objeto, e ninguém conhece o grande segredo do que vem a ser o objeto da magia, senão depois que o reencontra. Portanto, é algo que já temos, que sempre tivemos e que ninguém precisa buscar seja onde for nem quando for, uma vez que tempo e espaço, na instância mágica, não fazem o menor sentido.
Representei o mágico como um corpo feito, não de carne, mas de bronze e mergulhado em algo que teria por efeito amortecer a percepção. Usei uma escultura que fotografei na Pinacoteca de São Paulo e uma foto das águas do Arroio Dilúvio aqui de Porto Alegre, num dia em que o vento redesenhava-lhe as águas desse modo repetido, sistemático, sulcando-lhe a superfície até formar esse desenho monótono. Meu Tarô é simples, sem complexidade, e faço uso de imagens que acho que todos podem reconhecer. E depois, no fundo, é indiferente a maneira como se representa a magia, porque a MAGIA simplesmente é, ao mesmo tempo em que pode perfeitamente deixar de ser, pode transformar-se sempre, ainda nunca mude ou se altere em sua originalidade irredutível.

Tarô Experimental: O Amor

Para designar O AMOR no meu Tarô Experimental eu usei um clássico. Fotografei a foto de um quadro famoso que retrata Eros e Psiquê, de Bouguereau, distorci a imagem e a sobrepus a um fundo que é simplesmente água corrente saída de uma torneira no fundo de uma vasilha, com macro. Este controvertido par amoroso vive os efeitos do amor entre criaturas que pertencem a mundos diferentes. Ela é mortal, e ele, um deus, que precisa ocultar tanto seu amor quanto sua identidade, de sorte que ela nunca pode vê-lo como realmente é. A fase mais paradoxal da paixão que aproximou Eros e Psiquê é justamente o que existe aí de mágico, pois eles não se conhecem, encontram-se apenas no escuro e vivem em um palácio fora do mundo, até o instante em que ela, insuflada por suas irmãs invejosas, acende uma lâmpada e descobre que seu amado era ninguém menos que o próprio deus do amor. Nesse instante ele foge, pois a descoberta de sua identidade não poderia ter tido lugar. Sobrevém assim a ruptura que só será superada quando ambos, cada um à sua maneira, conseguirem ultrapassar a fase da dor e do desencanto, da decepção, da perda, tornando-se, não opostos, mas complementares, ambos divinizados pela magia do amor que esse mito de Apuleio, em particular, consagrou.

Tarô Experimental: O Feitiço

Esta carta do meu Tarô Experimental simboliza O FEITIÇO, e por feitiço não quero designar A Magia, que será simbolizada em outra carta. Não. De Feitiço chamo tudo o que nos chega pelos sentidos e que nos encanta ou nos desencanta. É algo concreto que vemos, ouvimos, tocamos, cheiramos e degustamos. É algo que nos desperta a atenção e também é algo que passa, como passa qualquer encanto passageiro. Quem faz uso de feitiços, precisa saber como mantê-los ativos, caso contrário, passam ou provocam efeito contrário. Quem nunca enjoou de algo de que gostava? Quem nunca soube o que é cansar de uma música? Os sentidos não são propriamente confiáveis. Já pensaram nisso?
Agora um pouco da história da imagem que usei para criar esta carta. Bem, foi mesmo um Feitiço testado, e testado por mim, quando vi pela primeira vez esse duende. Ele existe, sim. Está pintado na fachada de uma casa que fica na Avenida São João em São Paulo. Levei um susto quando o vi, e sempre que vou a São Paulo eu visito este lindo duende que marca geograficamente o ponto no qual aquela avenida começa a mudar, no sentido que leva ao chamado Minhocão, onde toma outro aspecto, dizem, mais perigoso e menos bonito.
Pois bem, eu fotografei o duente e o colei assim em outra fachada. Gostei tanto do Feitiço que o levei para dar uma voltinha lá na charmosa e rica Avenida Paulista.
O Feitiço designa o inesperado, o encanto que te prende ou te desencanta ao quebrar-se. É passageiro mas nem por isso menos intenso. Todos sabemos ser feiticeiros, seja cozinhando um prato saboroso, seja usando um perfume que expresse nossos sentimentos, seja mesmo quando usamos uma cor que realce o tom de nossa pele. Feitiço é música, é ambiente, é embriaguez e movimento. Sem feitiço, a vida seria um tédio, muito embora o tédio, em particular, me agrade.

Tarô Experimental: O Sonho

Esta carta do meu Tarô Experimental simboliza o O SONHO, a ilusão, a imaginação, o deixar-se levar pelas fantasias. Uma instância do pensar, sem dúvida, fecunda, que coloca o indivíduo em condições de poder criar. Simboliza também a intuição, algo tipicamente feminino.

Tarô Experimental: O Livro


Comentei com alguns leitores deste Blog que estou criando um jogo de lâminas que chamo de meu Tarô Experimental. São fotografias (adoro fotografar) que eu recombino com transparências e sobreposições. Queria mesmo desenhar e pintar cada uma das cartas individualmente, mas... cadê tempo pra isso? Acho que vai ficar alguma coisa assim, como esta carta à qual batizei de O LIVRO. O mais divertido é que o fundo é uma vista do Guaíba tomada por celular, e a forma, o recorte do vitral da porta de uma igreja do interior de São Paulo. Depois de recompor, ainda entra regular tamanho, margens e dar nome.

Criar os sentidos não será difícil também, afinal, olhando-se esta carta, O LIVRO, pensa-se logo no destino, no que está escrito, no que é aberto, claro e verificável.
Falta muito ainda, especialmente acertar detalhes e dar unidade ao conjunto, experimentar métodos de impressão (fica lindo tipo foto em papel opaco). Fiz questão também de criar algo sem compromisso com nenhum Tarô Tradicional, seja em matéria de imagens, seja mesmo em número de lâminas. O que sei é haverá O LIVRO, O HOMEM, A MULHER, A MORTE, O IMPONDERÁVEL, O SÁBIO, O TEMPLO, A ESPERANÇA, A FORÇA, O AMOR, A DESCOBERTA, A PASSAGEM... E o que mais me der vontade de fazer. Vou mostrar aos poucos aqui, afinal, sei que há leitores que gostaram da idéia, e isso faz muita diferença, porque estimula a gente a prosseguir, apesar das tais das ocupações "profanas".

ARCANO II




A divinação que inspira a SACERDOTISA aplica-se ao discernimento da realidade que se dissimula por detrás da cortina das aparências sensíveis. Para o intuitivo, favorito de Ísis, os fenômenos são uma fachada reveladora que, fixando a visão fisiológica, provoca a visão do espírito.


INTERPRETAÇÕES DIVINATÓRIAS


GEBURAH, rigor, severidade; PEC'HAD, punição, temor; DIN, julgamento, vontade de retém ou governa a Vida dada. Consciência, dever, Lei moral, inibição, restrição, porque é preciso abster-se de fazer o mal, antes de consagrar-se ativamente às obras do bem.
Sacerdócio, ciência religiosa, metafísica, Cabala, ensinamento, Saber (oposto a Poder), autoridade, certeza, segurança, ausência de dúvida, influência sugestiva exercida sobre o sentimento e o pensamento de outrem. Afabilidade, benevolência, bondade, generosidade judiciosa.
Um diretor de consciência, médico da alma, conselhos morais, personagem sentencioso. Pontífice absoluto em suas opiniões. Função que confere prestígio. Influência jupteriana em bem e em mal.
Tomado em mau aspecto: imoralidade, porque os defeitos se substituem às qualidades, quando um arcano se torna negativo.
Oswal Wirth
A imagem foi uma contribuição de Magus Incognitus.

Hermafrodita

O mercúrio dos filósofos tem um duplo sentido: feminino por ser branco e líquido, ao mesmo tempo que um metal seco, masculino. Simbolizando a união dos contrários, o mercúrio (aliás o HERMES) é hermafrodita.
AUGRAS, Monique. A dimensão simbólica, Fundação Getúlio Vargas, 1967, p.83.

Retrato de Mestre

Contribuição do Ir.'. Bruno Calmon C. Sampaio. O retrato que aparece aqui ele nos conta ser de avô, a quem fez presente desta tela que compartilha conosco.

Deus

"Mesmo para os descrentes há a pergunta duvidosa: e depois da morte? Mesmo para os descrentes há o instante de desespero: que Deus me ajude. (...) Venha, Deus, venha. Mesmo que eu não mereça, venha. (...) Sou inquieta, ciumenta, áspera, desesperançosa. Embora amor dentro de mim eu tenha. Só que eu não sei usar amor: às vezes parecem farpas. Se tanto amor dentro de mim recebi e continuo inquieta e infeliz, é porque preciso que Deus venha. Venha antes que seja tarde demais."
CLARICE LISPECTOR. "Deus", em 10/02/1968 em A Descoberta do Mundo.

Teurgia


A teurgia é a base de toda via iniciática. É a arte de fazer apelo às essências ou forças que emanam do plano mental e divino, como os anjos, os santos, o Cristo ou outras egrégoras celestes de luz por meio de preces, ritos, rituais e de objetos simbólicos e consagrados. Ela sozinha pode esclarecer o Livro do Homem e torná-lo acessível à compreensão humana.MARCOTOUNE, Serge. « La voie initiatique », p. 68
Contribuição para este blog

Hino a Isis

Porque sou eu a primeira e a última
Eu sou a venerada e a desprezada
Eu sou a prostituta e a santa
Eu sou a esposa e a virgem
Eu sou a mãe e a filha
Eu sou os braços da minha mãe
Eu sou estéril, e os meus filhos são numerosos
Eu sou a bem casada e a solteira
Eu sou a que dá à luz e a que jamais procriou
Eu sou a consolação das dores de parto
Eu sou a esposa e o esposo
E foi o meu homem quem me criou
Eu sou a mãe do meu pai
Sou a irmã do meu marido
E ele é meu filho rejeitado
Respeitem-me sempre
Porque eu sou a escandalosa e a magnífica

Hino a Ísis, século III ou IV (?), descoberto em Nag Hammadi
Contribuição recebida hoje.

Imagens

Tenho recebido textos e imagens maravilhosas, quase todos os dias, enviadas por um seguidor deste blog que muito me honra com sua atenção. Algumas são de uma beleza inexcedível dentro do contexto simbólico. Esta, em especial, eu gostaria de destacar hoje.

Entendimento

A melhor parte, acho que da vida, ― embora não saiba bem o que é a vida, ― a melhor parte dela, acho, ― que de saberes estou sempre vazia, ― é mesmo o que não é possível. O universo dos possíveis é tão pueril às vezes. Tão seco, rasteiro, pouco. Conformista. Daí que o impossível torna-se tudo. O que se é de verdade são nossas impossibilidades que se fazem imaginação. Imaginação, diante da qual a realidade recua, pálida, humilhada, nua de ilusões. É que o impossível não se deixa entender, e nisso reside sua mística e toda delícia do que se nega ao regramento tosco de uma razão mecanizada. Triste é que, às vezes, a gente acaba entendendo.

Ciência e Religiáo


O maior mal de nosso tempo é que a ciência e a religião aparecem como duas forças inimigas e irredutíveis. Mal intelectual tanto mais pernicioso porque vem do alto e infiltra-se surdamente, mas seguramente, em todos os espíritos, como um veneno sutil que se respira no ar. Ora, todo mal da inteligência torna-se, com o tempo, um mal da alma, e, por conseguinte, um mal social.
SHURÉ, Edouard. Les grands initiés, Alain Trocmé Éditeur, Paris, 1921.


Significado do Amor

"Na multidão imensa de seres com forma humana, muito poucos são homens e, nesta seleção, pouquíssimos aqueles que penetram no significado do amor".
PELADAN, La science de l'amour, (Amphithéâtre des Sciences Mortes), Paris, 1911, pág. 102.

Sol e Lua

Mas a luz da Lua não é ela a própria luz do Sol refeita e remanejada? É reflexo que assume vida própria, talvez, como se a imagem de um espelho se tornasse independente do objeto. Como se, do outro lado, estivesse o outro, um outro, outro. Quem de nós não é legião?

Individualismo

Quem diz individualismo diz necessariamente recusa em admitir um autoridade superior ao indivíduo, assim como uma faculdade de conhecimento superior à razão individual; as duas coisas são inseparáveis uma da outra.
GUÉNON, René. La crise du monde moderne. Gallimard, 1946, p. 74.

Solenidade

Vagar por uma capela vazia é perceber o significado que as imagens assumem diante de quem se volta para olhá-las, percebendo o que devem dizer àqueles que nelas depositam suas esperanças. Aos descrentes não resta senão o ceticismo, e mesmo talvez o gesto ousado de por isso numa fotografia.

Talismã de Mercúrio

É corrente que agora, em 2010, Mercúrio estará em posição venturosa, especialmente no dia 7, em Virgo, seu domicílio, paralelo ao Sol, único aspecto positivo capaz de ter lugar entre ambos, com amplificação das virtudes mercuriais. Daí a oportunidade de elaborar-se o Talismã, aos moldes da melhor Tradição.

Devoção

Altar de velas votivas de uma Igreja aqui perto. Fiz esta foto há algum tempo, mas ela ainda me impressiona. Estranhamente, faz-me lembrar o cheiro e o calor do local, pequeno, escuro e acanhado, reservado especialmente para que os visitantes acendam suas velas, depositando ali suas promessas, desejos, esperanças.

Quadrado Mágico

Proêmio ao Estudo da Abóbada Celeste

Outro belíssimo trabalho do Ir.`. Modena agora também no meu Scribd.

In-Fólio da Câmara do Meio

Uma pesquisa muito bem elaborada sobre o painel da Loja de Mestre Maçom, de autoria do Ir.`. Modena, um trabalho que não pode ficar sem divulgação. Acho que vocês vão gostar muito de ler.

Painel

Símbolos

Símbolos são metáforas. Subentendem um conteúdo que não pode ser assimilado pela razão. A linguagem simbólica assemelha-se à poesia e presta-se muitas vezes a funcionar como substitutivo do real, se é que se pode opor o real ao imaginário. Em vez de opostos, prefiro pensá-los complementares. Trabalhar com símbolos é infinitamente mais rico que trabalhar com idéias e sistemas. Não há razão que não deva a um símbolo seu poder de persuasão. Não há processo que não possa ser reduzido a uma alegoria, e me pergunto que escritor poderia dizer mais em palavras do que disse Bosch em seus quadros ou mesmo Botticelli nos seus. E ainda mais impressionante que ler os símbolos, cujas chaves todos possuímos, é encontrar-lhes o avesso e fazer a leitura da própria linguagem. Esta seria, não a arte simplesmente, mas a arte de criar outras artes. A Arte Real.

Pedra da Loucura


O quadro é de 1485. Bosch aí retrata a intervenção que visava extrair do paciente a "pedra da loucura" que se acreditava devesse ser retirada do cérebro para a obtenção da cura. Pergunto-me se Horácio, muito antes, também não pensava nisso, não para curar, mas para recomentar que se misturasse um grão de loucura à nossa prudência.

Ao Or.'. de POA